Para Moody’s, Brasil “grau de investimento” beneficiou qualidade de crédito na AL

Agência ainda destaca as medidas adotadas contra a crise como um dos fatores para a rápida recuperação da região

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – Analisando o fato dos ratings de países e companhias latino-americanas terem mostrado uma recuperação mais rápida, a agência de classificação de risco Moody’s espera que a maioria dessas empresas seja beneficiada pelo cenário promissor de recuperação econômica e destaca a elevação do rating soberano brasileiro como fator benéfico para a qualidade de crédito na região.

Anunciado no final de setembro, a instituição determinou o upgrade das notas de dívida brasileira em moeda local e estrangeira para Baa3, colocando o País no patamar “grau de investimento”, já que a Moody’s era a única das três grandes agências classificadoras que não tinham concedido essa nota.

Aliado a isso, os especialistas da instituição destacam as medidas tomadas pelos governos da América Latina para minimizar os efeitos do colapso financeiro. “O suporte dado pelos sistemas bancários na região tem sido fundamental para limitar o risco de default durante a crise”, disse o vice-presidente sênior da Moody’s, Alexander Carpenter.

Novas elevações não são descartadas

Analisando o horizonte desses países, a agência classificadora de risco espera um cenário muito mais favorável para as empresas latino-americanas, apresentando taxas de crescimento no fim de 2009 e em 2010 no mínimo em linha com o potencial de longo prazo.

Esse maior ritmo de expansão econômico deverá contribuir para a maior utilização da capacidade instalada das companhias da região, o que leva Carpenter a admitir que, mesmo com as notas atuais já incorporando uma melhora nos índices financeiros para o próximo ano, novas revisões positivas podem ocorrer, principalmente caso os ratings soberanos sejam elevados na região.

Cautela diante de fusões

Apesar das premissas apontarem um futuro propício para o desenvolvimento contínuo da atividade latino-americana, os analistas da agência ressaltam que cerca de 30% dos ratings corporativos na região continuam com perspectiva negativa ou sob revisão para rebaixamento, principalmente por conta da forte onda de fusões e aquisições.

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Contudo, de maneira geral, o terceiro trimestre deste ano mostrou que as elevações nas notas melhoraram num ritmo mais acelerado na América Latina do que em outras regiões, além de também as empresas latino-americanas terem registrado um maior número de revisões positivas do que negativas.

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers