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SÃO PAULO – O mercado mais uma vez é penalizado por incertezas políticas, enquanto o exterior aparece em tom negativo. Entre as maiores quedas, figuram as blue chips Petrobras e bancos, além das exportadoras, que depois de terem sido beneficiadas ontem pela disparada do dólar, caem com o recuo da moeda americana nesta segunda-feira. Do lado positivo, aparecem as ações das elétricas, que caíram na véspera levadas pela forte derrocada do mercado, assim como as concessionárias, beneficiadas por notícias de que o governo está estudando reajustar a tarifa de pedágio. Confira abaixo os principais destaques deste pregão, segundo cotação das 15h56 (horário de Brasília):
Petrobras (PETR3, R$ 8,34, -5,12%; PETR4, R$ 8,54, -4,15%)
Os papéis da Petrobras caem junto com a derrocada de 3% dos preços do petróleo no mercado internacional. Além disso, há notícia de que o Tesouro Nacional não pretende oferecer garantias à captações da Petrobras nos mercados interno ou externo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com a publicação, não há hoje nenhuma operação da petrolífera sendo estruturada com o aval do Tesouro. Lembrando que na semana passada, a companhia anunciou ter obtido do conselho de administração autorização para captar este ano até US$ 19 bilhões.
O dia da companhia também é marcado pelos depoimentos que serão feitos na CPI da estatal. Além disso, aparece no radar notícia de que Murilo Ferreira, da Vale, deve assumir a presidência do conselho da Petrobras, segundo coluna Radar, da Veja.
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As ações da produtora de petróleo QGEP (QGEP3, R$ 5,46, -14,02%) também operam no vermelho nesta terça-feira, vendo suas ações atingirem na mínima do dia seu menor patamar histórico.
Bancos
Os papéis dos bancos seguem o movimento negativo, pressionados por preocupações sobre a economia nacional: Bradesco (BBDC3, R$ 34,47, -1,77%; BBDC4, R$ 33,94, -2,61%) e Itaú (ITUB4, R$ 33,10, -2,90%) apareciam entre as maiores quedas do Ibovespa. O Banco do Brasil (BBAS3, R$ 21,44, +1,42%) destoava dos grandes bancos e subia quase 2%.
Educacionais
As ações do setor de educação continuam operando no vermelho nesta terça. Hoje a Justiça Federal em Alagoas determinou que o MEC (Ministério da Educação) suspenda a regra criada no final do ano passado que exigia nota mínima no Enem para estudantes que quisessem obter o Fies (programa de financiamento estudantil), de acordo com informações da Folha de S. Paulo. A decisão ainda suspende a redação de portaria que diminui para 8, de 12, os pagamentos do governo feito à instituições de ensino superior privadas. Operavam em queda as ações da Kroton (KROT3, R$ 9,40, -3,79%), Estácio (ESTC3, R$ 16,09, -1,05%) e Ser Educacional (SEER3, R$ 10,73, -1,56%).
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Vale (VALE3, R$ 19,21, -1,69%; VALE5, R$ 16,76, -1,87%)
As ações da Vale voltam a cair hoje em meio à queda dos preços do minério de ferro lá fora. Hoje, Jimmy Wilson, hedge do negócio de minério da BHP, disse que se a companhia não continuar com seu plano de aumento de capacidade outras mineradoras vão vender no seu lugar, indo em linha com o que a Vale e Rio Tinto têm mostrado, que estão investindo para aumentar produção apesar do momento adverso no setor. Ainda no radar, um relatório do Citi aponta que os preços do minério de ferro – principal produto da Vale – deverão cair para cerca de US$ 50 por tonelada no curto prazo, com uma demanda das siderúrgicas chinesas e um excedente de oferta no mercado.
Cetip (CTIP3, R$ 30,48, -0,88%)
As ações da Cetip seguem no negativo em meio às incertezas geradas sobre a empresa na véspera. Na segunda-feira, os papéis da companhia desabaram 8% devido às especulações de envolvimento da GRV Solutions – uma empresa incorporada pela companhia – em esquema de propina. A GRV foi comprada em dezembro de 2010 por R$ 2 bilhões. Segundo uma reportagem da Folha de S. Paulo, há menções de pagamentos milionários a políticos provenientes de contratos de órgãos como o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito). Ontem, a Cetip enviou comunicado após o fechamento do mercado apontando que a GRV foi incorporada em 2010, enquanto os fatos relatados teriam sido supostamente ocorrido anteriormente à aquisição. Devido às fortes movimentações recentes, a XP Investimentos disse que é preferível aguardar para entender melhor o andamento do processo.
Concessão de rodovias
O governo está estudando reajustar as tarifas de pedágio para compensar as perdas das concessionárias com a nova Lei dos Caminhoneiros. A alta poderia ficar entre 14% e 20%, em média, mas deverá ocorrer só em meados de 2016. A notícia faz as ações do setor: CCR (CCRO3, R$ 14,63, +3,83%), Ecorodovias (ECOR3, R$ 9,31, +2,65%) e Arteris (ARTR3, R$ 7,99, -0,13%). Vale lembrar que os papéis dessas companhias vêm de fortes quedas na Bolsa desde o final de fevereiro.
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Imobiliárias
Com exceção da MRV Engenharia, as ações do setor de construção civil são novamente penalizadas por um momento adverso econômico e político no Brasil. Entre as maiores quedas do Ibovespa, destaque para Gafisa (GFSA3, R$ 1,88, -4,57%), Cyrela (CYRE3, R$ 11,01, -2,31%) e Even (EVEN3, R$ 4,44, -1,33%).
MRV Engenharia (MRVE3, R$ 6,83, +1,19%)
As ações da MRV Engenharia sobem hoje, descolando do restante do setor de construção civil, já que a empresa tem grande exposição ao programa do governo Minha Casa, Minha Vida. A presidente Dilma Rousseff afirmou hoje que, com exceção do Bolsa da Família e Minha Casa, Minha Vida, os demais programas do governo passarão por ajustes.
Souza Cruz (CRUZ3, R$ 25,35, +0,20%)
A Aberdeen, maior acionista da Souza Cruz, rejeitou a oferta da BAT para fechar o capital da companhia fabricante de cigarros. Segundo Nick Robinson, chefe de equities da Aberdeen no Brasil, disse à Bloomberg, a BAT oferece “um preço baixo dada a qualidade da companhia”. A BAT (British American Tobacco) se ofereceu, em 23 de fevereiro, para pagar R$ 10,1 bilhões, ou R$ 27,75 por ação pelos 24,7% que ainda não detém na Souza Cruz.
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Fibria (FIBR3, R$ 38,82, +0,13%)
As ações da Fibria destoam das empresas com o mesmo perfil exportador, que são penalizadas hoje pela queda do dólar frente ao real. Os papéis da companhia de papel e celulos sobem após a informação de que a empresa elevará seu preço de celulose em US$ 20 por tonelada a partir de 1º de abril. Com isso, o preço da commodity passa a ser de US$ 880 por tonelada para o mercado norte-americano, US$ 790/t para a União Europeia e US$ 680/t para a Ásia.
Elétricas
Depois de forte queda ontem, acompanhando o pessimismo do mercado, as ações das elétricas figuram entre perdas e ganhos nesta sessão. Nos destaques, Eletrobras (ELET3, R$ 4,92, -1,99%; ELET6, R$ 6,37, +1,76%), Light (LIGT3, R$ 12,51, -0,24%), Cesp (CESP6, R$ 22,76, +0,57%), e Cemig (CMIG4, R$ 11,78 +1,03%). Sobre o setor, o governo federal deve iniciar nesta semana a campanha publicitária ao estímulo do uso racional e à redução do consumo de energia elétrica.
Ambev (ABEV3, R$ 17,89, -2,13%)
Segundo a coluna Radar, da Veja, a produção de cerveja caiu no Brasil em fevereiro. De acordo com números do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe) da Receita Federal, a produção no mês foi de 1,15 bilhão de litros, 1,3% menos que em janeiro, quando os termômetros passavam os 40 graus e o Carnaval se aproximava. Em relação a fevereiro de 2014, mês que antecedeu o Carnaval, a queda é mais expressiva: 6%. Vale a pena mencionar que ano passado o Carnaval foi em março, esse é um dos motivos da queda, comentou a XP Investimentos.
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Magazine Luiza (MGLU3, R$ 5,39, +4,86%)
Depois de desabar por cinco pregões seguidos, as ações da Magazine Luiza reagem neste terça-feira. Os papéis foram penalizados nos últimos dias por notícias sobre a suspensão do programa do governo Minha Casa Melhor.
Copasa (CSMG3, R$ 16,86, +0,42%)
A Copasa protocou pedido de reajuste tarifário à Arsae-MG para período entre maio de 2015 e abril de 2016.