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Após pregões seguidos de alta com o aumento das tensões geopolíticas por conta do conflito Israel-Hamas, a sessão é de queda para o petróleo com as notícias de alívio nas sanções dos EUA contra a Venezuela.
Por volta das 7h (horário de Brasília), os contratos futuros do Brent para dezembro caíam 1,97%, para US$ 89,70 o barril. Já o WTI para novembro tinha baixa de 1,55%, a US$ 86,77 por barril.
O Gabinete de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês) do Tesouro dos Estados Unidos emitiu uma licença de seis meses que autoriza de forma temporária as transações com o setor de petróleo e gás da Venezuela. A suspensão das sanções ocorre após o regime de Nicolás Maduro concordar em retomar as negociações com a oposição para eleições livres no ano que vem.
Segundo comunicado oficial, “a licença só será renovada se a Venezuela cumprir os seus compromissos no âmbito do roteiro eleitoral, bem como outros compromissos relativos àqueles que são presos injustamente”.
O órgão também emitiu uma segunda licença em que autoriza negociações dos Estados Unidos com a empresa estatal Minerven, de mineração de ouro, que a instituição “que teria efeito em reduzir o comércio de ouro no mercado negro”.
O Tesouro americano alterou ainda duas licenças para remover a proibição de negociação secundária de certos títulos soberanos venezuelanos e de dívida e capital da Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA). Entretanto, a proibição de negociação no mercado primário de títulos venezuelanos permanece em vigor.
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“O Tesouro está preparado para alterar ou revogar autorizações a qualquer momento, caso os representantes do presidente da Venezuela Nicolás Maduro não cumpram os seus compromissos”, alertou o comunicado, indicando que todas as outras restrições impostas pelos Estados Unidos à Venezuela permanecem em vigor.
Não se espera que o acordo expanda rapidamente a produção de petróleo da Venezuela, mas poderá aumentar os ganhos ao devolver a algumas empresas estrangeiras os seus campos petrolíferos e ao fornecer o seu petróleo bruto a um conjunto mais amplo de clientes que pagam em dinheiro, disseram especialistas.
Os preços do petróleo subiram cerca de 2% na sessão anterior devido a preocupações com interrupções no fornecimento global depois que o Irã pediu um embargo de petróleo a Israel devido ao conflito em Gaza.
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Além disso, os EUA reportaram que os seus estoques de petróleo caíram 4,491 milhões de barris na semana, enquanto analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal esperavam alta de 400 mil barris.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não planeja tomar qualquer ação imediata face ao apelo do Irã, membro da OPEP, disseram fontes à Reuters, diminuindo as preocupações sobre potenciais perturbações.
“Embora a Opep não mostre nenhuma indicação de aceitar o apelo do Irã para impor um boicote ao petróleo a Israel, o petróleo quase certamente se tornará uma característica do conflito de várias maneiras”, disse Helima Croft, analista da RBC Capital Markets.
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(com Estadão Conteúdo e agências internacionais)