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A Petrobras (PETR3;PETR4) anunciou a redução dos preços de combustíveis na sessão desta terça-feira (16), na sequência da divulgação mais cedo de sua nova política de preços de combustíveis.
A partir da próxima quarta-feira (17), a Petrobras reduzirá em R$ 0,44 por litro o seu preço médio de venda de diesel A para as distribuidoras, que passará de R$ 3,46 para R$ 3,02 por litro, ou uma queda de 12,8%.
Considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel S10 comercializado nos postos, por exemplo, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,69 a cada litro vendido na bomba. Mantidas as parcelas referentes aos demais agentes conforme a pesquisa de preços da ANP para o período de 7 a 13/05, o preço médio ao consumidor final poderia atingir o valor de R$ 5,18 por litro de diesel S10.
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Para a gasolina A, a Petrobras reduzirá em R$ 0,40 por litro o seu preço médio de venda para as distribuidoras, que passará de R$ 3,18 para R$ 2,78 por litro, ou queda de 12,6%.
Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,03 a cada litro vendido na bomba. Mantidas as parcelas referentes aos demais agentes conforme a pesquisa de preços da ANP para o período de 7 a 13/05, o preço médio ao consumidor final poderia atingir o valor de R$ 5,20 por litro.
“Destaca-se que o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda”, aponta a companhia.
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Já o preço do gás de cozinha cairá 21,3%, ou R$ 8,97 por botijão de 13 quilos.
“O botijão de gás, que é a melhor notícia, baixamos de R$ 100, pela primeira vez desde outubro de 2021. Nós teremos um botijão de gás com preço médio esperado no mercado de R$ 99,87”, disse o presidente Jean Paul Prates, citando a expectativa de valor ao consumidor, após a redução.
Apesar das reduções, o repasse de ajustes da Petrobras aos consumidores finais não é imediato e depende de uma série de questões, como margem de distribuição e revenda, impostos e mistura de biocombustíveis.
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A companhia já havia sinalizado na semana passada que haveria corte de preços.
Em comunicado, a estatal destaca que a redução do preço tem como objetivos principais a manutenção da competitividade dos preços da companhia frente às principais alternativas de suprimento dos seus clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos de refino em equilíbrio com os mercados nacional e internacional.
“Ciente da importância de seus produtos para a sociedade brasileira, a companhia destaca que na formação de seus preços busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”, avalia.
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Na nova política de preços da companhia, segundo a estatal, a formação deles mira a busca por clientes e o custo de oportunidade de venda dos produtos. A Petrobras apontou que não deixará de acompanhar as cotações internacionais do petróleo e seus derivados e diz que os reajustes continuarão sem periodicidade definida, “evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.
“Nova estratégia preserva resultado”, diz Prates
Prates destacou a jornalistas, após se reunir com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em Brasília, que a nova estratégia comercial “preserva o resultado econômico ótimo da empresa, porque a gente não vai absolutamente descer abaixo da rentabilidade”.
“Vou fazer o melhor preço dentro das minhas possibilidades de produtor brasileiro, portanto estamos abrasileirando realmente os preços da Petrobras”, disse o executivo.
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O fim de uma estratégia que segue a paridade de preços de importação, conhecido como PPI, foi uma promessa de campanha do presidente Lula, e cumprida por Prates depois que o CEO conseguiu concluir no fim de abril uma reformulação completa na diretoria e no conselho da Petrobras.
O PPI foi incluído na estratégia da companhia durante o governo Temer, com o objetivo de evitar que a petroleira voltasse a ter prejuízos em sua precificação de produtos, ao ajudar o governo a controlar a inflação. O PPI também contribuiu com o fortalecimendo de concorrentes da Petrobras, fazendo com que outros players passassem a ser responsáveis pelo abastecimento nacional.
Prates afirmou que o PPI desencadeou a greve dos caminhoneiros, depois da Petrobras reajustar um único combustível 118 vezes em 2017 e que, desde então, o indicador virou uma “abstração”.
“Desde então, depois da crise dos caminhoneiros, esse PPI ficou sendo uma abstração, porque ele nunca foi praticado, a verdade foi essa, em cada região, em cada lugar é diferente. Mas para a Petrobras ficou essa imposição”, afirmou.
“Eu não preciso praticar o preço do meu concorrente se eu tenho vantagens competitivas aqui dentro, então nós teremos a melhor alternativa de preços para nossos clientes em cada ponto de venda da Petrobras.”
O CEO da Petrobras mencionou também que a mudança na estratégia comercial da empresa não precisa passar por aprovação do conselho de administração, sendo aprovada apenas pela diretoria.
A empresa informou que as decisões relativas à estratégia comercial continuam sendo subordinadas ao Grupo Executivo de Mercado e Preço, instituído em gestão anterior. Tal comitê é composto pelo presidente da companhia, o diretor executivo de Logística, Comercialização e Mercados e o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores.
(com Reuters)