Petrobras (PETR4) tenta afastar temores sobre nova política de investimentos e assegura dividendos

Divulgação de plano estratégico para 2024-2028 deve ser feita até o final do mês de novembro

Vitor Azevedo

Logotipo da Petrobras no prédio da sede da empresa no centro do Rio de Janeiro (Wagner Meier/Getty Images)
Logotipo da Petrobras no prédio da sede da empresa no centro do Rio de Janeiro (Wagner Meier/Getty Images)

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A diretoria da Petrobras (PETR4), em teleconferência após a publicação de resultados nesta sexta-feira (10), tentou afastar alguns temores quanto ao futuro da política de investimentos da estatal em meio aos diversos rumores sobre o novo plano de negócios a ser revelado até o fim do mês.

Com o novo plano estratégico para sair, e dado o histórico que diretorias indicadas por outros governos do PT têm na companhia, investidores estão de olho nas sinalizações que a gigante brasileira do setor de petróleo dá nesta frente – temendo, principalmente, que a criação de novas frentes de negócios abalem a posição de caixa da Petrobras e a sua distribuição de dividendos.

Antes mesmo da divulgação do resultado, analistas destacaram que toda a atenção dos investidores está para os novos investimentos e para o plano estratégico 2024-2028, visão esta reiterada após o balanço.

“É importante determinar como este desembolso será repartido ao longo dos próximos cinco anos, uma vez que o mercado tende a prestar mais atenção aos pagamentos de dividendos de curto prazo”, avaliou a equipe do Bradesco BBI. “Nosso grande receio diz respeito ao percentual desse novo valor a ser divulgado em breve [do plano de negócios] que deverá ser alocado nos negócios de transição energética e sobre como todo esse processo deverá afetar a distribuição de dividendos da empresa”, comentou a Genial.

Diretores falam sobre investimentos

Durante a teleconferência, os executivos da Petrobras defenderam algumas dessas posições.

Quanto a investimentos em transição energética, por exemplo, Sérgio Caetano Leite, diretor financeiro (CFO), pontuou que se trata de um comportamento visto em todas as majors do setor de óleo e gás.

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Explicação parecida os diretores tiveram ao falar da participação da empresa no setor petroquímico. A questão da Braskem (BRKM5) continua também no radar de analistas, já que a companhia estatal, com 47% da empresa, tem a preferência na aquisição da fatia da Novonor, que quer vender sua participação na empresa, ou pode realizar um tag along.

“Enxergamos muito valor na indústria petroquímica e isso não é de agora. Hoje, há um direcionador estratégico para que a companhia expanda seus negócios nesta frente”, falou Leite. “O direcionador de a gente estar de olho no setor pode não ser contra a venda da Braskem. No entanto, pode também levar a uma compra da Braskem”, desviou.

Os diretores deram também a indicação de que o novo plano estratégico trará contornos gerais de budgets para fusões e aquisições (M&As).

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“O plano está em uma fase sendo validado pelas instâncias como conselho, diretoria, e por aí vai”, explicou. “Não temos, por agora, uma resposta sobre os M&As. Mas, de olho na previsibilidade, queremos dar uma ideia em breve ao mercado do que faremos nesta frente, sobre a forma como faremos esses movimentos”.

Dividendos da Petrobras estão assegurados?

Mauricio Tolmasquim, diretor de transição energética da Petrobras, explicou que, nesta frente, a companhia está olhando empresas que já estão operando no segmento, para entrar em parcerias. Segundo o executivo, há interesse em projetos novos e também já mais maduros, buscando um equilíbrio entre segurança e potencial de valorização.

Apesar da sinalização de mais investimentos, eles também endereçaram que os dividendos estão mantidos.

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“Investimentos, com alocação de capital, visam a geração de valor ao acionista, eles respeitarão sempre a nossa política de pagamento de dividendos. Criamos uma reserva para manter essa política, o que mostra nosso compromisso com a questão”, disse Leite.

Já quanto ao pagamento de dividendos extraordinários, feito no final do ano de olho no controle da dívida e nos investimentos, o executivo defendeu que a empresa avaliará oportunidades, o endividamento e todo o cenário externo.