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Nesta terça-feira (3), é dia de Produto Interno Bruto (PIB) dominar o noticiário. O dado será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) às 9h. A expectativa da equipe de economia da XP é de números com forte crescimento (1% na comparação trimestral). “Em relação às projeções desagregadas, chamamos a atenção para a resiliência do consumo das famílias e recuperação dos investimentos em ativos fixos”, sugere o time de Caio Megale, economista-chefe da XP.
No Boletim Focus divulgado ontem, analistas consultados pelo Banco Central subiram ligeiramente suas expectativas para a alta do IPCA e o crescimento do PIB ao fim deste ano, enquanto mantiveram novamente sua projeção de manutenção da Selic em 2024.
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que o crescimento do PIB agora é projetado em 2,46% em 2024, ante 2,43% há uma semana, na terceira semana consecutiva de melhora no indicador. No próximo ano, a expectativa é de aumento de 1,85%, de 1,86% antes.
As projeções para o PIB já eram otimistas desde a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em junho. Os dados vieram acima do esperado e levaram o mercado a aumentar suas estimativas.
Também na segunda, o Ministério da Fazenda decidiu prever no Orçamento de 2025 a extinção da desoneração da folha salarial de setores da economia e municípios no próximo ano, argumentando que projeto sobre o tema em análise no Congresso não prevê compensações para essa renúncia tributária.
Após exigência de compensação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), governo e Congresso fizeram acordo para reonerar gradualmente a folha, prevendo fontes de custeio para o benefício. O texto que sela o acordo foi aprovado pelo Senado e depende de análise da Câmara.
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Em apresentação distribuída a jornalistas nesta segunda-feira, a Fazenda afirmou que o projeto no Legislativo “compensa somente 2024, ou seja, o curtíssimo prazo, sem que seja definida compensação nos demais anos”. “Garantindo a higidez da Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) 2025, consideramos o que há de concreto: cumprir a decisão do STF e reonerar a folha de pagamento”, afirmou a pasta no documento.
O que vai mexer com o mercado nesta 3ª feira
Agenda
Nesta terça-feira, Fernando Haddad se encontrará com Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos, às 10h. Mais tarde, se reunirá com José Henrique Fernandes, Diretor da Diretoria de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV DGPE). A diretoria do Banco Central se concentra em compromissos fechados à imprensa. Já o presidente Lula se reúne com vários ministros. Além disso, a Fenabrave divulga a venda de veículos de agosto.
Brasil
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5h – IPC-Fipe – agosto
9h – PIB
EUA
10h45 – PMI de indústria (final)
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11h – Gastos com construção
11h – ISM de indústria
Mercados Internacionais
Com as atenções voltadas para divulgação do índice ISM da indústria, os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta terça-feira (3), no retorno do feriado do Dia do Trabalho. Agentes do mercado buscam garantias de que o caminho está livre para o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) cortar as taxas de juros.
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STF x Elon Musk
A Starlink Holding, grupo que pertence ao bilionário Elon Musk, voltou a fazer, nesta segunda, um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para o desbloqueio suas contas bancárias no Brasil.
As contas da empresa no país foram bloqueadas por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. O magistrado decidiu bloquear os valores financeiros da companhia para garantir o pagamento das multas aplicadas pela Justiça brasileira ao X (antigo Twitter), também de propriedade de Musk. A decisão é contestada pelas duas empresas e também por advogados e juristas.
Perda de registro
Grupo pertence ao bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), a Starlink Holding pode perder a autorização para prestar serviços no Brasil, caso continue descumprindo a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de bloquear o acesso ao X.
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A afirmação é do presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, que foi entrevistado na segunda-feira na GloboNews.
Venezuela
A Justiça venezuelana aceitou o pedido de prisão solicitado pelo Ministério Público contra Edmundo González Urrutia, opositor de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de julho. O pleito, que reelegeu Maduro, é fortemente questionado pelos oposicionistas e pela comunidade internacional.
Corporativo
Americanas (AMER3)
A Americanas (AMER3), varejista em recuperação judicial, saltou 20,97%, a R$ 6,98, na sessão desta segunda-feira (2). Desde o grupamento, que foi efetivado no início da semana passada, as ações registram forte volatilidade. Na sessão pós-grupamento no dia 27 de agosto (terça), os papéis saltaram 40%, caíram 15,49% na quinta e ainda acumularam perdas de 3,83% na sexta.
A sessão desta segunda foi marcada pelo anúncio da companhia de que contratou a consultoria Centria Capital Partners para encontrar interessado na aquisição de alguns ativos da fintech Ame Digital, dentro de estratégia montada em plano de recuperação judicial.
Economia
Sabatina de Galípolo
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), afirmou ontem (2), que a expectativa é a de que a sabatina do indicado para a presidência do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado seja realizada no dia 10 de setembro.
De acordo com o ministro, mesmo que haja uma aprovação rápida do nome de Galípolo para a instituição monetária, o novo presidente do BC só irá tomar posse ao final do mandato do atual presidente, Roberto Campos Neto. O mandato do atual chefe da autoridade monetária termina no dia 31 de dezembro deste ano.
Nos corredores do Senado, segundo a coluna de Bela Magale, em O Globo, Galípolo vem dizendo o presidente do BC é “o chato da festa, porque, enquanto todos dançam, ele precisa abaixar a música”. Também falou que o Brasil deve aproveitar o alto crescimento da renda e menor capacidade ociosa da indústria nos últimos 10 anos, mas disse que é fundamental cumprir a meta de inflação.
Meta fiscal
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, reforçou que o cumprimento da meta fiscal de 2024 está atrelado à compensação da desoneração da folha de pagamentos, já aprovada no Senado e agora à espera da votação na Câmara dos Deputados.
Nesta segunda-feira (2), o secretário também destacou que o custo do benefício para os 17 setores, em previsão anualizada, já deve chegar a R$ 20 bilhões neste ano – antes, a estimativa é de que a política custaria R$ 15,8 bilhões para o setor privado. Os outros R$ 10 bilhões são a renúncia calculada para benefício direcionado a prefeituras.
Durigan sugeriu que no novo cenário a aprovação dos ajustes em CSLL e JCP não são mais condicionais ao desempenho das compensações analisadas no Congresso, mas uma necessidade já concreta para fechar as contas de 2025.
“De fato, a gente precisa, como a gente coloca na peça orçamentária, de CSLL mais JCP”, disse.
Orçamento 2025
Apesar da ausência de previsão da desoneração nas contas de 2025, o governo incluiu nas estimativas de receita medidas que haviam sido apresentadas com o argumento de que seriam usadas para eventualmente compensar a desoneração da folha se o projeto do Congresso não gerasse fontes de verba suficientes.
Nessa frente, a pasta prevê arrecadação de 14,9 bilhões de reais com aumento da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e 3 bilhões de reais com ajuste na tributação de Juros sobre Capital Próprio (JCP). Projeto com essas medidas foi enviado ao Congresso na semana passada e ainda passará por análise dos parlamentares, que já indicaram resistência ao tema ao rejeitarem propostas similares anteriormente.
Política
“Vale-tudo de Elon Musk”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elogiou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender o funcionamento do X (antigo Twitter) no Brasil.
Na sexta-feira (30), alegando que a rede social comandada pelo bilionário Elon Musk não vinha cumprindo decisões judiciais (como a indicação de um representante legal no país), Moraes decidiu bloquear a plataforma. A decisão começou a ser cumprida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já manhã de sábado (31).
Destruindo o Brasil
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) afirmou, em pronunciamento na segunda-feira (2), que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão “destruindo o Brasil” e que o Senado é conivente com a situação. Para o parlamentar, a Corte transformou o país em uma “vergonha mundial”.
Segundo Girão, as decisões do STF têm colocado o país numa insegurança jurídica, que faz com que empreendedores do mundo inteiro digam que não é seguro investir no Brasil. “Ministros do Supremo, vocês estão destruindo o Brasil, vocês estão destruindo a economia, vocês estão deixando os brasileiros sem oportunidades com as decisões esdrúxulas, irresponsáveis, que têm tomado! Agora, nada disso estaria acontecendo se esta Casa não fosse conivente”, disse.
Girão questionou a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes de suspender o uso da rede social X (antigo Twitter) no Brasil. O senador pontuou que a medida foi tomada perto das eleições municipais e que a rede social é dominada por parlamentares de direita e conservadores.
(Com Reuters, Agência Senado)