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A Petrobras (PETR3;PETR4) planeja voltar à África, depois de encolher suas operações internacionais e abandonar o continente africano após 40 anos de atividades, sobretudo se o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negar novamente o licenciamento ambiental para explorar a margem equatorial.
A estatal saiu do continente africano, conhecido por ter geologia similar à da costa brasileira, com a venda de ativos na Nigéria em janeiro de 2020. No momento, há também uma aposta firme da empresa na exploração de reservas ricas em gás descobertas em blocos da companhia na Colômbia, e a empresa não descarta ir à Guiana e ao Suriname para explorar a margem equatorial fora do país, com sócias.
A intensidade da ida ao exterior vai depender da licença para explorar a bacia da Foz do Amazonas, hoje travada pelo Ibama. O movimento tem como objetivo aumentar as reservas da empresa e garantir a continuidade da produção em bom nível na próxima década.
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O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que a empresa já apresentou um recurso ao Ibama, mas também se prepara para alternativas. “Se, no limite, o estado brasileiro entender que aquilo é uma área interditada para a perfuração de petróleo, nós vamos respeitosamente sair de lá e explorar em outras áreas da margem equatorial“.
Busca por reservas
O diretor de exploração e produção (E&P) da Petrobras, Joelson Mendes, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que a produção dos reservatórios gigantes do pré-sal vai declinar a partir do pico da produção, em 2032, e o Brasil pode começar a importar petróleo a partir de 2040, se novas reservas não forem descobertas — o que considera um retrocesso em um contexto de preocupação global com segurança energética, sobretudo para um país que já atingiu a autossuficiência no setor.
O plano estratégico da Petrobras para o período 2024-2028, que será divulgado em novembro, já terá novamente a internacionalização presente (ainda que de maneira apenas indicativa). Será o pontapé inicial para recompor uma área que foi abandonada pela gestão anterior.
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“A gente vai colocar de uma forma macro a internacionalização [no plano estratégico]”, afirmou Mendes. “Há descobertas no mundo importantes, como na Nigéria, em Angola e na Namíbia. A Petrobras saiu, mas pode voltar. Sim, a gente quer voltar”.
Petrobras na África
A presença da Petrobras na África começou ainda nos anos 1970, na ditadura militar. Nos anos 2000, sob os governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, a área de E&P da estatal entrou mais decididamente na África.
Partindo de Angola e Nigéria, a estatal chegou gradativamente a outros oito países, como Líbia, Moçambique e Senegal, segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo.
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