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A Petrobras (PETR3;PETR4) afirmou, nesta sexta-feira (18), que repassou só parte do aumento dos preços internacionais do petróleo ao reajustar a gasolina em 18% e o diesel em 25% nas refinarias na semana passada.
Em novo comunicado, a estatal disse que “apesar da disparada dos preços internacionais”, avaliou a conjuntura de mercado e “decidiu não repassar de imediato a volatilidade”. “Somente no dia 11 de março, após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, a Petrobras implementou ajustes nos seus preços de venda”.
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Mesmo assim, a petroleira admitiu que o reajuste foi inferior ao necessário para atingir a paridade de preços, que continuaram defasados em relação ao mercado internacional. “Os valores aplicados naquele momento, apesar de relevantes, refletiam somente parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, que foram fortemente impactados”.
A empresa voltou a dizer que o reajuste foi “necessário para que o mercado brasileiro continuasse sendo suprido, sem riscos de desabastecimento”, mas fez questão de ressaltar que “que evita repassar para os preços internos as volatilidades das cotações internacionais e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais”.
Disse ainda que que a guerra entre Rússia e Ucrânia “reforça a importância de que os preços no Brasil permaneçam alinhados ao mercado global para assegurar a normalidade do abastecimento e mitigar riscos de falta de produto”.
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Críticas de Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem criticado reiteradamente o reajuste, que atingiu não só a gasolina e o diesel, mas também o gás GLP (que impacta o preço do botijão de gás). Apesar disso, reconheceu seus limites para interferir na estatal.
“Se eu quiser trocar hoje o presidente da Petrobras, não posso”, afirmou Bolsonaro em transmissão ao vivo nas redes sociais. “A Petrobras é praticamente independente”.
No comunicado, a petroleira afirmou que “tem sensibilidade quanto aos impactos dos preços na sociedade e mantém monitoramento diário do mercado nesse momento desafiador e de alta volatilidade”.
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Em meio às tensões causadas pelo reajuste, o governo vem expondo o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, a uma espécie de fritura pública na expectativa que o general peça demissão do cargo.
Segundo o jornal “Valor Econômico”, até mesmo integrantes da ala militar do governo têm criticado o colega nos bastidores e somente dois quadros militares têm defendido Silva e Luna publicamente: o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), que tem uma relação estremecida com Bolsonaro, e o ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque.
Veja, abaixo, o comunicado completo da Petrobras:
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Nos últimos meses, o mercado internacional de petróleo vem enfrentando elevada volatilidade, tendo a Covid-19, seus impactos e incertezas, como pano de fundo. Mais recentemente, as tensões geopolíticas na Europa adicionaram mais uma componente de volatilidade, tendo culminado com a invasão da Ucrânia pela Rússia no dia 24 de fevereiro.
Em um primeiro momento, apesar da disparada dos preços internacionais, a Petrobras, ao avaliar a conjuntura de mercado e preços conforme governança estabelecida, decidiu não repassar de imediato a volatilidade, realizando um monitoramento diário dos preços de petróleo. Somente no dia 11 de março, após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, a Petrobras implementou ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras de gasolina, diesel e GLP.
Os valores aplicados naquele momento, apesar de relevantes, refletiam somente parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, que foram fortemente impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial por energia.
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Esse movimento da companhia foi no mesmo sentido de outros fornecedores de combustíveis no Brasil que, antes da Petrobras, já haviam promovido ajustes nos seus preços de venda, e necessário para que o mercado brasileiro continuasse sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras.
A Petrobras segue todos os ritos de governança e busca um equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo que evita repassar para os preços internos as volatilidades das cotações internacionais e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais.
Esse posicionamento permitiu que os preços nas refinarias da Petrobras tenham permanecido estáveis por 152 dias para o GLP, e 57 dias para a gasolina e o diesel, mesmo nesse quadro de ascensão do preço internacional.
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Nos últimos dias, observamos redução dos níveis de preços internacionais de derivados, seguida de forte aumento no dia de ontem. A Petrobras tem sensibilidade quanto aos impactos dos preços na sociedade e mantém monitoramento diário do mercado nesse momento desafiador e de alta volatilidade, não podendo antecipar decisões sobre manutenção ou ajustes de preços.
Seguimos em ambiente de muita incerteza, com aumento na demanda por combustíveis no mundo, num momento em que os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia impactam a oferta, gerando uma competição no mundo pelo fornecimento de produtos, o que reforça a importância de que os preços no Brasil permaneçam alinhados ao mercado global para assegurar a normalidade do abastecimento e mitigar riscos de falta de produto.
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