Petrobras (PETR4) divulga resultado nesta 5ª – mais uma vez, toda atenção fica para dividendo

Distribuição de proventos ficou ainda mais para os holofotes após falas do presidente Jean Paul Prates

Vitor Azevedo

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - MAY 12: A person walks by The Petroleo Brasileiro SA (Petrobras) headquarters on May 12, 2023 in Rio de Janeiro, Brazil. Brazilian President Lula Da Silva said on Thursday that his administration is working to reduce the price of gas in Petrobras and that the government will keep its stake at the company. (Photo by Buda Mendes/Getty Images)
RIO DE JANEIRO, BRAZIL - MAY 12: A person walks by The Petroleo Brasileiro SA (Petrobras) headquarters on May 12, 2023 in Rio de Janeiro, Brazil. Brazilian President Lula Da Silva said on Thursday that his administration is working to reduce the price of gas in Petrobras and that the government will keep its stake at the company. (Photo by Buda Mendes/Getty Images)

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A Petrobras (PETR4) divulga nesta quinta-feira (7), após o fechamento do mercado, seu resultado do quarto trimestre de 2023 (4T23). Com os números de produção e vendas já divulgados – e sugerindo um resultado positivo -, analistas, mais uma vez, aguardam com mais ansiedade a quantia que será distribuída aos acionistas em forma de proventos, que deve ser anunciada com os resultados. 

A atenção quanto a esse assunto ganha força após as recentes declarações do presidente da estatal, Jean Paul Prates. Em entrevista no fim de fevereiro para a Bloomberg, Prates afirmou que a Petrobras “será mais cautelosa no pagamento de dividendos extraordinários”, à medida que se move para se tornar uma potência de energia renovável, direcionando mais investimentos – e caixa – para esse braço. 

Apesar de a companhia logo depois ter falado que nada está decidido, investidores aguardam mais sinalizações nessa frente. Como Prates também afirmou que a intenção da Petrobras é em dez anos ter metade da receita proveniente de renováveis, o tamanho dos aportes pode ser considerável.

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Os analistas veem espaço para que a Petrobras recompense os investidores com bilhões de dólares em dividendos extraordinários.

Para o Goldman Sachs, dado que a estatal ainda tinha que pagar este ano o dividendo de US$ 3,5 bilhões anunciados com os resultados do terceiro trimestre, e havia a previsão para outro dividendo ordinário de US$ 3,6 bilhões para o quarto trimestre, há capacidade para o pagamento de até US$ 8 bilhões em dividendo extraordinário. O Citi vê espaço para até US$ 7 bilhões.

A XP foi na mesma linha, afirmando que “todos os olhos estão voltados para o anúncio de dividendos extraordinários”. A casa enxerga que a Petrobras deve trazer um pagamento mínimo de US$ 3,9 bilhões, com os extraordinários ficando, no cenário base, em aproximadamente US$ 5,5 bilhões. A Petrobras foi a segunda maior pagadora de dividendos no setor de petróleo em 2022, atrás apenas da Saudi Aramco.

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Quanto ao operacional, a maioria das casas está otimista em relação aos números trazidos pela Petrobras. A companhia, apesar do recuo do Brent na base sequencial no quarto trimestre, deve trazer receita líquida, Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) e lucro líquido avançando.

“Esperamos que a Petrobras relate resultados sequenciais mais fortes. Os principais impulsionadores para o desempenho mais forte trimestralmente são a maior produção, menores custos de exploração e melhores resultados downstream”, explica o Bank of America.

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O banco americano destaca que a produção doméstica da estatal foi de 2,3 milhões de barris de petróleo por dia, alta de 1,9% na comparação com o terceiro trimestre e de 11,1% no ano. A melhoria, segundo a equipe de análise, pode ser amplamente explicada pela aceleração da exploração nos campos de Itaipu, Búzios e no complexo de Marlim. A produção do pré-sal representou 82% da produção doméstica de petróleo da empresa.

O fortalecimento do braço de exploração também foi percebido na frente de gás e energia da Petrobras, com a produção crescendo 8% no ano. “Houve também um forte aumento nas vendas totais de eletricidade devido à necessidade de maior despacho termoelétrico para atender o pico de demanda”, acrescenta a XP.

Em refino, a empresa registrou uma queda da utilização das suas plantas de 2% frente ao período de julho a setembro. “Notamos que a venda de produtos de petróleo caiu cerca de 5%, principalmente impulsionada pela menor demanda sazonal por diesel e maior participação do etanol no ciclo otto no caso dos volumes de gasolina”, diz o Goldman. 

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Contudo, o recuo dessa frente, bem como a queda da importação dos derivados (de 12% no trimestre e 51% no ano) deve ajudar a melhorar as margens da petroleira. 

De acordo com a LSEG, o consenso para a receita líquida da Petrobras é de R$ 133 bilhões, para o Ebitda, de R$ 75,3 bilhões e para o lucro líquido, de R$ 35 bilhões. 

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