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(Bloomberg) — Petróleo a US$ 100 o barril era considerado inevitável não muito tempo atrás, já que estrategistas de Wall Street previam um superciclo das commodities. E a previsão ainda está de pé, mesmo com o avanço da variante ômicron e aumento dos casos de Covid.
O Goldman Sachs disse que, com a demanda recorde, é possível que o petróleo seja cotado a US$ 100 em 2023. O banco acredita que os temores em relação à ômicron são exagerados, pois governos devem combater a nova variante com mais testes do que com lockdowns.
Previsões para o petróleo Brent cotado em dólares em 2023, com base nas estimativas de inflação e no efeito sobre o dólar, já apontavam o barril perto desse nível. Em outubro, faltavam apenas US$ 7,04 para a cotação em dólares atingir US$ 100 em 2023.
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O mercado viu esse movimento há apenas alguns anos. Em 2011, o Brent subiu para US$ 126 o barril e ficou acima de US$ 100 nos três anos seguintes, enquanto a Primavera Árabe se espalhava pelo norte da África e impactava países produtores de petróleo como a Líbia, membro da Opep+.
A demanda se desacelerou em 2014 com o desaquecimento da economia da China e com o boom do gás de xisto nos Estados Unidos, que aumentou a oferta em ritmo muito rápido. O resultado foi uma queda de mais de 70% no preço do petróleo que durou até 2016, quando o mercado encontrou um novo equilíbrio. Dois anos de crescimento global se seguiram, até o início da guerra comercial entre EUA e China em meados de 2018.
Esse cenário é semelhante ao atual. A economia global se recupera das restrições para combater a pandemia de Covid no ano passado. O petróleo a US$ 100 era visto como inevitável devido à hesitação da Opep+ em colocar mais barris no mercado e produtores americanos mais responsáveis no lado fiscal, com menos perfurações e empréstimos.
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No longo prazo, há demanda no horizonte, já que até mesmo companhias aéreas em dificuldades preveem que as viagens retornarão aos níveis de 2019 em 2023. A venda coordenada global das reservas seria útil para reduzir os preços na bomba para consumidores americanos, mas é considerada uma solução de curto prazo.
O aumento dos preços do petróleo devido à demanda reprimida tem sido um dos principais impulsionadores da inflação. Mas também funciona de outra forma. A inflação tem efeito sobre o valor do dólar, a moeda na qual os contratos de petróleo são cotados. Com a valorização do dólar, influenciada pelo aumento dos rendimentos dos títulos e expectativa de três aumentos dos juros nos EUA em 2022, o petróleo a US$ 100 pode vir mais rápido do que o esperado.
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