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Após a queda recente nos preços de alguns papéis de tecnologia, que foram bastante penalizados, Aswath Damodaran – um dos nomes mais aclamados do mercado financeiro, considerado uma espécie de “papa do valuation“ – afirma que revisitou as planilhas e vai voltar a comprar ações do Facebook (FBOK34), hoje rebatizado como Meta, e da Amazon (AMZO34).
Em um longo texto publicado em seu blog, o professor de finanças na Stern School of Business, da New York University, ressaltou que dentre as seis FANGAMs (Facebook, Amazon, Netflix, Google, Apple e Microsoft) os papéis do Facebook parecem ser os mais abaixo do preço justo.
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Ele destaca que a companhia sempre foi conhecida como um plataforma de milhões de pessoas, que depois passou a usar parte dos dados coletados dos usuários para focar em publicidade.
Após escândalos envolvendo a divulgação de dados privados de usuários, a companhia passou por um processo de redefinição que levou à mudança de nome para Meta. A alteração pode ter ajudado, em certa medida, mas os desafios que envolvem a privacidade digital e as ameaças regulatórias seguiram causando impacto na receita, que cresceu menos no último trimestre.
Embora o cenário siga desafiador para a empresa, o guru do valuation afirma que as margens operacionais da Meta continuaram “intactas” e que estão entre as maiores na comparação com outros negócios americanos. De olho no preço, o professor diz que comprará as ações da empresa porque estão baratas, apesar de sua “história confusa e dos problemas de curto prazo”.
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Em uma simulação de valores, a mediana do preço-alvo dos papéis da Meta poderia chegar a US$ 326,52 contra os US$ 214,67 registrados às 16h (horário de Brasília). Ou seja: as ações poderiam obter uma valorização de mais de 50%.
Amazon
Outro papel que também está no radar de Damodaran é o da Amazon, considerado subavaliado. Para ele, a plataforma de disrupção do varejo da empresa continua funcionando bem e vem apresentando crescimento contínuo e melhora de margem.
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Embora atitudes de reguladores possam atrapalhar os planos da empresa, o alcance e a presença da Amazon em diferentes frentes de negócios e nos locais mais variados devem limitar o impacto dessa postura regulatória mais incisiva.
Segundo ele, nos últimos cinco anos, as margens da companhia subiram muito e a empresa está conseguindo consolidar o que ele chama de uma trajetória de lucro. Após comprar e vender cerca de quatro vezes os papéis da Amazon nos últimos 20 anos, Damodaran disse que está feliz em adicioná-la de volta ao portfólio.
Simulações feitas pelo professor apontam que a mediana do preço-alvo das ações da Amazon estaria em US$ 3.398,04. O valor é levemente superior à cotação de US$ 3.159, vista por volta das 16h (horário de Brasília) de hoje.
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Netflix: papéis sobrevalorizados
Enquanto os papéis do Facebook são os que estão mais subvalorizados, as ações da Netflix são o oposto: segundo Damodaran, a companhia é a mais superavaliada entre as seis FANGAMs, apesar da queda recente no preço dos papéis após a divulgação de resultados.
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Em suas simulações, ele destacou que a mediana do preço-alvo para as ações da Netflix deveria estar em US$ 327,17, sendo que o valor hoje é de US$ 393,41, segundo cotação das 16h desta quarta-feira.
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Segundo Damodaran, a empresa remodelou os negócios de entretenimento e levou os concorrentes a jogar à sua maneira. O problema é que para crescer a sua base de assinantes, a companhia precisa gastar quantias cada vez maiores de dinheiro para criar conteúdo, e essa tarefa ficou mais difícil com a entrada da Disney na guerra dos streamings.
Aliado a isso, diz Damodaran, há o fato de que agora o número de usuários está começando a diminuir e atrair novos está se tornando cada vez mais caro. Nesse sentido, o desafio de fazer a roda girar se tornou maior para a Netflix. Por essa razão, o guru destaca que “não gosta da empresa”, mesmo com a queda recente dos papéis.
Microsoft e Apple
Ao contrário das demais ações de tecnologia, Damodaran pontuou que os papéis da Microsoft e da Apple não foram atingidos por tantas polêmicas. Segundo ele, a Apple parece ter encontrado uma maneira de ser um dos “mocinhos” na batalha pela privacidade, ao ter ajudado inclusive a punir o Facebook.
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Apesar da visão mais positiva com a empresa, o guru contou que não detém mais papéis da Apple (AAPL34) na carteira e que deve esperar por uma queda nos preços para voltar a comprar as ações da companhia.
Já no caso da Microsoft (MSFT34), diz ele, a compra da Activision Blizzard é um avanço para torná-la a plataforma principal de negócios da empresa. Isso sem contar as demais plataformas digitais, como Office 365 e LinkedIn, que fornecem várias linhas de receita e possíveis oportunidades de vendas cruzadas, o que permitiria o crescimento contínuo da empresa com a sustentação de margens altas.
Com papéis da Microsoft na carteira, Damodaran diz que ainda vale a pena manter as ações. Mas suas simulações apontam que a mediana do preço-alvo da Microsoft estaria em US$ 276,79, abaixo dos US$ 300,45 cotados hoje.
Ao falar sobre as ações da Alphabet (GOGL34), o professor disse que a empresa foi a que mais surpreendeu, ao apresentar alto crescimento e margens aumentadas, sugerindo que o Google continua “esmagando” a concorrência de publicidade online.
Por outro lado, ele destacou que as demais apostas da empresa seguem como investimentos que consomem muito caixa e entregam pouco valor. Por essa razão, o professor informou que nunca teve os papéis e que não planeja adicioná-los ao preço atual.
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