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SÃO PAULO – Um estudo que está sendo realizado com bovinos no Pantanal pretende, no futuro, armar o País de argumentos científicos para contestar possíveis barreiras comerciais ou críticas que venham a surgir no futuro, especialmente do exterior. Além disso, buscar formas de tornar a pecuária mais eficiente em todos os seus aspectos.
O estudo, coordenado pelo Pecus Pantanal, subprojeto que integra a Rede Pecus de pesquisa – do qual a Embrapa faz parte -, está medindo a quantidade de metano e outros gases do efeito estufa emitida não só pelos bovinos, mas por todo o sistema pecuário pantaneiro, incluindo os pastos.
De acordo com a pesquisadora Ana Marozzi Fernandes, da Embrapa Pantanal, a equipe já tem resultados preliminares. “As medições revelam que as nossas emissões são muito menores do que os padrões internacionais preconizam, até no Pantanal”, diz. “Os bovinos nessa região se alimentam de pastagens de menor qualidade nutritiva em relação às cultivadas e exóticas dos outros biomas e não têm uma dieta com grãos, que diminuiriam a emissão. Mesmo assim, eles ainda têm uma emissão muito semelhante à do restante do Cerrado, por exemplo”, diz a pesquisadora.
De acordo com Ana, a equipe investiga, agora, os fatores que podem influenciar a situação, como o porte dos animais (geralmente menores que os de outras regiões do País) ou adaptações genéticas ao ambiente. Outra conclusão diz respeito à produção de metano pelo próprio ambiente pantaneiro – o gás é emitido naturalmente por solos alagados, com pouco oxigênio, situação que ocorre na época das cheias. “Os dados indicam que é muito provável que exista um equilíbrio. Ou seja: quando os solos estão encharcados, eles emitem metano. Quando secam, absorvem esse gás.” Segundo Ana, um dos principais objetivos desses estudos é obter informações regionais totalmente adaptadas para considerar a relação entre a produção pecuária brasileira (e pantaneira) e os GEE.