Petrobras aprova nova carteira de desinvestimentos no valor de US$ 21 bi; 10 balanços e mais destaques no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (10)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo tem como principal tem como destaque a temporada de resultados, com atenção para os números da Vivo, Gafisa e Tenda. Além disso, atenção para notícias sobre Vale e Petrobras. Confira os destaques desta quarta-feira (10): 

Vale (VALE3; VALE5)
A reunião de acionistas da Vale que, entre outros assuntos, irá debater a conversão de ações da companhia, mudou de dia, passando de 11 de junho para 27 de junho, segundo informações da Bloomberg.

Além disso, de acordo com um documento divulgado pela mineradora em seu site, todos os diretores executivos da empresa verão seus contratos expirarem assim que o presidente Murilo Ferreira sair, no próximo dia 26 de maio.

Entre os nomes estão o diretor financeiro Luciano Siani Pires, o diretor de metais ferrosos Peter Poppinga, o diretor de fertilizantes e carvão Roger Downey, o diretor de recursos humanos, sustentabilidade, compliance Clovis Torres, a diretora de metais básicos Jennifer Maki, e o diretor de logística e exploração mineral Humberto Freitas.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A exemplo do que já havia feito no começo de abril, a Petrobras voltou a negar que esteja em negociações com a norte-americana Exxon Mobil para firmar uma aliança estratégica.

Desde o mês passado, rumores dão conta de que a Exxon Mobil estaria em conversas para obter acesso aos recursos do País. As conversas teriam incluído discussões sobre uma parceria de joint venture na qual a Exxon Mobil investiria em projetos com a Petrobras, assim como potenciais compras de participações em offshore, que o governo brasileiro planeja arrendar este ano, segundo fontes ouvidas pela Agência Estado. 

Por fim, a Petrobras aprovou a recomposição de sua carteira de projetos de parcerias e desinvestimentos, que passará a incluir, dentre outros, a alienação da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e da participação da companhia na Petrobras Oil & Gas B.V., que detém ativos na África, segundo comunicado divulgado nesta quarta-feira.

A Petrobras disse, ainda, que mantém sua meta de obter 21 bilhões de dólares em parcerias e desinvestimentos no biênio 2017/2018.

Tenda (TEND3)
O lucro líquido da Tenda cresceu 295% no primeiro trimestre deste ano ante o mesmo período de 2016, fechando o período em R$ 18,9 milhões. A receita líquida, por sua vez, subiu 38,4% na mesma base comparativa, para R$ 324,7 milhões. A incorporadora registrou ainda margem bruta de 33,1%, ante 29,3% no primeiro trimestre do ano passado.

A companhia informou também margem bruta ajustada de 34,6%, acima dos 31,7% do primeiro trimestre de 2016. A meta é que, no longo prazo, o indicador seja superior a 30%. A companhia conseguiu registrar geração de caixa pela primeira vez no ano passado. O Itaú BBA espera reação “ligeiramente positiva” a “resultados sólidos e em linha”. 

Gafisa (GFSA3)

A Gafisa encerrou o primeiro trimestre de 2017 com prejuízo líquido de R$ 126,1 milhões, excluindo-se a equivalência de Alphaville e efeitos da cisão da Tenda. Com isso, o prejuízo cresceu 97% em relação ao primeiro trimestre de 2016, quando a construtora reportou resultado líquido negativo de R$ 64,1 milhões.

Em sua apresentação de resultados, a Gafisa atribuiu a piora ao alto ambiente recessivo da economia brasileira, com volume elevado de distratos; ao efeito negativo no resultado financeiro, por conta do impacto contábil na repactuação de algumas dívidas de SFH; e ao mix de venda, concentrado em unidades mais novas.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi negativo em R$ 47,3 milhões, o que denota piora frente ao Ebitda ajustado negativo de R$ 12,2 milhões na mesma base de comparação anual.

A receita líquida totalizou R$ 136,5 milhões, uma redução de 20,1% na comparação anual. O faturamento foi impactado pelo mix de vendas líquidas do período, com maior concentração de vendas de produtos mais recentes e com menor evolução de obra.

Como consequência, houve menor contabilização da receita – já que o faturamento do setor é contabilizado de acordo com a evolução da obra (método POC).

A companhia realizou um maior volume de provisão para distratos, com efeito redutor de R$ 4,1 milhões na receita bruta.

O resultado financeiro líquido no primeiro trimestre foi negativo em R$ 28,6 milhões, comparado ao resultado líquido negativo de R$ 1,1 milhão no mesmo período do ano anterior.

Gol (GOLL4)
A Gol registrou lucro líquido de 232,7 milhões de reais no primeiro trimestre, queda de 69,3 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pela companhia aérea.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e aluguel de aeronaves (Ebitdar) recuou 31,3 por cento na mesma base de comparação, para 601,3 milhões de reais.

Telefônica (VIVT4)
A Telefônica Brasil, dona da Vivo, encerrou o primeiro trimestre de 2017 com lucro líquido recorrente de R$ 996,2 milhões, crescimento de 13,3% em relação ao mesmo período de 2016. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente atingiu R$ 3,514 bilhões, avanço de 7,3% na mesma base de comparação.

A margem do Ebitda recorrente foi de 33,2%, crescimento de 1,8 ponto porcentual. A receita operacional líquida totalizou R$ 10,590 bilhões, alta de 1,5% na comparação trimestral. O resultado recorrente desconsidera o efeito da venda de torres, que ampliou os lucros no começo do ano passado.

Apesar da evolução discreta no faturamento, a Telefônica Vivo aumentou o lucro devido a iniciativas de corte de custos, aumento na eficiência operacional e ganhos de sinergia pela integração com a GVT. Os custos operacionais recorrentes atingiram R$ 7,076 bilhões, recuo de 1,1%. A companhia teve despesa financeira líquida de R$ 290,4 milhões, diminuição de 8,3%.

O Bradesco BBI espera reação neutra a resultados “sólidos no móvel e controle de custos, mas dados fracos para o negócio fixo”; resultados foram “previsíveis como um relógio”, “reforçando o status defensivo da companhia”, segundo os analistas. 

Iguatemi (IGTA3)
A Iguatemi encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 50,6 milhões, ficando 27% acima das expectativas compiladas pela Bloomberg, de R$ 39,8 milhões, e 30,8% superior ao mesmo intervalo de 2016. “Tivemos um primeiro trimestre positivo e abril também foi muito bom. Se continuarmos com esse movimento, podemos terminar o ano no topo do guidance (previsão)”, disse à Reuters a vice-presidente de finanças da empresa, Cristina Betts.

Para 2017, a Iguatemi prevê crescimento de 2% a 7% na receita líquida. Entre janeiro e março, a receita líquida subiu 4,3% na comparação anual, para R$ 167,35 milhões. A empresa teve alta de 7,1% na receita de aluguel no período, enquanto a receita com estacionamento subiu 10,6%.

Entre janeiro e março, os lojistas de shoppings do grupo Iguatemi venderam R$ 2,9 bilhões, 5,2% mais que um ano atrás. No conceito de vendas em mesmas lojas, a alta foi 1,7%, ante expansão de 1,8% no primeiro trimestre de 2016. Já o crescimento das vendas em mesma área desacelerou para 1,6%, de 4% um ano antes.O custo de ocupação ficou estável em 12,7%, mas a taxa de ocupação recuou 1 ponto percentual, para 93%, conforme a Área Bruta Locável (ABL) aumentou 4,3%, para 746.027 metros quadrados.

Ao mesmo tempo, a linha de custos e despesas consolidados somou R$ 42 milhões, ante R$ 41 milhões nos três primeiros meses de 2016. “Temos feito trabalho grande para buscar eficiência operacional e estamos caindo nominalmente em despesas há quatro anos”, afirmou a executiva.

Apesar dos esforços, a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 2,5% frente ao primeiro trimestre do ano passado, para R$ 125,76 milhões. A margem Ebitda recuou para 75,2%, ante 80,4% entre janeiro e março de 2016.

O endividamento líquido da Iguatemi recuou 1,9% ano a ano, a R$ 1,65 bilhão. A alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda caiu para 3,19 vezes, de 3,23 vezes no término de março de 2016. “Nossa dívida é bem longa e barata”, ressaltou a executiva.

BR Properties (BRPR3)

O lucro líquido da BR Properties subiu 70% no primeiro trimestre, na comparação anual, totalizando R$ 182,77 milhões, principalmente em decorrência daa venda de galpão da companhia de propriedades comercial para Global Logistic Properties (GLP) no valor de R$ 240,2 milhões. Já a receita líquida somou R$ 114 milhões, queda de 10% na base anual.

O Ebitda ajustado foi a R$ 89,3 milhões, queda de 13% na mesma base de comparação, enquanto a margem Ebitda foi para 78%, leve queda ante os 79% no mesmo período do ano passado. 

BTG Pactual (BBTG11)

 O lucro líquido do BTG Pactual no primeiro trimestre aumentou na comparação com o trimestre anterior devido à melhora operacional, mas recuou na comparação contra um ano antes, quando o resultado tinha sido impulsionado por venda de ativos.

O grupo anunciou nesta terça-feira que seu lucro líquido de janeiro a março somou 720 milhões de reais, queda de 29 por cento ante mesma etapa de 2016 e alta de 5,9 por cento sobre o trimestre anterior. Em termos ajustados, o lucro líquido somou 843 milhões de reais no primeiro trimestre, queda de 16,5 por cento na comparação anual e alta de 24 por cento ante o quarto trimestre de 2016.

A receita total do BTG Pactual cresceu 63 por cento sobre o último trimestre de 2016, para 1,661 bilhão de reais. Ano a ano, porém, houve queda de 53 por cento, principalmente devido aos efeitos da venda de participação na gestora suíça de recursos BSI e no braço do negócios de commodities ECTP.

Sanepar (SAPR4)
A Sanepar encerrou o primeiro trimestre de 2017 com lucro líquido de R$ 160,05 milhões, uma alta de 10,93% ante o mesmo período do ano passado, quando o resultado foi de R$ 144,82 milhões. A receita operacional, por sua vez, avançou 14,85%, passando de R$ 806,62 milhões para R$ 926,43 milhões, ao passo que o Ebitda ajustado saiu de R$ 282,60 milhões nos três primeiros meses de 2016 para atuais R$ 408,84 milhões, alta de 44,67% no período.

A companhia destacou o avanço do lucro mesmo com a provisão contábil do Programa de Demissão Voluntária com Transferência de Conhecimento (PDVTC) e do Programa de Aposentadoria Incentivada (PAI), no valor total de R$ 15,5 milhões, além do acréscimo das provisões cíveis devido às indenizações por danos morais referentes à falta de água no Município de Maringá.

As despesas administrativas diminuíram 14,2% em relação ao primeiro trimestre de 2016, passando de R$ 163,7 milhões para R$ 140,5 milhões. “A principal variação negativa ocorreu nas despesas com pessoal resultando em (18,3%) em decorrência da diminuição das despesas com abono, indenizações e avisos prévios e também relacionados ao Programa de Aposentadoria Incentivada”, disse a empresa.

De acordo com o BTG Pactual, a companhia registrou volumes sólidos e um controle de custos decente, mas as provisões foram os “vilões” por trás do resultado mais fraco do que o esperado. Os analistas do banco seguem com recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 17,00. 

Equatorial (EQTL3

A Equatorial Energia viu o seu lucro cair 38,9% no primeiro trimestre, para R$ 74 milhões, ante R$ 122 milhões no mesmo período do ano anterior. Segundo o informe de resultados da empresa, o resultado é ajustado proporcionalmente à participação da Equatorial em cada um das companhias (65,11% na Cemar e 96,5% na Celpa).

O Ebitda ajustado recuou 11,8% de janeiro a março de 2017 ante igual intervalo de 2016, para R$ 263 milhões. A receita operacional líquida da Equatorial Energia ficou praticamente estável, em R$ 1,747 bilhão, no primeiro trimestre de 2017 ante o R$ 1,734 bilhão reportado no mesmo período do ano anterior.

Ouro Fino (OFSA3)

O prejuízo líquido ajustado do primeiro trimestre da Ouro Fino foi R$ 5,9 milhões, alta de 228% ante o prejuízo líquido ajustado de R$ 1,8 milhão do mesmo período do ano anterior. Esses resultados refletem a queda do Ebitda ajustado e aumento da despesa financeira líquida parcialmente compensados pelo efeito de imposto de renda e contribuição social, informou a companhia. A receita líquida de vendas caiu 23,3%, passando de R$ 98 milhões para R$ 75,2 milhões. Após o resultado, o Bradesco BBI revisou o seu preço-alvo de R$ 36 para R$ 27, refletindo o balanço e a expectativa de recuperação mais lenta do que anteriormente estimado. A recomendação para o papel segue neutra. 

Recompra de ações

A Lojas Americanas (LAME4) aprovou a recompra de até 10 milhões de ações ON e 10 milhões PN em 1 ano. Já o Conselho da Tarpon (TRPN3)autorizou a recompra de até 200 mil ações ON. 

Itaú Unibanco (ITUB4)

O Itaú Unibanco informou que negocia aquisição de participação minoritária na XP Investimentos, mas que até o momento nenhum acordo foi firmado, segundo fato relevante divulgado nesta quarta-feira.

O maior banco privado do país esclareceu, ainda, que a eventual transação “não ensejará alteração de controle” da XP Investimentos, conforme o documento.

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.