Petrobras quer fechar acordo sobre refinaria com Mubadala ainda neste semestre, diz Prates

Rlam é responsável por cerca de 10% da capacidade de refino de petróleo do Brasil e foi vendida pela estatal em 2021, no governo Bolsonaro

Reuters

Jean Paul Prates no Roda Viva (Foto: Twitter/X/Prates)
Jean Paul Prates no Roda Viva (Foto: Twitter/X/Prates)

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O presidente da Petrobras (PETR3;PETR4), Jean Paul Prates, disse nesta terça-feira (13) que espera acertar os detalhes de um acordo com o Mubadala, sobre a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), até fim de junho.

As duas empresas intensificarão os esforços em torno do acordo sobre a refinaria na Bahia, responsável por cerca de 10% da capacidade de refino de petróleo do Brasil, “com vistas a finalizar a nova configuração societária e operacional ainda neste primeiro semestre de 2024”, disse Prates no X (antigo Twitter).

A Rlam foi vendida pela Petrobras no governo Jair Bolsonaro (PL), como parte de uma estratégia de desinvestimento da estatal. De propriedade do fundo soberano de Abu Dhabi, o Mubadala pagou US$ 1,65 bilhão na refinaria em 2021.

Mas, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou ao poder, a Petrobras sugeriu que poderia comprar de volta ativos de refino para aumentar sua produção de combustível.

Prates afirmou à Reuters que, no fim do ano passado, o Mubadala “oficializou uma proposta de convite à Petrobras para que ela retornasse à Bahia, tanto assumindo a operação, eventualmente, da Rlam, mantendo o Mubadala como parceiro”.

Segundo o presidente da Petrobras, o negócio traria de volta sinergias importantes envolvendo a estatal e a refinaria. Disse também que a parceria incluiria participação da Petrobras em projetos de biocombustíveis do Mubadala no Brasil.

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Prates não deu mais detalhes sobre como o negócio funcionaria, mas a Petrobras já disse, em um comunicado ao mercado que “avaliaria a aquisição de uma participação” na Rlam e na Acelen Renewable Energy, de propriedade do Mubadala.

Acordo com o Mubadala

Em setembro, a Petrobras assinou um memorando de entendimento para estudar a possibilidade de se unir ao Mubadala em suas operações de downstream na Bahia, incluindo uma biorrefinaria na qual o fundo de Abu Dhabi estima que seriam necessários investimentos de US$ 2,5 bilhões (mais do que o fundo pagou na Rlam).

Na época, fontes disseram à Reuters que a parceria poderia abrir as portas para negociações sobre a refinaria, já que a Petrobras continuava interessada em recomprá-la, apesar dos possíveis obstáculos antitruste.