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Antes mesmo da mudança de governo, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já se sabia que haveria algumas mudanças de direcionamento na Petrobras (PETR3;PETR4), que estão se desenhando aos poucos em 2023.
Uma das missões da atual gestão da Petrobras no momento é aumentar a capacidade de refino, bem como trazer a empresa de volta ao segmento de distribuição de combustíveis.
Neste sentido, de acordo com informações do Broadcast, a empresa deve entrar em disputa para retomar a marca BR, que hoje está arrendada à Vibra (VBBR3) por dez anos, desde a conclusão da venda da BR Distribuidora (que mudou de nome para Vibra), em junho de 2021. De acordo com a reportagem, uma das opções seria questionar a validade jurídica desse contrato com a Vibra. Outra opção seria pagar uma multa para rescindir o contrato.
O Bradesco BBI aponta que o contrato não prevê multa por rescisão. A única hipótese que ensejaria a rescisão seria o descumprimento por uma das partes de alguma das cláusulas contratuais, após notificação de descumprimento pela contraparte. Portanto, a Petrobras não pode pagar multa para rescindir o contrato sem motivo. O contrato é válido até 2028, e a Petrobras deve informar até 2026 o desejo de não renovar o contrato por mais dez anos. Se for esse o caso, a Vibra tem prazo de seis anos para remarcar todas as suas estações (ou seja, até 2032).
“No final das contas, se a Petrobras realmente quiser obter sua marca para construir uma nova infraestrutura de varejo, uma solução razoável poderia ser um acordo mútuo em que a Petrobras financie e execute o rebranding das estações Vibra e pague uma multa que possa ser de interesse financeiro para a Vibra”, avalia.
Embora não tenha uma visão sobre o resultado, os analistas veem a notícia como negativa para a Vibra.
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“Observamos que o reconhecimento da marca é um aspecto comercial fundamental do setor e pode influenciar a dinâmica da participação de mercado. Além disso, notamos que o setor opera com margens baixas e a entrada de um novo concorrente pode pressionar ainda mais a rentabilidade dos distribuidores existentes (incluindo Raízen RAIZ4 e Ipiranga, da Ultrapar UGPA3)”, afirmam.
Para a Petrobras, o Goldman nota que um retorno à distribuição de combustíveis pode implicar em maiores fusões e aquisições e capex (investimentos em capital) orgânico para a empresa nos próximos anos, pressionando os dividendos no curto prazo. O banco tem recomendação neutra para as ações PETR4 e de compra para Vibra.