Petrobras cai 3% e só 4 ações do Ibovespa sobem; small cap afunda 10% após negar rumor sobre venda de ativos

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira

Paula Barra

Painel de ações (Shutterstock)
Painel de ações (Shutterstock)

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa aprofundou perdas nesta quinta-feira (29), após notícia da Bloomberg de que 10 hedge funds internacionais estavam reduzindo suas exposições ao Deutsche Bank. Segundo a matéria, embora a maioria dos clientes do banco não tenham feito qualquer mudança, alguns fundos que usam o serviço de corretagem prime do banco transferiram parte de suas participações em derivativos listados para outras empresas essa semana. As ações do Deutsche despencaram mais de 7% no after-market da Europa. 

Por aqui, o Ibovespa fechou em queda de 1,41% nesta sessão, a 58.516 pontos, depois de cair 730 pontos em 35 minutos a partir das 13h27, quando foi divulgada a reportagem da Bloomberg. O movimento foi seguido pelas ações da Petrobras, Vale e bancos, que intensificaram suas perdas nesta tarde. 

No Ibovespa, somente 4 das 58 ações do Ibovespa subiram, com Suzano e Fibria liderando os ganhos. Na esteira da Suzano, a Fibria anunciou nesta tarde que elevou em US$ 20,00 a tonelada o preço da celulose praticado aos seus clientes na Ásia, para US$ 530,00 a tonelada. Esses papéis ganham também com o movimento do dólar nesta sessão. Enquanto o Ibovespa caiu forte, o dólar comercial subiu 1,05%, a R$ 3,2544 na compra e R$ 3,2555 na venda. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 15,07, -1,70%; PETR4, R$ 13,43, -3,03%)
A Petrobras acelerou as perdas nesta tarde com “risco-Deutsche” no radar, descolando as ações do movimento dos preços do petróleo no mercado internacional. Lá fora, os contratos futuros do Brent registraram alta de 0,80%, a US$ 49,08 barril, enquanto o WTI subiu 1,23%, a US$ 47,63 o barril, na esteira da euforia da véspera. 

Ontem, a commodity disparou após os membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) chegarem a um acordo para reduzir a produção de 33,2 milhões de barris por dia para intervalo entre 32,5 milhões e 33 milhões diários, em reunião que teve desfecho na quarta-feira, na Argélia. Com a notícia, os preços do petróleo fecharam ontem em alta de mais de 5%. 

Continua depois da publicidade

No radar, a Petrobras informou que seu Conselho de Administração aprovou, em reunião realizada na quarta, a Política de Dividendos e a Política de Indicação de membros da Diretoria Executiva, do Conselho Fiscal, do Conselho de Administração da Petrobras e dos participantes externos que integram seus comitês de assessoramento.

“A Política de Dividendos é fundamentada nas disposições constantes no Estatuto Social da Companhia e na Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações). A Política de Indicação estabelece requisitos mínimos e impedimentos para a indicação dos membros da Diretoria Executiva, do Conselho Fiscal, do Conselho de Administração e seus Comitês, cabendo ao Comitê Estatutário de Remuneração e Sucessão realizar a verificação da conformidade desse processo”, informou a companhia em comunicado.

Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 17,99, -1,10%; VALE5, R$ 15,55, -1,58%), Bradespar (BRAP4, R$ 9,85, -1,50%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 8,96, -0,22%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,44, -2,82%), Usiminas (USIM5, R$ 3,65, 0,0%) e CSN (CSNA3, R$ 9,06, -2,58%) acompanharam o movimento do mercado doméstico e fecharam em terreno negativo. 

Continua depois da publicidade

No radar, a Vale informou que acertou os termos de acordo com a Mitsui sobre a mina de carvão de Moatize, em Moçambique, e do Corredor Logístico de Nacala (CLN). Nos novos termos, a Mitsui acordou em contribuir com até US$ 450 milhões, sendo US$ 255 milhões por 15% da participação da Vale na mina de carvão de Moatize (a Vale atualmente detém 95% da participação acionária da mina de carvão de Moatize) e uma contribuição adicional de até US$ 195 milhões condicionados ao atingimento de certas condições, incluindo o desempenho da mina. Adicionalmente, a Mitsui contribuirá com US$ 348 milhões por 50% de participação em instrumentos de equity e quasi-equity. 

Além disso, a Samarco e seus controladores Vale e BHP Billiton discutem alternativas para pagar a dívida da mineradora com bancos e detentores de bônus, que alcança cerca de US$ 2 bilhões, segundo o Valor Econômico, citando uma fonte. Uma opção é negociar com bancos, que podem se tornar sócios da Samarco em contrapartida a uma redução da dívida da mineradora, segundo o jornal; outra possibilidade oferecida aos credores é dar à Samarco uma carência de até 2 anos para pagar a dívida.

A Vale e BHP têm divergências sobre como encaminhar as discussões, diz o Valor. O BHP é favorável a uma redução da dívida, enquanto a Vale propõe carência sem correção de até 2 anos. A reportagem da Bloomberg News em 14 de setembro, citando pessoas com conhecimento do assunto, disse que Samarco estava considerando não pagar juros de eurobônus que vencem neste mês em meio a um aperto no caixa.

Continua depois da publicidade

No setor siderúrgico, uma notícia que fazer preço nas ações mais para frente. Comandada pela primeira vez pelo presidente da República, Michel Temer, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu dar prosseguimento à abertura de um questionamento aos EUA a respeito da recente sobretaxação de produtos siderúrgicos brasileiros, conforme informa o jornal O Estado de S. Paulo. “Vamos usar o mecanismo de solução de controvérsias. Houve a imposição dessas taxas e vamos dar início a uma preliminar que desembocará na Organização Mundial do Comércio (OMC)”, comunicou o chanceler José Serra. 

O governo americano acusa o Brasil de dar subsídios à fabricação de aços laminados a frio e a quente. Por isso sobretaxou os materiais. Já o governo brasileiro alega que as medidas tomadas no País não configuram vantagem indevida às companhias nacionais, e por isso tentará reverter a decisão, que prejudica, sobretudo, as vendas da CSN e da Usiminas. Caso não haja sucesso no questionamento, a questão poderá levar à abertura de um Painel na OMC. 

Fibria (FIBR3, R$ 22,83, +1,97%)
Na esteira da Suzano (SUZB5, R$ 10,61, +2,51%), a Fibria anunciou nesta tarde que elevou em US$ 20,00 a tonelada o preço da celulose praticado aos seus clientes na Ásia, para US$ 530,00 a tonelada. A informação foi confirmada à Bloomberg por email. Ontem, a Suzano informou que elevou os preços para a China para US$ 530 a tonelada, com validade a partir do dia 1° de outubro. Segundo dados semanais dos preços mundiais de referência da celulose, apurado pelo Broadcast com fontes, o valor médio na China atingiu US$ 486,42/ton na última terça-feira, um leve avanço de 0,13% contra a semana passada, após uma outra alta, de 0,08%, na semana anterior.

Continua depois da publicidade

Viver (VIVR3, R$ 2,69, 0,0%)
As ações da construtora Viver fecharam estáveis após subirem até 24,54% nesta sessão, indo a R$ 3,35, e acumulando em 3 pregões ganhos acima de 60%, na esteira de um pedido de recuperação judicial, apresentado há pouco mais de uma semana. O volume financeiro movimentado com os papéis atingiu R$ 2,66 milhões, contra média diária de R$ 92,7 mil dos últimos 21 pregões. 

Segundo Adeodato Volpi Netto, head de mercados de capitais da Eleven Financial, a ação sobe em meio a apostas de investidores por um “resgate” que poderia mudar a realidade da empresa. Mas esse é um case problemático que não vale o risco, disse. “Me parece um quadro binário. Eu ficaria bem longe”, complementa. 

Brasil Pharma (BPHA3, R$ 8,80, -10,20%)
As ações da Brasil Pharma registraram queda após comunicado de esclarecimento apresentado pela empresa, em que nega que esteja perto de vender a Big Ben. 
Em 26 de setembro, a Profarma acertou compra de 100% do capital total da Drogaria Rosário e Centro de Distribuição, detidos pela Brasil Pharma, por R$ 173 milhões. O Estado de S. Paulo disse em 27 de setembro, citando fontes não identificadas de mercado, que depois de vender Rosário, haveria negociação em curso agora para a venda do maior dos 3 ativos que restaram na Brasil Pharma, a paraense Big Ben.

Continua depois da publicidade

Braskem (BRKM5, R$ 25,54, +0,51%)
As ações da Braskem amenizaram ganhos após subir 4,49%, a R$ 26,55, na máxima registrada nesta sessão, atingindo ganhos de 14% em dois pregões. O otimismo ocorreu após seu Conselho de Administração aprovar o pagamento de dividendos no valor de R$ 1 bilhão aos seus acionistas, o que corresponde a R$ 1,25715870797455 por ação (seja ela ordinária ou preferencial classe “A”) e R$ 2,5143174159491 por ADR (American Depositary Receipt). Só vai ter direito ao provento o investidor que detiver ações da Braskem em carteira no fechamento do pregão da segunda-feira, 3 de outubro. O pagamento dos dividendos será realizado a partir do dia 11 de outubro. 

Ontem, durante o programa “Tendências”, da InfoMoneyTV, o analista técnico Bo Williams, da Clear Corretora, recomendou a compra das ações da petroquímica nos R$ 25,33 – um pouco abaixo do fechamento de ontem. O alvo da operação é nos R$ 32,30, dando um potencial de valorização de 27%. O stop loss está nos R$ 22,30 (confira a análise clicando aqui). 

Cesp (CESP6, R$ 14,66, -3,93%)
As ações da Cesp aceleraram perdas nesta tarde após notícia de que o governo de São Paulo quer fazer o leilão da companhia em junho de 2017, conforme disse a subsecretária de Parcerias e Inovação, Karla Bertocco Trindade, em entrevista à Bloomberg em Madri. Segundo o head de mercado de capitais da Eleven Financial, Adeodato Volpi Netto, havia uma expectativa do mercado por um prazo menor e agora os preços corrigem a euforia. 

Ontem, o secretário de Energia e Mineração do Estado, João Carlos Meirelles, disse a jornalistas que o primeiro passo, já em andamento na administração estadual, será a contratação de um banco e uma empresa especializada que irão assessorar o governo no negócio.

Eletrobras (ELET3, R$ 19,24, -2,34%; ELET6, R$ 24,05, -3,88%)
O governo pretende realizar o leilão da Celg-D, distribuidora de energia do Estado de Goiás, em novembro próximo, informa o jornal O Globo. A informação foi dada nesta quarta-feira pelo secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, após participar de reunião com investidores no BNDES, no Rio. De acordo com o secretário, o edital deverá ser publicado em outubro, para que o leilão seja realizado em novembro e a assinatura do contrato em janeiro. Participaram da reunião com investidores também o superintendente da área de Desestatização do BNDES, Rodolfo Torres, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira, e a Secretária de Fazenda do governo de Goiás, Ana Carla Abraão.

Minerva (BEEF3, R$ 9,60, 0,0%) 
A Minerva teve o seu preço-alvo elevado de R$ 14,00 para R$ 16,00 pelo BTG Pactual, seguindo com recomendação de compra. Os analistas do banco destacam que a companhia está bem posicionada, com baixa alavancagem e execução forte. Eles apontam que o cenário global para o setor frigorífico continua a favorecer os produtores sul-americanos e que 2017 será um ano forte para a indústria de carne bovina brasileira 

Queiroz Galvão (QGEP3, R$ 4,82, +4,10%)
As ações da Queiroz Galvão dispararam até 7,78%, a R$ 4,99, nesta sessão, após ter recomendação elevada de underweight (exposição abaixo da média pelo mercado) para neutra pelo JPMorgan. O volume financeiro atingiu R$ 4,36 milhões, contra média diária de R$ 2,95 milhões nos últimos 21 pregões.