Petrobras (PETR4) anuncia alteração em estrutura organizacional e deve eleger Conselho nesta 5ª; confira no que ficar de olho

Além da renovação dos conselheiros, obrigatória em função da troca de um deles, outros sete itens estão na pauta; dividendos do 4T22 também no radar

Equipe InfoMoney

Edifício da Petrobras (Shutterstock)
Edifício da Petrobras (Shutterstock)

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O Conselho de Administração da Petrobras (PETR3;PETR4) aprovou, em reunião realizada nesta quarta-feira (26), a proposta de ajuste organizacional da companhia, que passa a valer a partir de 1º de maio. De acordo com a empresa, o ajuste não altera o número atual das diretorias e não gera aumento de custos.

Em nota, a Petrobras informou que a proposta tem três objetivos. “Entre eles, preparar a companhia para a transição energética com a criação de área focada no tema; reunir as atividades de engenharia, tecnologia e inovação, fortalecendo a área de desenvolvimento de projetos com os esforços de pesquisa e desenvolvimento; além de concentrar atividades corporativas em uma área voltada à gestão da companhia, fortalecendo sinergias entre os processos”.

A companhia vai criar a diretoria de Transição Energética e Sustentabilidade, que será ocupada por Mauricio Tolmasquim. Ela terá, na sua área, as gerências executivas de Gás e Energia e de Mudança Climática e Descarbonização.

A atual diretoria de Desenvolvimento da Produção, ocupada por Carlos José do Nascimento Travassos, passa a ser Diretoria de Engenharia, Tecnologia e Inovação, e incorporará o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo A. Miguez de Mello (Cenpes).

Já a atual diretoria de Refino, Gás e Energia, ocupada por William França da Silva, passa a ser denominada Diretoria de Processos Industriais e Produtos.

A diretoria de Comercialização e Logística, ocupada por Claudio Romeo Schlosser, passa a ser denominada Diretoria de Logística, Comercialização e Mercados.

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A diretoria de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade será extinta. A atual diretora, Clarice Coppetti, passa a ser diretora de Assuntos Corporativos, que administrará os processos internos de gestão de pessoas, saúde, meio ambiente e segurança (SMS) e serviços compartilhados, e incorporará a estrutura de transformação digital, segurança da informação e tecnologia de informação.

As gerências executivas de Comunicação, Responsabilidade Social e Relacionamento Externo ficarão ligadas à presidência da Petrobras.

A diretoria Financeira e de Relacionamento com Investidores, ocupada por Sergio Caetano Leite passa a ser responsável pela área de Gestão de Portfólio.

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Estão mantidas as diretorias de Exploração e Produção e de Governança e Conformidade.

De olho na AGO

Já a partir das 13h (horário de Brasília) desta quinta-feira (27), a Petrobras realiza Assembleia Geral Ordinária (AGO) de acionistas para eleger oito novos membros do colegiado, que tem 11 assentos.

Além da renovação dos conselheiros, obrigatória em função da troca de um deles, outros sete itens estão na pauta.

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Um deles diz respeito à remuneração da diretoria executiva, conselhos de administração e fiscal, além de comitês estatutários. Na última reunião do CA, em 22 de abril, foi aprovada uma proposta de aumento de 43,88% para os alto funcionários da empresa, parte dos quais não tinha reajuste há oito anos. A nova remuneração deverá ser votada pelos acionistas, universo no qual a União tem a maioria de votos. Será, portanto, decisão do governo Lula, atual representante da União na Petrobras.

Outros itens na pauta da AGO são a propostas para a destinação do resultado de 2022, assim como a tomada de contas dos administradores; e exame, discussão e votação do Relatório da Administração e das Demonstrações Financeiras da Companhia, acompanhadas do relatório dos auditores independentes e do Parecer do Conselho Fiscal, referentes ao ano passado.

Os acionistas ainda terão de aprovar os cinco membros para o Conselho Fiscal, dentre os quais um indicado pelos acionistas ordinaristas minoritários e um pelos titulares de ações preferenciais, ambos através do processo de eleição em separado, assim como suplentes.

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Os dividendos do 4T22 serão um assunto importante a ser tratado na AGO, destaca o BBI. O governo terá que decidir se aprova ou não o pagamento de US$ 0,90 por ADR (US$ 5,9 bilhões) referente aos resultados do 4T22. O BBI e o consenso de mercado acreditam que o governo aprovará a distribuição de proventos. Caso não sejam aprovados, a ação deve reagir negativamente.

No início de março, a companhia anunciou que foi aprovada, pelo Conselho de Administração, a proposta de pagamento de dividendos no valor de R$ 2,74573369 por ação preferencial e ordinária referente ao quarto trimestre. Com isso, os dividendos totalizam R$ 35,8 bilhões no período, com a proposta sendo encaminhada para a AGO desta data.

O Conselho também sugeriu aos acionistas que analisem a criação de uma Reserva Estatutária, de forma a reter um valor do dividendo de até R$ 0,49806828 por ativo. Se for aprovada, isso significará a uma redução na distribuição do provento por ação da casa dos R$ 2,74 para cerca de R$ 2,24.

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A medida foi proposta uma vez que o montante a ser distribuído ultrapassa a aplicação da fórmula da política de dividendo, de acordo com a estatal.

Caso os acionistas não acatem a sugestão do Conselho de criar a Reserva, ou, caso não seja retido todo o saldo, o Conselho, por maioria, recomendou aos acionistas que o pagamento desses R$ 0,49806828 por ação ou do saldo remanescente ocorra em 27 de dezembro, corrigido pela Selic e deduzido do valor da segunda parcela de dividendos.

Já se a proposta de distribuição de dividendos for aprovada pelos acionistas sem a retenção de reservas e sem postergação sugerida pelo Conselho aos acionistas, os dividendos serão pagos em duas parcelas iguais nos meses de maio e junho.

(com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)