Petrobras (PETR4) divulga plano estratégico com previsão de investir US$ 102 bi entre 2024 e 2028, alta de 31%

Montante previstos está em linha com as especulações do mercado das últimas semanas

Felipe Moreira

Logotipo da Petrobras no prédio da sede da empresa no centro do Rio de Janeiro (Wagner Meier/Getty Images)
Logotipo da Petrobras no prédio da sede da empresa no centro do Rio de Janeiro (Wagner Meier/Getty Images)

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O Conselho de Administração da Petrobras (PETR3;PETR3)) aprovou, em reunião realizada nesta quinta-feira (23), o Plano Estratégico para o quinquênio 2024-2028 (PE 2024-28+), prevendo investir US$ 102 bilhões nos próximos cinco anos.

O total representa um aumento de 31% em relação aos US$ 78 bilhões anunciados pela Petrobras para o período 2023-2027 e ficou em linha com as especulações do mercado de que o valor seria de cerca de US$ 100 bilhões. O cálculo, contudo, considera também os projetos em análise no plano atual.

Do montante, US$ 91 bilhões serão direcionados a projetos em implantação (Carteira em Implantação) e US$ 11 bilhões compostos por projetos em avaliação (Carteira em Avaliação), sujeitos a estudos adicionais de financiabilidade antes do início da contratação e execução.

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“Quando concluídos os estudos e comprovada sua viabilidade econômica, esses projetos podem migrar para a Carteira em Implantação”, explica a estatal. “O estudo de financiabilidade para projetos em avaliação é um item adicional à governança estabelecida de aprovação de projetos, que está mantida para ambas as carteira”.

O capex do segmento Exploração e Produção (E&P) representa 72% do total, seguido pelo Refino, Transporte e Comercialização (RTC) com 16%, Gás e Energia (G&E) e Baixo Carbono com 9% e o Corporativo com 3%.

O capex do E&P soma US$ 73 bilhões no período, com cerca de 67% destinados para o pré-sal, “que tem grande diferencial competitivo econômico e ambiental, com produção de óleo de melhor qualidade e com menores emissões de gases de efeito estufa”, diz a estatal.

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De acordo com o fato relevante, o segmento de Exploração e Produção mantém sua relevância para a companhia com o foco estratégico em ativos rentáveis e investimentos compatíveis com uma visão de longo prazo alinhada à transição energética.

Ao mesmo tempo, a companhia disse que mantém grandes projetos de revitalização em águas profundas (REVIT), além de projetos complementares, a fim de aumentar os fatores de recuperação em campos maduros.

No que tange à exploração, destinam-se US$ 7,5 bilhões no quinquênio, distribuídos da seguinte forma: (i) US$ 3,1 bilhões para exploração na Margem Equatorial; (ii) US$ 3,1 bilhões destinados à exploração nas Bacias do Sudeste; e (iii) US$ 1,3 bilhão para outros países. Está incluída neste investimento a perfuração de cerca de 50 poços em áreas onde a companhia possui direito de exploração em blocos adquiridos.

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Produção de óleo, LGN e gás natural

A Petrobras projeta atingir em cinco anos a produção de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia. A curva de produção considera a entrada de 14 novas plataformas (FPSOs) no período 2024-2028, 10 das quais já contratadas.

As projeções de produção de óleo, produção total e comercial de óleo e gás natural para 2024 foram acrescidas em aproximadamente 100 mil barris de petróleo por dia bpd/boed, na comparação com o plano anterior, considerando o bom desempenho dos campos, as previsões de ramp-ups e entrada de novos poços.

Nos anos de 2025 e 2026, a produção de óleo, produção total e comercial de óleo e gás natural encontram-se inferiores ao projetado no plano anterior em cerca de 100 mil bpd/boed.

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Segundo a Petrobras, a diferença deve-se principalmente às condições atuais de mercado oriundas do contexto global, onde alguns sistemas de produção e projetos complementares de águas profundas tiveram seus cronogramas impactados.

Para 2027, as projeções de produção de óleo e produção total e comercial de óleo e gás natural foram mantidas com relação ao plano anterior. Para o acompanhamento do Plano, considera-se uma margem de variação de +-4%.

Refino, Transporte e Comercialização

O capex do RTC totaliza US$ 17 bilhões para o período 2024-2028. “O segmento segue com foco no melhor aproveitamento dos ativos de refino e logística e maior eficiência energética, visando ampliar a capacidade de produção de diesel e aumentar gradualmente a oferta de produtos para mercado de baixo carbono”, diz a Petrobras.

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O PE 2024-28+ prevê o aumento de capacidade de processamento nas refinarias em 225 mil barris por dia (bpd) e da produção de diesel S-10 em mais de 290 mil bpd até 2029, suportado pela entrada de grandes projetos como o Trem 2 da RNEST, Revamps de unidades atuais e implantação de novas unidades de produção de diesel (HDT) na REVAP, REGAP, REPLAN, RNEST e GASLUB.

Em biorrefino, a companhia prevê investimentos de US$ 1,5 bilhão, que suportarão o crescimento da capacidade de produção de Diesel R5, com 5% de conteúdo renovável, na REPAR, RPBC, REDUC e REPLAN. Também está prevista a instalação de plantas dedicadas de BioQav e diesel 100% renovável na RPBC e no GASLUB, que serão concluídas após 2028.

Gás & Energia

Os investimentos na área de Gás & Energia somam US$ 3 bilhões no quinquênio.

Segundo documento, uma das prioridades da Petrobras neste segmento é ampliação da infraestrutura e portfólio de ofertas de gás natural.

Considerando os investimentos em produção e escoamento de gás no segmento E&P, a companhia planeja aumentar a oferta de gás nacional da Petrobras investindo cerca de US$ 7 bilhões nos próximos cinco anos.

Redução da pegada de carbono

A Petrobras destinará até US$ 11,5 bilhões para projetos de baixo carbono nos próximos cinco anos, considerando os investimentos transversais nos diversos segmentos de negócio.

São contempladas iniciativas e projetos de descarbonização das operações assim como o amadurecimento e desenvolvimento de negócios no segmento de energias de baixo carbono, com destaque para biorrefino; eólicas; solar; captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) e hidrogênio.

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