Petrobras (PETR4) monitora tensão na Ucrânia, mas CEO diz ver guerra como improvável

Tensão ocorre em momento altista para o mercado de petróleo, impulsionado também pela forte demanda global e oferta insuficiente

Reuters

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RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Petrobras (PETR3;PETR4) monitora a tensão entre Rússia e Ucrânia, que ocorre em momento altista para o mercado de petróleo, impulsionado também pela forte demanda global e oferta insuficiente, disse à Reuters o presidente da estatal, o general da reserva Joaquim Silva e Luna.

O executivo disse ainda considerar improvável uma guerra, e que uma estabilização das tensões tem potencial de esfriar o mercado, algo que também é levado em conta pela companhia antes de qualquer movimento sobre preços de derivados.

No ano, a alta do petróleo Brent de referência global supera 20%, e a commodity renovou uma máxima desde 2014 nesta segunda-feira, diante da ameaça de guerra entre Ucrânia e Rússia, um dos maiores produtores globais de petróleo e gás.

“Estamos vivendo um período de baixo estoque da Opep, excesso da demanda frente à oferta e retomada da economia muito superior ao que o mundo espera no pós-pandemia” avaliou Luna nesta segunda-feira.

“Ainda teve uma friagem forte nos Estados Unidos que gerou um consumo grande, tudo isso baixa estoque, maior demanda e oferta insuficiente. Acho que não poderia (vir essa tensão em pior hora)”, adicionou o executivo.

A Petrobras adota uma política de paridade de preços para os derivados do petróleo no mercado interno, em relação aos valores internacionais, que considera também fatores como o câmbio.

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A alta de petróleo sempre coloca pressão sobre a política de preços.

Nas últimas semanas, no entanto, o dólar perdeu força frente ao real, o que de certa forma “compensou” a pressão que vem do barril de petróleo.

Se o Brent subiu mais de 20% no ano, o dólar caiu cerca de 6% frente ao real. Nesta segunda-feira, a moeda norte-americana teve mínima de fechamento desde setembro de 2021, a 5,2195 reais.

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Parte da alta da commodity já foi repassada em janeiro, quando a Petrobras fez um aumento de 8% nos preços do diesel nas refinarias, enquanto a gasolina vendida às distribuidoras teve alta média de 4,85%.

Entenda mais sobre o impacto da tensão geopolítica no mercado assistindo ao vídeo abaixo: 

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Ao ser questionado sobre novos ajustes nos preços dos combustíveis, diante da tensão entre russos e ucranianos, Luna despistou.

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“A gente está acompanhando e monitorando para ver se é um ponto fora da curva ou se já virou a curva. Estamos 24 horas acompanhando o que está acontecendo”, afirmou ele.

O CEO da Petrobras acrescentou que torce contra um conflito e frisou que, para uma guerra ser evitada, será preciso haver concessão dos dois lados.

“Acho que uma guerra propriamente seja pouco provável, mas cada lado tem ceder… Um conflito, se vai para aérea bélica, ninguém controla. Essa é uma guerra que ninguém quer. Mas ela já existe em nível diplomático, tensões e muitos atores trabalhado.”

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De acordo com Luna, apesar de outros fatores altistas no mercado, no momento em que “estabilizar o conflito” o preço do Brent cai.

Se há fatores de alta dos combustíveis para os consumidores, de outro lado no Congresso brasileiro há discussões em torno de projetos que possam flexibilizar tributos que incidem sobre preços dos derivados de petróleo, visando aliviar custos.

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No ano passado, a inflação oficial do país sofreu forte impacto do reajuste nos combustíveis. A gasolina subiu quase 48% e o etanol mais de 62%, segundo o IBGE.

Somente a gasolina respondeu por quase um quarto da inflação de 2021 que foi de 10,06%.

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