Petrobras (PETR4) diz que foi “surpreendida” com judicialização de contratos de gás

Empresa ressalta que decisões abalam a segurança jurídica, interferindo na formação de preços e colocando em risco abertura do mercado de gás

Equipe InfoMoney

Edifício da Petrobras (Shutterstock)
Edifício da Petrobras (Shutterstock)

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A Petrobras (PETR3;PETR4) informou nesta quinta-feira (30) que foi intimada sobre as decisões liminares que impedem a companhia de adequar os preços “à realidade atual da indústria de gás a partir de janeiro de 2022” e que foi “surpreendida pela judicialização do tema”.

“Há vários meses, a Petrobras está engajada, de boa-fé, em negociações de novos contratos com diversas distribuidoras”, afirmou, ressaltando que ofereceu às distribuidoras de gás natural produtos com prazos de 6 meses, 1 ano, 2 anos e 4 anos e mecanismos contratuais para reduzir a volatilidade dos preços.

Entre os exemplos, a empresa citou a criação de referência de indexadores ligados ao GNL e ao Brent, opção de parcelamento e possibilidade de redução dos volumes nos contratos de maior prazo.

“No entanto, apesar do processo de negociação conduzido entre a Petrobras e as distribuidoras, como prevê qualquer relação comercial e em observância ao estabelecido nas Chamadas Públicas, a Petrobras foi surpreendida pela judicialização do tema”, afirmou.

Ainda segundo a empresa, essas decisões abalam a segurança jurídica do ambiente de negócios, interferindo na livre formação de preços, colocando em risco a implementação da própria abertura do mercado de gás natural no Brasil e atração de investimentos no país.

Decisões

Liminares proferidas pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro determinaram a manutenção das condições dos contratos celebrados entre Petrobras e distribuidoras estaduais (CEG e CEG RIO), cuja vigência terminará em 31/12/2021.

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Também foram proferidas decisões liminares semelhantes para manutenção das condições contratuais referentes às distribuidoras CEGÁS (Companhia de Gás do Ceará), SERGÁS (Sergipe Gás S.A.) e ALGÁS (Gás de Alagoas S.A.), cujos respectivos contratos também se encerram em 31/12/2021.

“A Petrobras esclarece que atende seus contratos de venda de gás por meio de um portfólio de ofertas composto por produção nacional e importação do gás da Bolívia e de Gás Natural Liquefeito – GNL. A alta demanda por GNL e limitações da oferta internacional resultaram em expressivo aumento do preço internacional do insumo, que chegou a subir cerca de 500% em 2021”, escreveu a companhia.

Medidas

A Companhia informou que adotará todas as medidas jurídicas cabíveis em relação aos casos judiciais noticiados.

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Para exemplificar a competição que se instaurou no mercado, a empresa afirmou que é possível citar diversas notícias sobre a existência de contratos com vigência a partir de 01/01/2022, firmados por distribuidoras e consumidores livres com outros fornecedores, tais como Shell, Petrogal, Potiguar E&P, entre outros.

“Além disso, esses produtores firmaram contratos com a Transportadora (TAG) para levar seu gás ao mercado consumidor”.

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