Petrobras (PETR4) avança em agenda ESG, mas ainda tem desafios, aponta UBS BB

Estatal vem avançando quando o assunto é emissão de carbono e também em governança

Vitor Azevedo

Petrobras (Foto: Mario Tama/Getty Images)
Petrobras (Foto: Mario Tama/Getty Images)

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Após o anúncio da Petrobras (PETR3;PETR4) da última quarta-feira (18), de que avalia criar um parque eólico offshore na Bacia de Campos junto da norueguesa Equinor, hoje o UBS BB, em relatório, abordou as recentes iniciativas da companhia na frente ESG (sigla em inglês para denominar as melhores práticas ambientais, sociais e de governança corporativa – ou ASG, em português).

Na frente ambiental, os analistas do banco suíço destacam que a Petrobras, até então, está focada em diminuir sua emissão de carbono, com investimentos em energias renováveis ainda pequenos, reforçando que a estatal “ainda é uma companhia de petróleo”, com as questões que envolvem as empresas do setor. As iniciativas como as de ontem, que miram o desenvolvimento de energia renovável, ainda são tímidas.

O foco de ação da Petrobras, no entanto, vem trazendo resultados. Na frente de extração, seu core business, os analistas destacam que estatal diminuiu suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 48%, para 15,7 kg de CO² para cada barril de petróleo ou equivalente, na comparação com aquilo registrado em 2009.

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A queda se dá, principalmente, pelo fato de parte do petróleo extraído do pré-sal, atual core business da petroleira, ser normalmente mais “limpo” do que a média. E apesar de já ter registrado melhora, a companhia ainda vem buscando avançar mais nesta frente.

“O foco declarado da Petrobras em temas ambientais (além de evitar acidentes) é tornar-se competitiva não apenas pelo lado econômico, mas também em termos de intensidade de carbono”, comentam os analistas. “De acordo com seu plano estratégico, a Petrobras já está posicionada nas melhores posições quando o assunto é [menor] emissão de carbono na cadeia de petróleo e gás, reflexo de seus investimentos no pré-sal”, complementam.

O UBS BB destaca que, dos US$ 2,8 bilhões do capex de 2022-2026 atribuídos pela Petrobras ao posicionamento em baixo carbono, US$ 1,8 bilhão está sendo gasto na descarbonização de suas próprias operações.

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A Petrobras vem avançando em suas formas de reinjetar o CO² proveniente da extração nos próprios campos, com os programas de captura, uso e armazenamento geológico do gás carbônico (Carbon Capture, Utilization and Storage – CCUS) . Entre 2008 e 2021 a companhia reinjetou cerca de 30 milhões de toneladas de CO² nos reservatórios.  Até 2025, a estatal espera ter injetado 40 milhões de toneladas.

No segmento de refino, os analistas veem o desafio sendo maior.  Do lado positivo, destacam que a Petrobras vem deixando esse braço de lado com a venda de vários ativos, que deve chegar a 50% de todo o portfólio.

Do capex (investimentos em capital) da Petrobras, apenas US$ 600 milhões serão utilizados no desenvolvimento de novos produtos, como por exemplo em diesel renovável. O esperado, no entanto, é que ela traga novas iniciativas nessa frente em breve.

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Na frente social e de governança, Petrobras também avançou mas obstáculos são ainda maiores

Quando o assunto é social e governança, o UBS vê que a Petrobras avançou nos últimos anos. “Há algum tempo, vários mecanismos de governança foram implementados, a fim de proteger os interesses das minorias e limitar potenciais interferências externas”, pontuam os analistas.

Apesar disso, o banco vê que a Petrobras ainda tem de manter um “equilíbrio desafiador”, ao ser uma empresa de economia mista – ao mesmo tempo, contribuir para a sociedade e para os seus acionistas.

No passado, o banco lembra que a estatal já subsidiou preços e que esteve nos holofotes durante a Operação Lava Jato. “Nossa classificação de compra pressupõe a continuidade da política e estratégia de precificação de combustíveis da empresa. Mas, para uma empresa que viu 40 CEOs em 68 anos, a ’continuidade’ pode continuar sendo um ponto de atenção”, terminam.

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O UBS tem preço-alvo de R$ 45 para as ações ordinárias e preferenciais, com potenciais de alta respectivos de 21% e 32% em relação ao fechamento desta quinta-feira (19).

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