PetroRecôncavo (RECV3): o que os analistas acharam do novo CEO da petroleira?

Marcelo Campos Magalhães deixou a presidência da companhia após 15 no comando da companhia

Felipe Moreira

Foto: Divulgação
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Na noite da última sexta-feira (24), a PetroRecôncavo (RECV3) informou ter escolhido José Maria de Mello Firmo para ocupar o de diretor presidente da companhia deixado por Marcelo Campos Magalhães após 15 no comando da companhia.

José Firmo assumirá o cargo de novo CEO, a partir de 1 de janeiro de 2024, após um breve período de transição de pouco mais de um mês durante o qual Magalhães permanecerá no cargo.

O executivo tem mais de 30 anos de experiência na indústria de serviços em campos petrolíferos. Iniciou sua carreira na indústria petrolífera em 1988, na Tratex. Em 1992 ele ingressou na Schlumberger Limited, onde atuou em diversas funções, inclusive como presidente da Schlumberger Brasil.

Posteriormente, o executivo atuou como Vice-Presidente Sênior de Operações da Seadrill no Hemisfério Ocidental de 2014 a 2019. Além disso, o Firmo atuou como Presidente do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) de 2017 a 2019 e como Presidente da ABESPETRO (Associação Brasileira das Empresas de Serviços do Setor de Petróleo e Gás) de 2016 a 2017. Desde 2019 Firmo é CEO do Porto do Açu, maior complexo industrial portuário privado da América Latina, localizado em estado do Rio de Janeiro.

O Morgan Stanley acredita que o Firmo tem uma sólida formação e que a sua experiência em serviços petrolíferos pode ser de grande contribuição para a petrolífera. Dados os desafios contínuos enfrentados pelas ações de petroleiras juniores nas bacias onshore, uma mudança na liderança poderia ser vista como uma evolução natural, embora o momento possa resultar em alguma volatilidade no curto prazo.

O BTG comenta que para PetroRecôncavo, que está entrando em uma nova fase de crescimento e com o objetivo de se tornar um dos consolidadores onshore (em terra) do Brasil, a experiência da Firmo em logística e serviços petrolíferos pode ser crucial, especialmente considerando os principais gargalos logísticos que a empresa tem enfrentado e sua maior exposição a operações midstream.

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Analistas do BTG acreditam que a maior parte do mau desempenho das ações da petroleira nos últimos doze meses reflete a insatisfação do mercado com “(i) a estratégia de alocação de capital da empresa, a qual foi excessivamente conservadora e pode ter prejudicado o posicionamento da empresa para alavancar o potencial de crescimento da indústria, bem como (ii) seu último relatório de reservas”. Na visão da equipe de research, a transição do CEO pode ajudar a resolver parte destas preocupações.

“Entre as principais áreas de foco de Firmo provavelmente estarão a estratégia de alocação de capital da empresa e a execução de investimentos, que têm sido tópicos-chave para os investidores desde a divulgação do último certificado de reservas, e a busca por oportunidades inorgânicas que possam surgir da tendência de consolidação no setor”, diz BBA, em relatório.

A Genial Investimentos, por sua vez, espera impacto neutro para ações da companhia, pois a mudança já era esperada e José Firmino tem competência para assumir o cargo de CEO.

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O Itaú BBA reiterou recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para ações da PetroRecôncavo e preço-alvo de R$ 37,00.

Já o Morgan Stanley e Goldman Sachs mantiveram recomendação equivalente à neutro, com preço-alvo de, respectivamente, R$ 29,50 e R$ 26,60.