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SÃO PAULO – Apesar dos esforços de algumas autoridades para engatar uma maior união entre os países da União Europeia, o HSBC e o Société Générale não acreditam que os líderes do bloco irão chegar a uma conclusão sobre os principais temas na cúpula – principalmente devido às diferenças de opiniões entre os países. A reunião ocorrerá na próxima quinta-feira (28) e sexta-feira (29) e está sendo bastante aguardada pelos investidores.
Segundo a economista do HSBC, Janet Henry, os mercados estão esperando por uma definição, apesar de não contarem com decisões. “Enquanto parece haver uma crescente percepção de que o novo roteiro deve envolver as etapas de união bancária, fiscal e econômica, ainda existem grandes diferenças de opinião sobre o que o teor, periodicidade e sequenciamento desses novos arranjos institucionais deve ser”, conclui Janet.
Já a economista do Société Générale, Michala Marcussen, sugere que há uma busca por uma união fiscal e bancária do bloco. Entretanto, o modo como isso pode ocorrer ainda gera muitas discordância entre os líderes. Michala ressalta que, enquanto a Alemanha quer ver uma integração fiscal mais profunda com controle dos gastos de firmas e impostos, a França, Itália e Espanha propõem maior divisão do risco.
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“Nossa visão é de que não haverá decisões ‘tangíveis’ com relação ao desenrolar da crise europeia, deixando os mercados mais vulneráveis”, afirma Michala. Com isso, os investidores devem se manter cautelosos, afirma.
Reformas e contradições
De acordo com o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mário Draghi, a primeira parte do pacto seria a continuação das reformas estruturais com uma disciplina comum para a implementação. A segunda parte é a necessidade de criação de trabalhos ao aumentar o investimento e a infraestrutura. Segundo a economista do banco, Janet Henry, essas duas abordagens são relativamente controversas, ou já em grande parte abordadas pelo euro.
Para Janet, a medida mais simples para gerar alívio nos mercados seria usar a capacidade do EFSF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira) e do ESM (Mecanismo Europeu de Estabilização) para prover empréstimos diretamente aos bancos a serem recapitalizados, em vez de haver a intermediação dos governos, o que poderia ocorrer se não houvesse restrições para isso.
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Segundo a economista, a dificuldade está também no fato de que a Alemanha provavelmente não concordará com isso, a não ser que haja uma supervisão muito ativa.