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Após um mês de março bastante conturbado, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) deram a volta por cima em abril e encerraram o mês com as maiores altas do Ibovespa. O fim do impasse sobre a distribuição de dividendos extraordinários, com a decisão de um pagamento parcial, deu fôlego aos papéis da estatal nos últimos dias do mês.
As ações ordinárias da petroleira encerraram abril com uma valorização de 18,65%, enquanto as preferenciais com 15,57%, enquanto o Ibovespa teve queda de 1,7% no acumulado mensal em decorrência das incertezas no campo fiscal e dos possíveis impactos na condução do corte de juros no Brasil. No ano, as ações acumulam avanço de cerca de 17%.
A decisão sobre o pagamento dos dividendos extraordinários que foram retidos em março aconteceu no dia 19, quando a empresa informou ao mercado a distribuição de 50% do montante, equivalente a R$ 22 bilhões. A Petrobras ainda considerou a possibilidade de distribuir os outros 50% ao longo de 2024. A nova postura trouxe alívio para os investidores que viram os riscos de interferências políticas darem uma trégua.
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“Em virtude de todo o cenário levantado do déficit orçamentário fiscal, o ministro da Fazenda Fernando Haddad reforçou a necessidade da Petrobras liberar esse recurso (dividendos extraordinário) para minimizar o rumo das contas públicas, já que o governo federal é um dos maiores acionistas da companhia”, pontua Dierson Richetti, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital.
Em meio a esse cenário, o Bradesco BBI elevou a recomendação das ações para compra no fim de abril, fazendo algumas análises sobre se a Petrobras teria caixa suficiente para pagar os 50% restantes dos dividendos complementares.
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Se não houver fusões e aquisições este ano, o banco vê a Petrobras encerrando o ano com cerca de US$ 14 bilhões em caixa, o que lhe permitiria amortizar cerca de US$ 4 bilhões em dívidas com vencimento neste ano e ainda permanecer confortavelmente acima do nível ideal de caixa de US$ 8 bilhões estabelecido pela administração. No entanto, com uma premissa de fusões e aquisições de cerca de US$ 3 bilhões, a equação torna-se um pouco mais desafiadora e, em última análise, dependerá dos níveis do Brent e das perspectivas para os preços.
O banco também fez uma análise de como seria o rendimento de dividendos para 2025 em comparação com seus pares com e sem o incremento do dividendo extra. “Embora a decisão de fazer ou não o pagamento incremental deva ser tomada este ano, esperamos que o pagamento aconteça apenas em 2025. Como resultado, vemos o rendimento de dividendos (dividend yield, ou dividendo em relação ao preço da ação) para 2025 variando de 12% a 16%, o que é bastante atrativo”, avaliam os analistas do BBI.
A XP também destacou ter recomendação de compra para a ação, com preços-alvo de R$ 45,10 para PETR3 e PETR4. “Segundo nossas projeções de dividendos para o próximo ano, esperamos que a Petrobras apresente um dividend yield de 14% em 2025”, avalia a equipe de análise. A XP vê que, se por um lado, o valuation da empresa agora está mais próximo ao das majors europeias e chinesas após a alta, por outro a empresa ainda possui um valuation descontado, e isso soma-se ao fato de que ela deve apresentar um crescimento de produção relevante (cerca de 30%) nos próximos cinco anos.
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As atenções do mercado se voltam agora para a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2024 (1T24) da companhia estatal, no próximo dia 13 de maio. O Goldman Sachs espera que a empresa anuncie cerca de US$ 2,6 bilhões em dividendos ordinários (incluindo recompra) juntamente com os lucros (seguindo a política de remuneração aos acionistas da estatal).
A XP prevê Ebitda de US$ 13,2 bilhões, uma queda de 12% na base trimestral, devido a menores preços do diesel e volume de vendas. Analistas também projetam um lucro líquido de US$ 4,9 bilhões, fluxo de caixa ao acionista (FCFE) de US$ 5,4 bilhões (5% de yield trimestral) e dividendos de US$ 3,2 bilhões (3% de yield trimestral).
(com Estadão Conteúdo)