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SÃO PAULO – Bob Doll é um dos gurus que acreditam na forte correlação atual entre o vaivém cotidiano no mercado de capitais e a maquina pública do Estado. Não que o vice-presidente da gestora de fundos BlackRock desenhe apologias a uma estatização completa da economia, mas sim por enxergar que as medidas governamentais detêm importância fundamental para o horizonte da renda variável, seja em Nova York, seja em Tóquio.
“Claramente, os mercados ao redor do mundo estão sendo guiados pelas políticas estatais no presente”, afirma o executivo, ao defender a tese. Mais próximo do mercado norte-americano, Doll observa que a administração de Barack Obama e toda cúpula do governo necessitam engajar medidas adicionais para descongelar o mercado de crédito, sendo premissa básica para alguma recuperação.
Procura-se um Estado presente
Especificamente, a BlackRock propõe dois movimentos: a elevação do ritmo pelo qual o Federal Reserve adquire ativos corporativos, com o objetivo de prover liquidez aos balanços das companhias; e realização de novos aportes do Estado no setor imobiliário, para reduzir as taxas hipotecárias e, como decorrência do processo, encorajar aquisição de imóveis e refinanciamentos.
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Nesse sentido e, com o cenário corrente, “é compreensível que muitos investidores permanecem sem vontade para investir em ativos de maior risco”, afirma o vice-presidente da gestora de fundos, prevendo mais dificuldades nos próximos meses. Em contrapartida, Doll vê os ativos subvalorizados em bolsa, o que deixa margem a possíveis ralis no curto prazo, como parte de uma correção do mercado.
Entre o curto prazo de possíveis ganhos e o horizonte repleto de incertezas, “políticas fortes, claras e decisivas deverão ajudar certamente”, conclui o executivo, mas deixando um alerta: “os riscos de mais desvalorização permanecem deixando problemas”.
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