Petrobras ganha força na reta final do pregão; Sabesp salta até 4% com revisão tarifária e Vale cai 2%

Confira os principais destaques de ações desta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa caiu 0,43%, a 75.727 pontos, nesta segunda-feira (9), em dia marcado pelo aumento de aversão ao risco por conta das tensões envolvendo Turquia e Estados Unidos, além de novas declarações de Trump ameaçando a Coreia do Norte no final de semana, o que resulta na alta dos juros futuros e dólar. Destaque também para uma liquidez reduzida neste pregão, já que é feriado de Dia do Colombo nos EUA, apesar das bolsas estarem abertas por lá. O volume financeiro movimentado na B3 hoje foi de R$ 6,6 bilhões, contra média diária de 9,9 bilhões dos últimos 21 pregões. 

Das 59 ações do Ibovespa, 20 fecharam no positivo, mas apenas 6 com alta acima de 1%. Destaque para Fibria (+2,08%, a R$ 47,70), que ganha força na bolsa após ter sido indicada a top pick por dois bancos em uma semana (veja mais aqui). Do outro lado, as ações da Marfrig, CSN, Estácio, Ecorodovias e Klabin lideraram as perdas, com quedas entre 2% e 5%.  

Confira os principais destaques de ações desta segunda-feira:

Vale (VALE3, R$ 31,50, -1,99%; VALE5, R$ 28,95, -2,33%)
A Vale intensificou queda nesta tarde, em um dia de baixa para o minério em Dalian e leve alta em Qingdao, na volta do feriado chinês. O minério de ferro negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, um dos mais acompanhados pelo mercado, subiu 0,69%, encerrando o dia cotado a US$ 62,67 por tonelada. Entretanto, os contratos futuros de minério de ferro negociados na Bolsa de Mercadorias de Dalian registraram queda de 1,99%, encerrando o pregão cotados a US$ 66,91 (443 iuanes). 

Divulgada no fim da noite da véspera, o PMI chinês de serviços elaborado pelos institutos IHS Markit e Caixin Media caiu de 52,7 em agosto para 50,6 em setembro, atingindo o menor nível em 21 meses. Já o PMI composto, que também engloba indústria, recuou de 52,4 para 51,4 no mesmo período, o menor patamar em três meses.

No radar da mineradora, ela contratou um banco de investimento para ajudar a vender uma fatia de seu negócio de níquel em Nova Caledônia, além de ter uma oferta na mesa para seus ativos de fertilizantes, segundo duas pessoas com conhecimento do assunto falaram à Bloomberg e que pediram anonimato porque não estão autorizadas a falar publicamente. A mineradora está nas etapas finais da venda dos ativos que não fazem parte de sua principal área de atuação, comentaram as fontes. O processo começou em 2016, quando o ex-presidente, Murilo Ferreira, batalhou para reduzir uma dívida de mais de US$ 25 bilhões. Procurada pela Bloomberg, a Vale não quis comentar as informações. 

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Além de Vale, siderúrgicas também recuaram hoje, com Usiminas (USIM5, R$ 9,18, -1,82%), Gerdau (GGBR4, R$ 10,70, -0,56%) e CSN (CSNA3, R$ 9,90, -3,41%). 

Petrobras (PETR3, R$ 16,48, +0,67%;PETR4, R$ 15,89, +1,27%)

As ações da Petrobras intensificaram ganhos nos minutos finais do pregão. Nos últimos 15 minutos de sessão, os papéis da estatal subiram 1%. No exterior, os preços do petróleo registraram alta: os contratos futuros do 

WTI, negociado em Nova York, subiram 0,5%, a US$ 49,58 o barril, enquanto os do Brent operavam perto da estabilidade (+0,04%), a US$ 55,64 o barril. 

No radar da companhia, segundo o jornal O Globo, apesar do pedido do governo para que a Petrobras volte a fornecer gás para a termelétrica do grupo J&F em Cuibá (MT), a estatal resiste a retomar o fornecimento e, nos bastidores, afirma que só fará isso quando a usina for vendida pelos irmãos Batista. O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), do governo federal, decidiu nesta semana pedir à Petrobras para que volte a fornecer combustível para a termelétrica da J&F e mais três usinas que estão paradas. A falta de chuvas fez o governo acionar termelétricas mais caras para garantir a fornecimento de eletricidade.

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Ainda no noticiário da estatal, a Petrobras elevou preço da gasolina em 1,5% e cortou o do diesel em 1,3%. Os preços são para as refinarias a partir de 10 de outubro, segundo informação no site da Petrobras. 

Sabesp (SBSP3, R$ 34,38, +1,66%)
Sobre Sabesp, a Arsesp anunciou a segunda revisão tarifária da companhia, autorizando reajuste de 7,8888%. Na máxima do dia, os papéis da companhia subiram 4,29%, a R$ 35,27.

A “boa” notícia que marca fim da saga de setor que prometeu, mas desapontou em 2017. Leia aqui.

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O Santander destacou esperar reação positiva, pois a “nova tarifa reduz riscos para o fluxo de caixa da Sabesp em 2017 e 2018”; a revisão final é positiva e implica melhor Ebitda regulatório, “embora a cobertura de custos continue abaixo das expectativas”.

Segundo o BTG Pactual, as principais mudanças foram o WACC regulatório (que subiu de 8,01% para 8,11%) e opex regulatório de 2017 (queda de R$ 100 milhões). As variáveis ??como RAB (base de ativos regulatórios), perdas de água, capex e volumes foram inalteradas. A nova tarifa da Sabesp (P0) foi fixada em R$ 3,63861 o metro cúbico. A decisão final da Arsesp acabou levando em consideração os volumes e receitas de julho de 2016 e junho de 2017, o que levou a uma tarifa final de 7,9% (uma melhora em relação a proposta inicial de 4,7%). Porém, para calcular o aumento, a Arsesp utilizou premissas que ainda diferem dos números usados pela Sabesp, cujo aumento implícito aponta para um aumento tarifário de 10.8%, afirma o BTG. Após incorporarem o resultado final, o novo preço-alvo é R$ 36, com recomendação de compra mantida. Por fim, a estatal também teve a recomendação elevada para sectorperform pelo ScotiaBank. 

 Gafisa (GFSA3, R$ 14,30, +2,07%)
A Gafisa subiu após divulgar sua prévia operacional do terceiro trimestre, com os lançamentos do período apresentando crescimento de 12,9% na base de comparação anual, para R$ 463,8 milhões. As vendas brutas cresceram 20,3% na mesma base de comparação, para R$ 438,4 milhões, enquantoas  vendas contratadas aumentaram 37% para R$ 354 milhões. Os distratos caíram para R$ 84,4 milhões, versus R$ 106,1 milhões entre julho e setembro do ano anterior. 

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O Itaú BBA destacou esperar reação positiva, apontando que a companhia registrou “melhora decente” nas vendas contratadas e retomou lançamentos após se concentrar na venda de estoques durante o 1º semestre do ano.

Recomendações

As revisões de ações agitam o mercado nesta sessão, com destaque para três ações que repercutem as revisões. Entre as recomendações, a Biosev (BSEV3, R$ 5,13, -2,29%) foi rebaixada de outperform (performance acima da média do mercado) para neutra pelo Credit Suisse, com o preço-alvo sendo cortado pela metade, passando de R$ 12 para R$ 6. Já a Cosan (CSAN3, R$ 37,45, -1,11%) foi elevada de neutra para outperform pelo mesmo banco, com o preço-alvo subindo de R$ 27,00 para R$ 50,00. O Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 78,55, +0,24%) foi elevado pelo Safra para outperform, com o preço-alvo passando de R$ 63,50 para R$ 92,40. 

Além disso, após encontro com executivos da Fibria (FIBR3, R$ 47,70, +2,51%) em Nova York, o BTG reiterou a recomendação de compra para os ativos com preço-alvo de R$ 45,00. Agora, ela é a top pick do banco no setor de papel e celulose (veja mais aqui). Na sexta-feira, o preço-alvo da companhia foi elevado para R$ 57 pelo JPMorgan. O papel também registrou ganhos em meio ao avanço da moeda americana. O dólar comercial subiu 0,86%, a R$ 3,1859 na venda. 

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BR Malls (BRML3, R$ 13,90, -0,72%)

Faleceu no último sábado (7) aos 47 anos Pedro Damasceno, sócio-fundador da Dynamo Asset e um dos gestores mais vitoriosos da história do mercado brasileiro. Ele foi vítima de um infarte fulminante. Além de gestor, Damasceno era presidente do Conselho de Administração da BR Malls.

Veja mais: Dynamo prova que é possível ganhar (muito) dinheiro na Bolsa e ser feliz ao mesmo tempo

Eletrobras (ELET3, R$ 20,72, -0,43%;ELET6, R$ 24,13, -0,08%)

Segundo o jornal Valor Econômico, o governo estuda incluir na Medida Provisória que tratará da desestatização da Eletrobras uma solução ao impasse relativo às despesas bilionárias da estatal com a compra de gás natural, segundo duas fontes com conhecimento do assunto. O insumo é usado na geração de energia no Amazonas. Na prática, a ideia é pacificar a questão, o que daria condições para a privatização da Amazonas Distribuidora de Energia e para a pulverização do controle da holding.

Rumo (RAIL3, R$ 12,49, +2,80%)
A Rumo teve perspectiva alterada de negativa para estável pela Standard & Poor’s. “Esperamos que métricas financeiras da companhia melhorem depois de usar novo capital para pagar mais dívidas, reduzindo gastos com juros e aumentando geração de caixa”, diz a agência de classificação de risco em relatório divulgado nesta sexta-feira. O rating foi afirmado em “BB-“. 

A S&P completa que a elevação de perspectiva reflete as expectativas de que dívida mais baixa e geração de caixa mais forte vão permitir que Rumo complete plano capex sem maior necessidade de fundos, o que iria melhorar métricas financeiras nos próximos dois anos. 

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 77,79, -2,40%)

Segundo a coluna Radar Online, da revista Veja, a

s conversas entre o Magazine Luiza e a Máquina de Vendas – mais conhecida como Ricardo Eletro – voltaram a ficar intensas. Por outro lado, o Magazine Luiza nega que esteja mantendo qualquer tipo de conversa ou negociação com a empresa, informa a coluna. Na semana passada, o InfoMoney destacou as se vale a pena comprar as ações do Magazine Luiza após a oferta de ações da companhia e as opções dela após levantar o dinheiro. Confira clicando aqui. 

Veja mais: “Tenho desejo de entrar na política”, diz CEO do Magazine Luiza

Santander Brasil (SANB11, R$ 29,16, +1,72%)
O Qatar Holding, acionista do Santander Brasil, avalia se desfazer definitivamente de sua posição na instituição, segundo a coluna do Broad, do Estadão. Para isso, o banco espanhol teria de fazer uma nova oferta subsequente de ações (follow on). A intenção do fundo já é antiga, mas, agora, o desinvestimento poderá sair do papel, visto que o período de restrição de negociação dos papéis, o chamado lock-up, terminou. No movimento anterior, feito no início do ano, o Qatar se desfez de quase metade de sua participação e já era esperado outro movimento na sequência, para desovar as ações remanescentes. O martelo, porém, ainda não teria sido batido, com a oferta podendo ocorrer agora ou no início do ano que vem.

Copel (CPLE6, R$ 28,78, -0,24%)

A Copel adiou para junho a entrada em operação do Complexo Eólico Cutia. A entrada em operação, originalmente prevista para outubro de 2017, foi revisada para junho de 2018, disse a Copel em fato relevante.

O complexo, que é composto por sete parques eólicos (Guajiru, Jangada, Potiguar, Cutia, Maria Helena, Esperança do Nordeste e Paraíso dos Ventos do Nordeste) todos localizados no Estado do Rio Grande do Norte, possui 180,6 MW de capacidade instalada total e 71,4 MW médios de garantia física. 

Oi (OIBR3, R$ 4,89, -0,20%;OIBR4, R$ 3,59, -0,28%)

Duas notícias agitam a Oi nesta segunda. Em entrevista ao Jornal O Globo, Juarez Quadros, presidente da Anatel, foi categórico: “t

em que se evitar a falência da Oi’. Em duas semanas, os cerca de 55 mil credores da Oi vão se reunir em uma assembleia para decidir o futuro da tele carioca, em recuperação judicial desde junho do ano passado e com dívidas de R$ 63,9 bilhões — e ainda sem um plano pronto para sanear o rombo. Quadros lembra que a situação da Oi é preocupante e que ainda há algum atrito entre os membros da diretoria e os do Conselho de Administração.

Neste sentido, o colunista Lauro Jardim, do mesmo jornal, informa que, nos bastidores, o governo conta com uma proposta chinesa para “tirar a Oi do buraco”. Quem estaria coordenando a possível oferta é o Texas Pacific Group (TPG), que atua em nome da China Telecom e do China Development Bank. A Goldman Sachs já foi contratada pelo TPG para essa operação, informa a coluna. 

JBS (JBSS3, R$ 8,42, -1,75%)
A J&F – dona da JBS – comunicou na noite de sexta que entrará com recurso no Tribunal Regional Federal para reverter a decisão do juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, que determinou o bloqueio de bens da família de Joesley Batista.  A “decisão é juridicamente frágil” porque o magistrado se baseou em notícias divulgadas pela mídia nacional, diz a empresa. 

Além disso, nesta noite, a Polícia Federal (PF) comunicou à Justiça que vai investigar se a J&F cometeu desvio de finalidade no emprego de recursos captados no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

A Justiça já havia bloqueado R$ 60 milhões de Joesley e Wesley, mas a PF e o Ministério Público Federal entenderam que era o caso de ampliar a restrição. No mesmo relatório, a PF diz que vai investigar o destino do dinheiro de aportes da instituição financeira à J&F.

Os prejuízos identificados somam, no mínimo, R$ 1.202.193.851,42, mas podem chegar a RS 1.681.840.633,48, de acordo com as investigações.

(Com Agência Estado e Bloomberg)