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O Morgan Stanley elevou a recomendação para os ADRs (recibo de ações de empresas negociadas nos EUA) da Petrobras (PETR3;PETR4) PBR (equivalentes aos ordinários), que passou de equalweight (exposição em linha com a média do mercado, equivalente à neutra) para overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra). O preço-alvo foi elevado de US$ 18 para US$ 20, ou potencial de alta (upside) de 39% em relação ao fechamento de sexta-feira (23).
Os analistas apontam que o case de investimento da estatal continua centrado na remuneração dos acionistas, que — para o bem ou para o mal — está diretamente ligada à alocação de capital. “Nossa análise de cenário de múltiplos aponta para potenciais distribuições extras de cerca de US$ 7 bilhões [R$ 38,3 bilhões] até 2025”, aponta a equipe, ressaltando o potencial retorno total atraente de 60%.
A perspectiva de retorno total atraente ainda está em vigor, avalia a equipe de análise. A ação caiu 17% desde seu pico no início de 2024 e ficou estável nos últimos cinco meses, embora com alta volatilidade.
“Com as mudanças de gestão já passadas, acreditamos que o nível de ruído diminuirá gradualmente, o que pode remover parte do componente de volatilidade. A mensagem do novo CEO e CFO em recentes teleconferências e reuniões nos leva a acreditar na continuidade da estratégia, com a coexistência de um aumento responsável nos investimentos e distribuição de dividendos, desde que haja disponibilidade de caixa extra”, apontam os analistas.
O caso base do banco corresponde a essa narrativa e, com a reintrodução de dividendos extraordinários, o Morgan vê um potencial de retorno total de 60%, composto por 37% de valorização do preço das ações, 16% de dividendos regulares e 7% de distribuições extraordinárias.
O forte perfil de geração de caixa é a principal diferença da Petrobras em relação aos pares em escala global, fornecendo financiamento mais do que suficiente para dividendos nos próximos anos, avalia o banco americano.
“Acreditamos firmemente que a Petrobras tem os melhores ativos de petróleo offshore [poço perfurado abaixo do fundo do mar] do setor, com produtividade de poço incomparável e baixos custos de capex [investimentos em capital] e produção”, avalia o banco, que projeta um rendimento de FCF (fluxo de caixa livre) de 22% em 2024 e 23% em 2025, excedendo em muito o das principais ações de petróleo, com média de 7% em 2024 e 11% em 2025. E, embora possa haver riscos para uma geração de caixa tão alta (como fusões e aquisições e contingências fiscais, entre outros), não espera que isso comprometa materialmente o FCF ou os dividendos de uma forma que afete a atratividade dos rendimentos.
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O Morgan também cita onde poderia estar errado. “A governança deve permanecer nos altos padrões atuais. Desde que emergiu da investigação Lava Jato, trabalhando em uma grande estratégia e recuperação do balanço, o nível de governança corporativa da Petrobras foi levado aos mais altos padrões globalmente. Embora mudanças recentes e posteriores nas equipes de alta e média gerência possam eventualmente provar ter sido bandeiras amarelas, não vimos nenhuma ruptura material nos padrões de governança. Se tais mudanças materiais começarem a aparecer, os riscos para a disciplina de capital e a criação de valor para os acionistas podem aumentar e nos levar a rever nossa postura otimista sobre os retornos totais”, aponta.