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Petrobras (PETR3, R$ 14,54, +0,48%; PETR4, R$ 13,60, -0,95%)
As ações da Petrobras iniciaram o pregão em queda de cerca de 2%, mas minutos depois passaram a ter um movimento divergente na bolsa: enquanto as ações ONs sobem , as PNs têm queda.
No primeiro momento, os investidores digeriam a decisão da estatal de reduzir o preço da gasolina nas refinarias. A decisão foi uma surpresa para muitos analistas, que viram a revisão com “maus olhos” (veja as análises abaixo). No entanto, minutos depois o fluxo pode ter falado mais alta do que o próprio fundamento.
“PETR3 é a ação dos estrangeiros, por conta das ADR’s. O comportamento vendedor recente está muito mais atrelado ao local. Investidor internacional aproveita janela para ingressar com força baseado em fundamento”, comentou o estrategista-chefe Adeodato Volpi Neto, da Eleven Financial.
Vale menção que essa revisão no preço do combustível deve ter impacto no balanço, com analistas do Goldman Sachs citando um potencial de redução de US$ 450 milhões por ano no Ebitda (Lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) para cada US$ 1 por barril de prêmio menor praticado ante os valores internacionais – uma redução que pode impactar diretamente o pagamento de dividendos, o que poderia ser uma segunda razão para a disparidade hoje entre as ações PETR3 x PETR4.
Sobre o reajuste do preço, três grandes bancos comentaram a decisão. Veja abaixo:
Para o BTG Pactual, a decisão é uma surpresa, uma vez que os preços médios e spot (à vista) indicavam a necessidade de pequenos aumentos para manter os prêmios estáveis. Os analistas ressaltam que a empresa vinha cobrando prêmio superior a paridade de importação (já incluindo os custos) e a justificativa para o corte do excesso de prêmio é que a Petrobras vinha perdendo participação de mercado. Para eles, o “timing” do anúncio pode levar investidores a acreditarem em um mix de política interna e interferência política na decisão, embora não acreditem que seja o caso – pode ter sido apenas coincidência. Eles seguem com call positivo para a empresa, citando que os principais “triggers” de longo prazo continuam intactos. São eles: 1) Permanência do Pedro Parente; 2) Venda de ativos; 3) Direto de Transferência; 4) Preços do petróleo.
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Segundo o Goldman Sachs, o anúncio da Petrobras de redução dos preços é negativa dada a estimativa de uma potencial redução de US$ 450 milhões ao ano no Ebitda para cada US$ 1 por barril de prêmio menor praticado ante os valores internacionais. ” Avaliamos que estratégia da Petrobras de recuperar fatia de mercado ao reduzir o prêmio em relação ao mercado internacional é negativo do ponto de vista econômico”.
Já o Credit Suisse acredita que o ajuste faz sentido e que a política está sendo aplicada corretamente. “Uma das perguntas que nos parecem fazer mais sentido agora seria quanto a empresa pode perder de participação de mercado para sustentar um prêmio que ainda faça sentido”. Os analistas comentam que essa é uma pergunta complicada mas, considerando todas as complexidades e após aplicarem um teste de sensibilidade, acreditam que manter um prêmio de 10% faz sentido até uma perda de “market share” de, no máximo, 20% – nível bem próximo do que se tem hoje de importação no mercado de diesel.
Vale destacar ainda que a fase Poço Seco, a 41ª da Operação Lava Jato, tem como alvo operações financeiras feitas a partir da aquisição pela Petrobras de direitos de exploração de petróleo no Benin, no oeste África. De acordo com as investigações, as operações financeiras tinham como objetivo de disponibilizar recursos para o pagamento de vantagens indevidas ao ex-gerente da área de negócios internacionais da empresa.
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Bancos
As ações dos bancos “repicam” e figuram entre as maiores altas do Ibovespa nesta sessão, após caírem ontem em meio às incertezas sobre o rumo político e econômico do país. Os quatro grandes bancos da bolsa registram valorização hoje: Banco do Brasil (BBAS3, R$ 28,44, +2,63%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,83, +2,23%), Bradesco (BBDC4, R$ 27,89, +2,31%) e Santander (SANB11, R$ 25,47, +1,68%).
No radar, o Banco do Brasil, por meio de seu Conselho Diretor, definiu essa semana o pagamento de Juros sobre o Capital Próprio (JCP), relativos ao segundo trimestre de 2017, de R$ 0,0785 por ação, que correspondem a R$ 218,823 milhões. Os proventos serão pagos com base na posição acionária do dia 12 de junho, e as ações passarão a ser negociadas ex-juros a partir do dia 13 do próximo mês. O crédito será efetuado no dia 30 de junho.
JBS (JBSS3, R$ 7,70, -6,33%)
As ações da JBS desaba nesta sessão, em mais um dia de noticiário bem movimentado para a empresa. O JPMorgan cortou recomendação para as ações da companhia de neutra para “underweight” (desempenho abaixo da média) e preço-alvo reduzido de R$ 15 para R$ 5, o que implica potencial de baixa de 39%, frente ao patamar de fechamento nesta quinta-feira.
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Segundo o banco, os efeitos da turbulência na JBS têm como principal beneficiária a Minerva (BEEF3, R$ 10,98, +0,73%). A BRF (BRFS3, R$ 46,79, +1,78%) também sai ganhando, mas não o suficiente para alterar a recomendação neutra para a companhia. No setor, os analistas do banco preferem Minerva, com recomendação “overweight”.
Outra notícia negativa para a JBS é de que o STF admite que pode rever termos da delação, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. A previsão não é de consenso entre os integrantes Corte, mas tem sido defendida por alguns magistrados e até mesmo pelo relator da Operação Lava Jato, ministro Edson Fachin, diz o jornal.
Já o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou na última quinta-feira que o governo estuda meios para estimular que grupos pequenos e médios ocupem espaços no mercado de carnes e reduzam a concentração no setor. Maggi explicou que seu ministério já mapeia plantas industriais que estão fechadas para uma possível reativação. A informação vem depois da delação dos donos da JBS, a maior empresa de carnes do mundo, que provocou uma crise envolvendo o presidente Michel Temer.
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Papel e celulose
As ações do setor de papel e celulose – Fibria (FIBR3, R$ 37,07, +0,32%), Suzano (SUZB5, R$ 15,35, +0,59%) e Klabin (KLBN11, R$ 17,65, +1,15%) – têm mais um pregão de ganhos, em meio à três notícias no radar: escalada recente do dólar, reajuste nesta semana dos preços da celulose no exterior e possível venda da Eldorado pela J&F – holding que controla a JBS. Vale menção que hoje o dia é de queda do dólar. O dólar comercial registrava desvalorização de 0,35%, a R$ 3,2714 na venda.
Veja mais: Disparada de 30% em 7 dias: as duas ações que podem ter muito mais a ganhar com a queda da JBS
Em relatório, o BTG Pactual comenta que o tema consolidação do setor está de volta ao radar dos investidores com a possível venda da Eldorado pela J&F – embora o grupo tenha negado o rumor. O ativo em questão tem capacidade estimada de cerca de 1,7 Mtpa (milhões de toneladas por ano) e representa 5% do mercado total de BHKP (celulose de fibra curta), enquanto Fibria é 21% e Suzano 10%, comentam os analistas.
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Eles lembram que a Fibria é resultado da fusão entre Votorantim Celulose e Papel e Aracruz em um momento de estresse financeiro e tanto Fibria quanto Suzano tem falado em consolidação do setor há algum tempo, o que não surpreenderia caso ocorresse agora. Do ponto de vista do mercado, eles veem esse movimento de consolidação como estruturalmente positivo, potencialmente assegurando retornos melhores no longo prazo. Contudo, apontam que estimar qualquer sinergia nesse momento seria precipitado, pois variam dependendo do veículo consolidador, mas certamente seria algo bem relevante para ambas.
No caso da Fibria, a sinergia viria da proximidade física dos ativos além de ganhos nas vendas (despesas gerais e administrativas menores, mesma estratégia comercial e time). Já para a Suzano, apesar dos ativos não estarem tão próximos, eles veem ganhos em redução das despesas. Em contas preliminares, o valuation implícito para a Eldorado seria abaixo de R$ 1 bilhão (sem contar a fase 2 do projeto/opcionalidades/entre outros). Olhando o balanço, Suzano está rodando menos alavancada, tendo fechado o 1° trimestre com o indicador dívida líquida/Ebtida em 2,8 vezes; enquanto a Fibria ficou em 3,6 vezes, indo para além de 4 vezes, quando o projeto H2 entrar em operação e voltando a cair para 3,5 vezes em 2018. Eles comentam ainda que a análise é só um exercício, dado que nada foi confirmado por nenhuma das empresas, e que mantêm recomendação de compra para Suzano e Fibria, com uma visão muito positiva para o setor.
RD, ex-Raia Drogasil (RADL3, R$ 70,42, +4,33%)
As ações da RD lideram os ganhos do Ibovespa nesta sessão e atingiram na máxima do dia alta de 5,01%, a R$ 70,88.
Em entrevista ao InfoMoney concedida semanas atrás, o gestor da Fama Investimentos, Fabio Alperowitch explicou por que considera que as ações da RD estão baratas, indo na contramão do consenso do mercado sobre os múltiplos elevados da ação (veja aqui).
Recrusul (RCSL4, R$ 1,08, +25,58%)
As ações da Recrusul têm mais um dia de forte alta na bolsa, após anunciar OPA (Oferta Pública de Aquisição) por transferência de controle (leia mais). Nos últimos dois pregões, a alta acumulada é de 91,77%.
O movimento ocorre após a companhia informar que está transferindo 70% do total de suas ações ordinárias a um grupo de investidores . Assim, a Triskelion Capital, que atualmente detém 70% do total de ações ordinárias da empresa e 2,52% dos papéis preferenciais, que somados correspondem a 25,13% do capital total da Recrusul, transferirá os papéis para os novos acionistas.
Investidores de olho no “prêmio” a ser oferecido na OPA – que é obrigatória em caso de transferência de controle. Pelo comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a empresa informou que os novos acionistas estão dispostos a pagar R$ 1,50 por ação ON; e R$ 1,20 por PN (respeitando o “tag along”). O valor representa um prêmio de 36% em relação ao fechamento de quinta-feira.