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Após o anúncio de elevação dos preços dos combustíveis, o Bradesco BBI revisou a cobertura para Petrobras (PETR4), elevando a recomendação para os ativos preferenciais da companhia de neutra para outperform (desempenho acima da média do mercado, ou equivalente à compra). O preço-alvo foi mantido em R$ 38, o que corresponde a um potencial de valorização de 23% em relação ao fechamento de terça-feira.
“Após aumentos surpreendentes e robustos nos preços da gasolina e do diesel hoje, vemos o retorno total da Petrobras potencialmente ultrapassando 30% ou até 40% em 2024. Vemos isso como muito atraente, especialmente em um mercado muito difícil e volátil”, avaliam os analistas Vicente Falanga e Gustavo Sadka, que assinam o relatório.
Os reajustes foram de 16% para a gasolina e 26% para o diesel. Isso representa aproximadamente um FCFE (fluxo de caixa livre para o acionista) incremental de 7% ao ano para a Petrobras (US$ 6 bilhões), que pode ser convertido em dividendos em grande parte, dependendo de onde os preços do petróleo ficarem.
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“O aumento aparentemente não causou grandes reações políticas negativas, o que mostra que provavelmente estava em consonância com os desejos fiscais”, aponta a equipe de análise.
Assim, o BBI vê grandes chances de que a maior parte desse aumento se traduza em dividendos. O banco cita que o CFO da estatal, Sergio Caetano Leite, afirmou anteriormente que o aumento do capex (investimentos) para o plano de negócios nos próximos 5 anos deva ficar próximo a US$ 8 bilhões. Mesmo que o aumento seja maior, espera-se que seja em grande parte retroativo.
“Com o aumento de preços, vemos o dividend yield [dividendo em relação ao preço da ação] potencialmente variando de 17% a 27% em 2024 (dependendo do pagamento extraordinário), muito acima da média global da indústria de 10%”, destacam Falanga e Sadka.
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Ao olhar para os ADRs (ações da companhia negociadas na Bolsa de Nova York), os analistas apontam que, embora o preço-alvo de US$ 15 por ativo ofereça um potencial de valorização de apenas 15% em dólares (baixo, comparado a outras empresas de sua cobertura), com dividendos, o retorno total da Petrobras poderia ser bem maior (32-42%).
Para os analistas, qualquer acordo com o governo para liquidar obrigações fiscais pode ser um risco para os dividendos. No entanto, também precisaria ser aprovado pelos conselheiros minoritários (dada a natureza de parte relacionada da transação). “Além disso, o rendimento esperado agora é tão robusto que vemos bastante proteção para esse risco”, apontam.
Cabe ressaltar que ganhou destaque na última terça a notícia de que o Ministério da Fazenda estaria negociando com a estatal pagamento de parte do passivo no Carf, o que foi negado pela companhia.
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