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SÃO PAULO – As ações da Petrobras deixaram a queda da véspera para trás e subiram forte nesta sexta-feira, com o mercado à espera do desfecho da reunião do seu conselho de administração, que poderá definir o novo plano de negócios da estatal. Além dela, os papéis dos bancos, Vale e siderúrgicas, que caíram forte ontem em meio à tensão que se instalou no mercado em meio à notícia sobre o habeas corpus de Lula, subiram forte hoje e ajudaram a puxar a alta do Ibovespa no antepenúltimo pregão do mês.
Confira abaixo as ações que são destaques no pregão desta sexta-feira (26):
Petrobras (PETR3, R$ 14,65, +4,79%; PETR4, R$ 13,21, +4,84%)
As ações da Petrobras registraram alta em um “dia D” para a companhia. O destaque da sessão desta sexta-feira ficou com a reunião do Conselho de Administração da Petrobras, que pode definir o novo plano de negócios da companhia, que vem sendo o grande catalisador para as ações no curto prazo.
Segundo informa o jornal O Globo, a diretoria da estatal apresentará ao conselho de administração três propostas de corte nos investimentos para o período de 2015 a 2019: R$ 44,1 bilhões, R$ 66,2 bilhões e R$ 88,2 bilhões.
E segundo informações do jornal Valor Econômico, a Petrobras marcou para o dia 17 de julho a entrega das propostas de aquisição de 49% das ações da subsidiária Gaspetro, com a venda sendo conduzida pelo Itaú BBA. Entre os chamados para avaliar os ativos, estão a Mitsui, Marubeni, Itochu, Beijing Gas, GDF Suez, Gás Natural, Cosan e a Gávea Investimentos. O mesmo jornal ainda ressaltou que a estatal negocia venda de 23 navios.
Educacionais
As ações do setor educacional afundaram após anúncio do Fies feito na manhã desta sexta-feira pelo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, pelo Facebook. O Fies vai abrir 61,5 mil novas vagas no segundo semestre deste ano. Os editais devem ser diponibilizados a partir de 3 de julho. As novas vagas se somam às 252.500 do 1º semestre, totalizando 314 mil vagas do Fies este ano.
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Na Bolsa, as ações de todas as empresas expostas ao programa caíram forte: Kroton (KROT3, R$ 12,16, -5,96%), Estácio (ESTC3, R$ 17,92, -4,83%) e Anima (ANIM3, R$ 21,50, -7,13%). A Ser Educacional (SEER3, R$ 14,05, -0,07%) apareceu como exceção, registrando uma queda de “apenas” 1%, já que o ministro afirmou que a intenção é reduzir as desigualdades regionais, com destaques para o Norte, Nordeste e Centro-Oeste, sendo as duas primeiras as regiões de forte atuação da Ser.
Para o setor, de forma geral, o anúncio pesou em meio ao anúncio de que os juros dos contratos vão sofrer reajuste para 6,5%, contra os atuais 3,4% ao mês, terá um novo teto de renda familiar para participar do programa (como já havia sido indicado no último dia 8 de junho), além de priorizar cursos de maior qualidade, com notas 5 e 4, e áreas de formação de interesse da sociedade e da economia brasileira, como engenharia, formação de professores e áreas de saúde.
Depois das alterações do MEC no Fies, analistas da corretora Concórdia, divulgaram comentário sobre o cenário crítico das contas públicas, que traz pouco espaço de movimentação para novas negociações das empresas do setor, sem incitar esperanças quanto a alterações ou potenciais compensações futuras para elas.
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A corretora continua com a visão positiva para a Estácio, a que tem menos exposição no programa, mas adverte que suas ações podem ser penalizadas no curto prazo, tornando-a uma alternativa melhor para investidores com horizontes mais longos.
Marfrig (MRFG3, R$ 5,60, +4,09%) e Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 77,14, -1,10%)
A Marfrig e Pão de Açúcar foram citadas na Operação Acrônimo, que investiga esquema de lavagem de dinheiro e que supostamente envolveria o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) e sua mulher, Carolina Oliveira. A Polícia Federal apurou que o Grupo Marfrig teria pago R$ 525 mil para Carolina, por meio da Oil Comunicação, e o Grupo Casino, que controla a rede de supermercados Pão de Açúcar, mais R$ 362 mil entre novembro de 2011 e julho de 2012. Ambos os grupos, segundo a PF, têm relações comerciais com o BNDES (Banco Nacinal de Desenvolvimento Econômico e Social).
Cemig (CMIG4, R$ 11,85, +2,69%)
Após dois dias de forte queda em meio à decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) negar pedido de renovação de concessão da hidrelétrica de Jaguara, as ações da Cemig voltaram a subir na Bolsa. Em destaque, a Cemig foi elevada para neutra pelo banco JP Morgan.
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Braskem (BRKM5, R$ 13,74, +4,49%)
A Braskem se recupera das perdas da última sexta-feira, quando caiu 10% em meio à deflagração da Operação Lava Jato que culminou com a prisão do presidente da Odebrecht, empreiteira que é a maior acionista da companhia. Nos cinco pregões seguintes, as ações da petroquímica já acumulam ganhos de 11%, superando o patamar de abertura dos papéis no pregão da sexta-feira. As altas são impulsionadas pela notícia da última terça-feira de que o governo enviou ao Congresso a Medida Provisória 677 que prorroga o contrato da Chesf com indústrias eletrointensivas no Nordeste até 2037.
Bancos
Os bancos voltaram a subir após a queda na véspera, com destaque para o Santander Brasil (SANB11, R$ 17,01, +2,29%), Bradesco (BBDC3, R$ 28,20, +1,81%; BBDC4, R$ 29,09, +1,64%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 24,50, +3,90%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 34,65, +0,87%).
O Itaú Unibanco confirmou hoje que a união das operações do Itaú Chile e CorpBanca foi aprovada pelos acionistas da instituição chilena. A decisão foi acatada por acionistas que representam 88,39% das ações do banco. Agora, a transação precisa ser aprovada oficialmente pelo Itaú Unibanco, controlador do Itaú Chile, assunto que será deliberado em assembleia extraordinária no dia 30 de junho.
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Cabe lembrar que as units do Santander foram do inferno ao céu após “troca” de ações. Desde 31 de outubro, quando foi finalizada a operação para trocar ações da unidade brasileira por uma participação na controladora, o Santander Brasil acumula alta de 26% contra uma valorização de 7% em reais para os papéis do grupo na Espanha. O Santander Brasil é o banco com o melhor desempenho do País este ano, conforme destaca matéria da Bloomberg.
Vale e siderúrgicas
As ações de Vale (VALE3, R$ 19,62, +1,55%; VALE5, R$ 16,70, +1,21%), Bradespar (BRAP4, R$ 11,40, +2,52%), holding que detém ações da mineradora, e as siderúrgicas registraram ganhos após um fraco início de sessão. O movimento ocorreu apesar da queda de 0,29%, a US$ 62,10 do minério de ferro.
As ações da CSN (CSNA3, R$ 5,56, +3,15%), Usiminas (USIM5, R$ 4,35, +2,59%) e Gerdau (GGBR4, R$ 7,70, +2,26%) subiram mais de 1%. Esses papéis das siderúrgicas e Vale subiram forte hoje após derrocada desses papéis na véspera com a notícia sobre o habeas corpus de Lula, que aumentou a tensão do mercado.
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Embraer (EMBR3, R$ 23,95, +5,35%)
Segundo a Bloomberg, as Forças Armadas dos Estados Unidos estão interessadas no modelo A-29 (Super Tucano) fabricados pela Embraer. Essa é a primeira alta da ação depois de quatro pregões seguidos de quedas.
Cesp (CESP6, R$ 19,55, -1,01%)
Segundo o jornal Valor, a Cesp, sétima maior geradora de energia do país, não tem planos muito ambiciosos para depois do próximo dia 7, quando vencem as concessões de suas duas principais hidrelétricas. Em entrevista ao jornal, o secretário de energia de São Paulo, João Carlos Meirelles, afirmou que a estatal pretende participar de novos projetos apenas na condição de minoritária.
Paranapanema (PMAM3, R$ 4,00, +3,63%)
As ações da Paranapanema subiram após a companhia aprovar o programa de recompra de até 12 milhões de ações.
Tegma (TGMA4, R$ 11,48, -8,01%)
As ações da Tegma cairam forte após a companhia comunicar a renúncia de Fábio Murilo Costa D’Ávila Carvalho dos cargos de diretor-presidente e diretor de relações com investidores da empresa. As cadeiras serão ocupadas por Gennaro Oddone.
Segundo o Bradesco BBI, a volta de Oddone pode elevar as preocupações se companhia vai retomar estratégia mal sucedida de fusões e aquisições.
Minupar (MNPR3, R$ 0,07, -12,50%)
Mais uma small cap anunciou que vai agrupar suas ações e vê as suas ações caírem. Em comunicado divulgado ontem, a Minupar informou que vai realizar grupamento de 50 para 1 ação. Usando como referência o fechamento desta quinta-feira, as ações da companhia, pós-grupamento, passariam de R$ 0,08 para R$ 4,00.
Veja mais em: Minupar anuncia grupamento de 50 para 1 ação: mais uma cilada?
O objetivo da operação, conforme informa a empresa, é reduzir custos administrativos e operacionais para a companhia e seus acionistas, além de dar mais visibilidade às cotações das ações.