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SÃO PAULO – A volatilidade é a ordem do dia para o Ibovespa nesta terça-feira, em um dia em que o mercado digere a decisão da Rússia de elevar os juros de 10,5% para 17%, é abalado pela saída dos estrangeiros em um cenário de maior aversão ao risco em relação aos emergentes e com forte alta do dólar.
Se o índice, após abrir em forte baixa, amenizou as quedas, chegando inclusive a subir 0,61%, a tendência mudou de novo com a abertura das bolsas norte-americanas. Entretanto, às 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa voltou a ganhar força e registrava às 14h55 alta de 0,47%, a 47.238 pontos, com os papéis da Petrobras, que também passam por uma sessão bastante volátil, intensificando a alta e atingindo valorização superior a 3%.
De acordo com o economista Ignácio Crespo, da Guide Investimentos, o Ibovespa aproveitou que as Bolsas do exterior passaram a operar no positivo e seguiu o movimento. De acordo com ele ainda, o novo noticiário vindo da Rússia e a reunião do Fed que ocorre nesta terça e amanhã deixam o mercado na expectativa, o que pode ter levado as Bolsas a reagirem com volatilidade.
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Da mesma forma, as ações da Vale acentuam o movimento e sobem cerca de 3%. As ações das siderúrgicas – CSN (CSNA3, R$ 4,96, +6,67%), Gerdau (GGBR4, R$ 8,68, +6,90%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,94, +7,86%) – também registram ganhos expressivos, em meio à alta do dólar, enquanto a valorização da moeda americana afeta as ações da Gol.
Fora do Ibovespa, vale mencionar os papéis da Brasil Brokers (BBRK3, R$ 2,26, -0,88%), que em sua máxima intradiária chegaram a subir 1,32% em meio à notícia de que o BTG Pactual elevou a recomendação das ações de neutra para compra.
Confira abaixo as principais movimentações da Bovespa hoje:
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Petrobras (PETR3, R$ 8,82, +3,52%; PETR4, R$ 9,52, +3,70%)
As ações da Petrobras vivem um dia de montanha-russa na Bovespa, passando de queda de 6% na abertura para alta de 8% em relação aos ativos preferenciais, enquanto os papéis ON também estão em dia volátil. Os ativos PETR3 chegaram a cair 6,10% e subir 4,81%. Nesta tarde, os papéis voltaram a ganhar força e registram alta próxima a 4%.
No radar da companhia, está ainda o adiamento da divulgação de resultados, na última sexta-feira, e que pode comprometer futuras captações no exterior, além de especulações sobre quem seria o substituto de Graça Foster caso ela deixe o comando da estatal.
Vale destacar que, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, a Petrobras está reduzindo investimentos na exploração e direcionando foco para desenvolver campos de petróleo já descobertos, disseram duas pessoas com conhecimento direto sobre o assunto. O corte acontecerá em campos com atraso de cronograma, disse uma das fontes. A empresa envolvida em escândalos também planeja vender ativos e paralisar investimentos nas refinarias Premium I e Premium II no Nordeste estão entre as medidas para não precisar emitir dívida no mercado internacional em 2015, disse uma das fontes.
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Vale (VALE3, R$ 19,47, +4,17%; VALE5, R$ 16,70, +4,38%)
Após abrir em queda de mais de 2%, as ações da Vale amenizaram as perdas e depois viraram ainda na primeira hora do pregão, sustentando a alta até o início da tarde em meio à alta do dólar e a expectativa de novos estímulos na China após os dados ruins do gigante asiático.
No noticiário da Vale, o Morgan Stanley reduziu o preço-alvo para os ADRs (American Depositary Receipts) da mineradora em 45%, passando de US$ 14,70 para US$ 8,10. As estimativas para o preço do minério de ferro para os próximos anos foi reduzida: foi para US$ 79 a tonelada em 2015 e a projeção de preço para período entre 2016-2019 é agora de US$ 75 a tonelada. Ontem, o Credit Suisse também havia reduzido o preço-alvo dos papéis da Vale.
Além disso, destaque para o noticiário chinês, com o resultado do PMI chinês, mostrando uma confirmação de que a segunda maior economia do mundo desacelera. Com isso, a expectativa é de que haja mais medidas de estímulo pelo banco chinês.
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Suzano (SUZB5, R$ 10,71, +0,56%) e Fibria (FIBR3, R$ 30,13, +1,14%)
Em um dia de forte aversão ao risco e com o dólar futuro com fortes ganhos, as ações da Suzano e da Fibria tentam registrar alta. As ações do setor se beneficiam da alta da moeda estrangeira dado o seu caráter exportador.
HRT (HRTP3, R$ 4,85, +8,02%)
Outras petrolíferas sofrem com a queda do preço do petróleo, mas têm uma sessão bastante volátil. O destaque é a HRT que, após chegar a cair 10,91%, agora opera com fortes ganhos de 3,56%, após chegarem a subir 10,91%. Vale lembrar que a petroleira pré-operacional chegou a registrar desvalorização de 45% nos últimos cinco dias.
Usiminas (USIM3, R$ 10,61, +2,51%; USIM5, R$ 4,96, +8,30%)
Nesta sessão, as ações da Usiminas, principalmente as PNA, sobem forte. Além da alta do dólar, os papéis USIM5 são destaque de alta após terem se descolado dos papéis ON, que subiram bem mais forte nas últimas sessões.
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A Nippon Steel, que divide com o grupo Ternium Techint o controle da Usiminas, pediu à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que investigasse atos do grupo Ternium envolvendo disputa no Conselho de Administração da companhia. Em comunicado enviado à imprensa, a Nippon afirma que a “Ternium Techint não age em favor dos melhores interesses da Usiminas”. Gerdau também é destaque, subindo mais de 4%. Vale ressaltar que as siderúrgicas também registram fortes baixas neste período de “sell-off” do Ibovespa.
O movimento de descolamento entre a USIM3 e a USIM5 se dá em meio à disputa societária entre a Ternium e a Nippon Steel. A CSN (CSNA3) segue “carona” e sobe 5,81%, a R$ 4,92.
Gol (GOLL4, R$ 12,55, -10,29%)
As ações da Gol registram fortes baixas, apesar da forte baixa do petróleo nesta sessão. Apesar da queda do preço do petróleo, o dólar em alta afeta as ações da companhia, que respondem por cerca de 65% do custo da companhia.
Educadoras
As ações do setor de educação aparecem entre as maiores quedas do Ibovespa hoje. Entre os destaques, os papéis da Kroton (KROT3) caem 6,54%, a R$ 15,58, e Estácio (ESTC3) recua 5,15%, a R$ 23,95.
Eneva (ENEV3, R$ 0,38, +26,67%)
As ações da Eneva disparam hoje depois de forte queda na semana passada com a notícia de que a empresa entrou em recuperação judicial. Ontem, a geradora de energia convocou uma assembleia geral extraordinária, para 30 de dezembro, às 11 (horário de Brasília), na qual os acionistas poderão votar a ratificação do pedido de recuperação judicial, ajuizado no dia 9 de dezembro.
JBDuarte (JBDU3, R$ 4,25, -46,88%; JBDU4, R$ 4,00, -33,33%)
Na primeira sessão pós-grupamento, as ações da JBDuarte despencam na Bovespa. As ações JBDU3 e JBDU4, que fecharam a última sessão a R$ 0,08 e R$ 0,06, respectivamente, passaram a valer R$ 8,00 e R$ 6,00, nesta ordem, na abertura do dia, mas logo voltaram a despencar.
Vale lembrar que a mesma empresa realizou em maio de 2013 um grupamento de ações na razão de 100 para 1 – ou seja, cada 100 ações da empresa tornariam-se apenas 1, e o valor de face de cada papel seria multiplicado por 100. Assim, o total de ativos da produtora de bambu e eucalipto passou de 1.393.692.545 para 13.936.925 ativos, e o valor por ação passou de R$ 0,01 para R$ 1,00 – preservando assim o valor de mercado da empresa na Bovespa.
O intuito desta operação seria basicamente trazer ao acionista da JB Duarte a possibilidade de negociar estes papéis no mercado, já que nas cotações de R$ 0,01 a briga “oferta x demanda” praticamente inexiste. O problema foi que passados 19 meses do grupamento, os papéis JBDU4 praticamente voltaram ao valor mínimo de Bolsa, tendo fechado esta segunda-feira (15) valendo R$ 0,06. O motivo para esse “retorno” aos tostões reflete a manutenção do cenário negativo da empresa: após iniciar sua história produzindo produtos químicos para a indústria têxtil e veterinários, a empresa centenária mudou seu foco de produção para produtos sustentáveis após o “boom” das commodities entre os anos 90 e 2000. Após algumas tentativas falhas de novos negócios, a JB Duarte decidiu apostar sua atuação na plantação de bambu e eucalipto, na tentativa de ajudar no crescimento de um novo mercado no País.
Quem comprou a ação após o último grupamento a viu cair 94% de lá pra cá. Pior ainda: quem comprou o papel a R$ 0,01 um dia antes do grupamento teria hoje uma ação que vale o equivalente a R$ 0,0006, a 4ª casa de centavo.
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