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SÃO PAULO – Entre o aumento do faturamento real e uma queda tanto nas horas trabalhadas como na utilização da capacidade instalada em setembro, face ao mês de agosto, o desempenho da indústria nacional no terceiro trimestre deste ano foi moderado, segundo mostra a pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgada nesta quinta-feira (4).
De acordo com o levantamento, o faturamento voltou a crescer em setembro, avançando 1,9% sobre o mês de agosto, quando desconsideradas variações sazonais. Contudo, as horas trabalhadas recuaram 0,4% na mesma base de comparação, enquanto a utilização da capacidade instalada também listou contração no período, pelo quinto mês consecutivo, ao ficar em 81,9% pelo índice dessazonalizado
Ritmo moderado, mas crescendo
Para Flávio Castelo Branco, gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, o comportamento moderado da indústria entre julho e setembro é fruto do crescimento menor da demanda ocasionado com o fim das desonerações tributárias em setores como automóveis e eletrodomésticos.
“A indústria perdeu a velocidade de crescimentodesde o final de 2009 e início deste ano, mas continuará crescendo, embora em ritmo menor”, comentou Castelo Branco.
Trabalho em alta que vinha experimentando
Se por um lado o desempenho da indústria no terceiro trimestre não foi dos mais positivos, o mesmo não pode ser dito sobre o mercado de trabalho, que seguiu em expansão no mês de setembro. O emprego industrial cresceu 0,5% sobre agosto, no índice sem variações sazonais, havendo também um aumento na massa salarial real, de 1,1%, e no rendimento médio real, de 0,5%.
Quando comparados o terceiro e o segundo trimestres, o faturamento cresceu 3,9%, as horas trabalhadas subiram 1,8% e foi de 1,5% a elevação do emprego. A massa salarial expandiu 7,8% entre julho e setembro, na passagem trimestral.
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Setores em recuperação
Os Indicadores Industriais da CNI revelam também que, dentre os 19 setores pesquisados, sete ainda não registram plena recuperação no faturamento face ao período prévio à crise econômica global. Estão em pior situação em relação a antes da crise os segmentos de madeira, refino e álcool, metalurgia básica e material eletrônico e de comunicação.