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Na esteira da elevação de recomendação na semana passada pelo Bradesco BBI após o reajuste de combustíveis, mais dois grandes bancos passaram a ter uma visão mais otimista sobre as ações da Petrobras (PETR3;PETR4), levando a um salto dos ativos no pregão desta quarta-feira (23) apesar da queda de cerca de 1,5% do petróleo na sessão.
O Bank of America (BofA) e o BTG Pactual elevaram a recomendação dos ativos da estatal de neutra para compra, fazendo com que os ativos PETR3 subissem 5,70%, a R$ 35,41, e os PETR4 tivessem ganhos de 5,33%, a R$ 32,24.
Os analistas do BofA destacam que a Petrobras é um “transatlântico que paga dividendos”, atualizando também o preço objetivo das ações de R$ 33 para R$ 45, implicando um ganho potencial de cerca de 40%.
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O BofA projeta que a Petrobras pagará dividendos extraordinários considerando que: 1) não possui reserva estatutária e, portanto, não pode reter caixa; e 2) a visão de que o governo brasileiro apoia dividendos extraordinários devido à sua situação fiscal (já que a União receberá uma boa parte destes provenso).
“Neste contexto, estimamos uma forte perspectiva de rendimento de dividendos para o segundo semestre e para 2024”, avalia. Pelos cálculos do banco, o dividend yield (dividendo em relação ao preço da ação) da estatal poderá atingir 19% no segundo semestre ( com preços do petróleo de US$ 81 o barril, ou bbl) e 22% em 2024 (petróleo de US$ 90/bbl).
Outros fatores que sustentam a visão positiva são: 1) forte crescimento da produção até 2028-29; e 2) uma política de preços de combustível mais alinhada com os preços internacionais, o que reduz as preocupações com a influência do governo.
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O BTG Pactual também elevou sua recomendação para a ação PN da Petrobras para “compra”, estabelecendo preço-alvo de R$ 39, dizendo ver menores riscos após o reajuste de combustíveis anunciado pela empresa na semana passada.
“A decisão da semana passada de aumentar os preços dos combustíveis marcou a queda de uma das últimas razões para nossa postura cautelosa de longa data sobre as ações”, escreveram os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte em relatório.
A Petrobras aumentou em 16,3% os preços médios da gasolina vendida às distribuidoras e em 25,8% os do diesel, diante de uma defasagem em relação ao mercado internacional após a alta da cotação do petróleo, dirimindo riscos ao abastecimento.
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A equipe do BTG disse ainda que havia “subestimado” os mecanismos de defesa dos estatutos da Petrobras e a proteção oferecida pela lei das estatais.
“Nós agora acreditamos (e esperamos) que a alocação de capital da Petrobras não pode ser tão facilmente gerenciada, protegendo os resultados, preservando seu balanço enxuto e melhorando a visibilidade de que os dividendos permanecerão mais fortes por mais tempo.”
Os analistas citam ainda que, apesar de ruídos, as ações da nova diretoria da estatal vêm mostrando não apenas “um grau razoável de racionalidade”, pois também têm evitado colocar algumas fortalezas financeiras e operacionais da Petrobras em risco.
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(com Reuters)
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