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(Bloomberg) — O Brasil, maior exportador de soja do mundo, exportará menos do que o previsto após a peste suína africana ter dizimado rebanhos de suínos da China, corroendo a demanda pela oleaginosa usada na ração animal.
Os embarques de soja podem chegar a 68,1 milhões de toneladas este ano, uma queda de 2,9% em relação à previsão divulgada em março, informou nesta segunda-feira a Abiove, associação que representa as industrias de óleos vegetais. As exportações provavelmente cairão 19% em relação ao ano anterior, quando o país colheu safra recorde e as exportações foram favorecidas pela guerra comercial entre os EUA e a China, principal consumidor tanto da oleaginosa como de suínos.
A programação de embarque nos portos sinaliza menor demanda por soja, disse Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da Abiove, em entrevista por telefone. “Se a expectativa de aumento das importações chinesas de carnes for confirmada, será uma oportunidade interessante para o Brasil”, acrescentou Amaral, referindo-se a um possível aumento nas exportações de proteína animal para a China, o que, por sua vez, pode estimular o consumo interno de farelo de soja.
Os portos brasileiros estao programados para embarcar 3,81 milhões de toneladas de soja, o menor volume para esta época do ano desde pelo menos 2015, segundo mostram dados da SA Commodities. A Abiove representa a Cargill, Bunge e Cofco, entre outros exportadores.
A Abiove reafirmou sua previsão para a produção de farelo de soja em 43,2 milhões de toneladas, tambem estável em relação ao ano anterior. Os processadores têm capacidade de aumentar a produção para 63 milhões de toneladas.
Na segunda-feira, os futuros de soja e farelo para entrega em julho estenderam a mínimas históricas na Bolsa de Chicago. Os mercados agrícolas caíram depois que tensões comerciais entre os EUA e a China se intensificaram. No dia 3 de maio, as ações da JBS, o maior produtor de carne do mundo, alcançaram máxima histórica.