Petz (PETZ3): com números fracos e sem novidades sobre Cobasi, ação desaba 9,7%

Nos últimos 12 meses, os papéis da companhia caem mais de 30%

Camille Bocanegra

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A Petz (PETZ3) divulgou seus resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24) na noite desta quarta-feira (14). A companhia apresentou dados piores que o esperado, mesmo que analistas já esperassem balanço mais fraco no trimestre e, com isso, os papéis despencaram 9,69%, cotados a R$ 3,45, na sessão desta quinta-feira (15). Nos últimos doze meses, as ações caem quase 33%.

A Petz apresentou desempenho de receita pressionado e níveis de rentabilidade em queda, de acordo com análise do Research da XP. Mesmo considerando que as vendas brutas aumentaram e que o desempenho digital foi forte, as quedas das vendas em lojas físicas (-10%) ofuscaram os números. O lucro veio com queda de 80% em relação ao ano anterior e 68% abaixo das expectativas da corretora.

Ainda assim, a XP destacou que a companhia parece estar confiante em relação ao segundo semestre e que já apresenta evolução em vendas em dígito alto em maio/junho e duplo dígito baixo em agosto. Além disso, a Petz aposta em novas iniciativas, como monetização de anúncios e abertura de frente voltada para classes de menor poder aquisitivo, chamado Atacado Pet.

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A Genial reforçou que empresa foi muito impactada por maiores despesas operacionais e financeiras. Na visão da corretora, o principal vilão foi a falta de sustentação do crescimento acima da inflação. A companhia tornou-se “refém da forte competição on-line do setor e vítima da discricionariedade de consumo do mercado de acessórios para pets” para a Genial. Além disso, o impacto financeiro foi, em parte, causado por marcação a mercado de derivativo atrelado a uma linha de financiamento em dólar.

Mesmo comentando sinalizações positivas feitas pela companhia, a análise aponta ceticismo em relação ao faturamento e rentabilidade. As margens seguiram pressionadas e não houve diluição de despesas com vendas (em especial considerando fraco desempenho das vendas e parte das lojas ainda em maturação).

Fusão com Cobasi

A luz no fim do túnel, entanto, poderia vir da fusão com a Cobasi. “Apesar de vermos esforços positivos na criação de novos produtos, a tese de crescimento de Petz se sustenta através de um possível (e iminente) M&A com o 2º maior player do setor: a Cobasi. Entendemos que a probabilidade desse evento acontecer é quase que certa, caso contrário, um aumento do fluxo vendedor poderia pressionar o papel no curto prazo – com uma possível reprecificação de preço sobre lucro para 2025″, considera a Genial.

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Neste sentido, o JPMorgan reforça que não houve atualizações sobre a potencial fusão com a Cobasi, com a companhia apenas reforçando o período inicial de negociações exclusivas, que será concluído em 23 de agosto e pode ser estendido por mais 30 dias.

O banco destacou, em relatório na noite da véspera, que já esperava pela queda das ações, uma vez que a lucratividade geral está pressionada e houve tendências fracas no canal de lojas físicas, enquanto a companhia mencionou que o 3T24 por enquanto vem imprimindo melhores tendências de crescimento. A recomendação do banco para os papéis segue neutra.