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Após ter surpreendido o mercado em novembro passado ao anunciar a volta da Petrobras (PETR4) ao setor de etanol, a presidente da estatal, Magda Chambriard, disse ao jornal Estadão que está conversando com cinco ou seis grandes produtores para uma eventual parceria. A estatal havia demonstrado interesse pelo segmento pela primeira vez na década de 1970.
Chambriard justifica que não vê sentido em abandonar um combustível que concorre com a gasolina, um produto cujas vendas tendem a cair com a transição energética, e afirma que deseja que a Petrobras seja “uma noiva cobiçada”.“Nem só de eólica e solar vive o homem”, comenta. “A gente tem no DNA a molécula.”
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A presidente da Petrobras busca garantir a relevância da estatal como produtora de energia, apostando no biocombustível, que atualmente tem 27% de participação na gasolina, e deve crescer nos próximos anos. Ela destaca que a Petrobras responde por 31% da energia primária no Brasil, e prevê que, em 25 anos, a empresa manterá sua contribuição, com 23% de energia fóssil e 8% de renovável.
Sem mencionar nomes, Chambriard afirmou que as discussões com os possíveis parceiros no segmento de etanol estão em andamento, mas ainda não há prazo para o fechamento da operação.
A executiva se limitou a informar que não será uma estatal e indicou que a petrolífera não quer ser majoritária em uma eventual joint venture (um investimento compartilhado com outra empresa).
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De acordo com o Estadaão, alguns nomes que estariam na mesa são produtores como Inpasa, FS Bio, Tereos Brasil, São Martinho e outros, além de empresas ligadas a petroleiras, por exemplo, a Raízen, joint venture de Shell e Cosan, e a BP Bioenergy.
Além do etanol, os planos de Chambriard envolvem a expansão da produção de biodiesel e dos combustíveis coprocessados, como o Diesel Renovável (Diesel R), um dos xodós da executiva.
Segundo a reportagem, a produção de biodiesel deve crescer por meio do fortalecimento da PBio, empresa que estava no processo de desinvestimento no governo Bolsonaro e foi retirada dessa situação no ano passado.
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Com relação à a matéria-prima, a CEO da Petrobras disse não haver preferência por milho ou cana-de-açúcar.