PETR4: Recursos das reservas vão para dividendos, diz CFO

Decisão sobre distribuição dos dividendos extraordinários pode ocorrer ao longo deste ano

Vitor Azevedo

Publicidade

O diretor financeiro (CFO) da Petrobras (PETR4), Sergio Caetano Leite, disse que os recursos extraordinários, que estão nas reservas da companhia – como resultado do lucro excedente de 2023 – serão distribuídos na forma de dividendos.

“O que foi determinado pela AGE (assembleia de acionistas) é que até o final desse exercício, do ano de 2024, seja realizado o saldo que ficou nessa conta – os 50%”, disse ele, a analistas e investidores, durante teleconferência de resultados do 1º trimestre.

“Não foi estipulado, no entanto, uma data para a distribuição. Mas apresentamos ao Conselho, mensalmente, outlooks. A deliberação deve acontecer ao longo deste ano ou começo do ano que vem”, acrescentou.

PETR4: Preços dos combustíveis

Leite foi questionado por analistas sobre a política de preços da companhia. Segundo ele, a Petrobras não tem uma política de preço, mas uma estratégia comercial, em que se analisam várias questões, como logística e oferta.

“Temos um valor marginal (de preços), onde abaixo disso não nos interessa. Onde deixamos à mesa. Na outra ponta, temos o custo alternativo do cliente, que é o valor que o cliente sai da mesa.”

O CFO mencionou ainda que o custo alternativo do cliente não é o PPI. “Ele traz, por exemplo, a certeza do abastecimento. Às vezes o cliente prefere comprar um pouco acima do PPI para ter a certeza do abastecimento”.

Continua depois da publicidade

O diretor acrescentou que o diesel russo vem impactando o mercado, com os “clientes de olho em outras oportunidades”. “Com isso, a petroleira vem preferindo deixar de passar a oscilação, para garantir fatia de mercado.”

A política de preços da Petrobras para o diesel, segundo eles, tem sido exitosa em evitar repassar volatilidades do mercado externo ao interno e permite ainda que a companhia continue lucrando, afirmaram executivos da companhia nesta terça-feira em videoconferência com analistas.

O CFO da Petrobras que as margens do diesel sofreram pressão do aumento da mistura de biodiesel no diesel, a partir do início de março, assim como pela entrada de diesel de origem russa, que tem chegado ao país com valores mais competitivo ante concorrentes. No entanto, a estatal afirma que prefere não importar o diesel russo, mencionando que há riscos no feito (como por exemplo, sanções).

Continua depois da publicidade

Produção da Petrobras

Segundo Joelson Mendes, diretor executivo de exploração e produção da Petrobras (PETR4), a produção do primeiro trimestre deste ano, e também de abril, estiveram “bem em linha” com o planejado pela companhia.

“Há complexidades de vários níveis em nossas plantas. Todas têm sistemas diferentes. Há diversos fatores que podem fazer nossas produções variarem tanto para cima quanto para baixo. Variações de 2% para cima ou para baixo são naturais”, disse ele, a analistas.

(Com Reuters)