Papel e celulose, agro e mineração estão mais expostos à mudança climática, aponta XP

Analista Marcella Ungaretti avalia que o tema ganhou mais relevância esse ano com as enchentes no Sul e as queimadas recentes em vários pontos do país

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Relatório da XP mapeou os riscos climáticos em vários setores da economia no país. O objetivo é atender uma crescente preocupação de investidores, principalmente depois das enchentes no Rio Grande do Sul, em maio, e agora com as queimadas, que aumentaram em diversos pontos do país.

Segundo Marcella Ungaretti, analista ESG da XP, que participou nesta quarta-feira (28) do Morning Call da XP, o cenário em relação ao clima e os impactos que esses eventos climáticos extremos possuem afetam diferentes setores da bolsa.

“A gente percebe esses eventos acontecendo tanto no Brasil como ao redor do mundo. E o olhar dos investidores acabou ficando mais forte para isso”, destaca.

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10 cidades mais atingidas

No Brasil, conforme o levantamento da XP, identifica-se aumento de temperatura consideravelmente mais alta do que nos anos anteriores. Pelo relatório, as cidades brasileiras que tiveram mais eventos climáticos ano passado foram, pela ordem: Manaus (AM), São Paulo (SP), Petrópolis (RJ), Brusque (SC), Barra Mansa (RJ), Salvador (BA), Curitiba (PR), Itaquaquecetuba (SP), Ubatuba (SP) e Xanxerê (SC).

“Essa combinação de maiores emissões de gás de efeito estufa e maiores temperaturas tem levado a um aumento da frequência desses eventos climáticos extremos”, destaca.

Riscos físicos e de transição

O mapeamento dos setores da bolsa mais atingidos com mudanças climáticas foi dividido em dois, explica a analista. O primeiro com os setores com riscos físicos, que são aqueles que podem impactar os ativos da empresa e as suas operações.

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“O segundo com os setores de riscos de transição, que são aqueles que podem acontecer pensando principalmente em mudança de preferência do consumidor, preocupação em relação aos stakeholders e eventuais custos adicionais de adaptação”, explica Marcella Urgaretti.

“Pensando em alguns riscos físicos, tem três setores expostos: papel e celulose, agro, alimentos e bebidas, e mineração e siderurgia”, disse ela.

“Nos riscos de transição, os mais impactados são óleo e gás, novamente mineração e siderurgia, e transportes”, complementou.

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Segundo ela, as empresas em geral no Brasil ainda estão em estágios iniciais de adaptação às mudanças climáticas, o que as deixam potencialmente despreparadas para enfrentar os riscos climáticos.