Petróleo demorará 10 anos para atingir pico – Petrobras (PETR4) deve ganhar com isso

Pico da demanda por petróleo deve ocorrer por volta de 2034, em aproximadamente 110 milhões de barris de óleo equivalente por dia, dando espaço para ganhos, aponta Goldman Sachs

Felipe Moreira

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O Goldman Sachs soltou uma atualização para as perspectivas do petróleo nos próximos e reforçou recomendação de compra para ações de algumas empresas petrolíferas pelo mundo, como Petrobras (PETR4) no Brasil.

Para o banco, apesar da grande atenção dada ao impacto dos veículos elétricos (EVs) na demanda por gasolina, o pico da demanda por petróleo ainda está a uma década de distância.

Segundo os cálculos da equipe de análise do banco, o pico da demanda por petróleo deve ocorrer por volta de 2034, em aproximadamente 110 milhões de barris de óleo equivalente por dia (mb/d), seguido por um longo platô até 2040. Antes disso, o banco americano prevê uma elevação da demanda de 106 mb/d para 108,5 mb/d em 2030.

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Nesse contexto, o Goldman Sachs tem uma visão mais otimista do que a da Agência Internacional de Energia (IEA), que avaliou que a demanda por petróleo atinge o pico antes de 2030.

Para o banco, a duração do ciclo de alta do refino global pode ser mais longa do que os investidores atualmente antecipam, pois a utilização global do refino pode permanecer bem acima dos níveis médios históricos entre 2024 a 2027.

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O Goldman Sachs vê uma configuração apertada para o mercado de refino fora da China, assumindo que as exportações da China permaneçam restritas.

Com relação aos EVs, o banco comenta que a recente estagnação nas vendas aumenta as chances do cenário de adoção lenta de EVs, o que implica que a demanda por petróleo continuaria aumentando para cerca de 113 mb/d até 2040.

Entre os derivados do petróleo, o banco disse ser mais construtivo sobre os médios (diesel/combustível de aviação) do que sobre a gasolina, pois o crescimento incremental da oferta destes devem ficar significativamente atrás do crescimento da demanda entre 2024 a 2027, em parte devido ao pico de demanda posterior que esperada para os derivados médios (meados da década de 2030) em comparação com a gasolina (2028).

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Combinando a perspectiva mais positiva de demanda por petróleo a longo prazo com a análise de oferta para upstream (exploração e produção) e refino, o Goldman destacou 23 ações globais classificadas como comprar ou vender ao longo da cadeia de valor global do petróleo. Para upstream, o banco disse gostar dos líderes em fluxo de caixa livre (Shell, Petrobras, CNOOC, CVE, CNQ), bem como exposição ao potencial de crescimento (ENI, COP, DVN) e portfólios lucrativos (PTTEP, STO, CVX); para refino, afirma gostar dos beneficiários da força das margens de refino (Thai Oil, S-Oil, Reliance Industries, Repsol, DINO, MPC, PSX), bem como dos líderes em biocombustíveis). O banco ainda disse ser mais negativo sobre ONGC, IOC e HelleniQ.

Petrobras é compra

O Goldman Sachs tem recomendação de compra para ações da Petrobras, pois vê a estatal oferecendo forte geração de caixa (FCF) nos próximos anos, além de um rendimento de FCF de cerca de 14% e um rendimento de dividendos de cerca de 9%.

“A Petrobras experimentou uma valorização contínua do preço das ações nos últimos anos, o que é atribuido a fundamentos sólidos e à governança aprimorada como resultado da reestruturação iniciada em 2016”, diz relatório.

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Diante disso, o banco acredita que será importante para os investidores monitorar se algum aspecto da governança será alterado, além do recente anúncio de mudanças na diretoria – embora o banco acredite que as leis atuais e os estatutos da Petrobras em vigor tornem desafiador para uma nova administração mudar significativamente a alocação de capital e as políticas de precificação de combustíveis.

A Petrobras se destaca, segundo os analistas, dada sua grande exposição à Bacia de Santos, atualmente em fase de crescimento, com um número importante de FPSOs (plataformas_ entrando em operação e aumentando a produção em direção ao pico, compensando a deterioração de seus ativos maduros na Bacia de Campos.

Os preços-alvo do Goldman de 12 meses para ações ordinárias e preferenciais da Petrobras são de, respectivamente, R$ 46,10 e R$ 41,90.

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