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A Petrobras (PETR3;PETR4) divulgará seu plano estratégico para os próximos 5 anos, desta vez para 2025-2029, em 21 de novembro, após o fechamento do mercado, e também agendou uma apresentação para investidores no dia seguinte.
O Bradesco BBI espera ver um plano principalmente evolutivo, que apoie os pagamentos de dividendos, especialmente no curto prazo (com menor despesa de capital e a meta de dívida bruta da empresa aumentando dos US$ 65 bilhões).
Para os analistas do banco, embora o mercado possa estar preocupado com um potencial aumento de 5 anos no capex (investimentos) da empresa, a maior parte dessa expansão pode ser explicada pela inflação offshore significativa, que foi bastante acentuada nos últimos 12 meses.
O BBI não espera nenhuma grande mudança esperada na curva de produção da Petrobras, pois vê as estimativas atuais da empresa como já muito conservadoras, incorporando vários riscos potenciais.
Para 2025, a produção de petróleo deve permanecer em cerca de 2,2 milhões de barris (como no plano anterior), mas, para 2029, a produção pode incluir o aumento de plataformas a partir de 2028, bem como novas plataformas em 2029, então a orientação de produção de petróleo para aquele ano pode chegar a 2,6 milhões de barris.
A expectativa é também um corte nos níveis de capex expecificamente para 2025. Na visão do banco, a Petrobras claramente ficou para trás em sua orientação de capex de curto prazo, devido a recursos limitados. Em agosto passado, a administração reduziu sua orientação de capex de 2024 para US$ 13,5 bilhões a US$ 14,5 bilhões, de US$ 18,5 bilhões. “Desta vez, esperamos que a empresa se esforce para fornecer um número mais assertivo em relação a seus investimentos, com o número provavelmente caindo dos US$ 21 bilhões orientados para 2025 em seu plano anterior. Em geral, acreditamos que o mercado agora está mais ancorado em uma faixa de US$ 15 bilhões a US$ 17 bilhões”, aponta a equipe de análise.
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A meta de dívida bruta mais alta pode ainda abrir espaço para dividendos, apontam os analistas. O mercado parecia temer que, com a Petrobras atingindo sua meta de dívida bruta de US$ 65 bilhões em 2025, sua administração poderia potencialmente mudar sua política de dividendos. “Esperamos, no entanto, que esse nível de dívida bruta seja elevado, já que a maior parte dessa composição de dívida vem do leasing (56%, ou US$ 33 bilhões) em vez de sua alavancagem financeira (44%, ou US$ 26 bilhões), o que representa um nível diferente de risco para o balanço”, avalia o BBI.
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Uma grande parte dos compromissos de leasing da Petrobras (cerca de 54%, ou US$ 18 bilhões) não vencem antes de 5 anos, dos quais cerca de 33% (US$ 11 bilhões) estão relacionados a plataformas offshore que vencem apenas em 30 anos; portanto, os riscos de compromisso de curto prazo são muito menores.
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Quando comparado com as principais empresas dos EUA e da Europa, o leasing tem uma participação mais forte na dívida geral da Petrobras. A composição média da dívida para as principais empresas dos EUA/Europa é de 19% de leasing, 81% de dívida financeira, tendo uma dívida financeira/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) esperada para 2025 com média de 0,84 vez, contra 0,55 vez para Petrobras.
Nesse sentido, o banco veria a empresa tendo espaço para aumentar sua alavancagem financeira em possivelmente mais 0,3 vez o Ebitda, ou cerca de US$ 14 bilhões; portanto, a meta de dívida bruta poderia ser elevada para US$ 80 bilhões, na opinião do BBI.
O nível de caixa ideal da Petrobras também pode ser alterado. A Petrobras tem trabalhado com um nível de caixa ideal de US$ 8 bilhões para seus planos estratégicos atuais. Embora esse nível possa variar de acordo com os preços do petróleo e outras variáveis, há uma chance de que esse nível possa ser marginalmente reduzido, dado o excesso de liquidez atual da empresa.
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Plano favorável aos dividendos
Assim, vê um plano geral favorável aos dividendos, especialmente no curto prazo (com menor despesa de capital e a meta de dívida bruta da empresa aumentando em US$ 5 bilhões). A Petrobras normalmente divulga os valores que a empresa espera pagar em dividendos para o plano de 5 anos, que não inclui dividendos extraordinários.
“Em geral, para os próximos 5 anos, esperamos que US$ 50 bilhões em dividendos sejam pagos (versus os US$ 40 bilhões-US$ 45 bilhões relatados pela empresa no plano anterior). Essa estimativa, no entanto, dependeria em grande parte de premissas de petróleo e câmbio que tendem a ser bastante conservadoras do lado da Petrobras, especialmente em relação ao nível de câmbio”, aponta a equipe do BBI.
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O dividendo extraordinário de 2023 da Petrobras provavelmente será anunciado junto com o plano. O Ministério da Fazenda do Brasil aumentou suas previsões de receita em relação aos dividendos para incorporar o pagamento integral das reservas de dividendos da Petrobras neste ano. “Embora esperássemos que a Petrobras pagasse um valor extraordinário variando de US$ 4,0 bilhões a US$ 4,5 bilhões, estamos reduzindo nossas estimativas para US$ 3,5 bilhões (R$ 20 bilhões segundo cotação desta terça ou R$ 1,64 por ação) à luz da recente depreciação acentuada do câmbio”, finaliza.