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Com as ações da Cielo se despedindo da Bolsa com o fechamento de capital, as escolhas para os investidores em ações de empresas brasileiras no setor de “maquininhas” ficou ainda mais restrita, com as duas maiores negociadas no mercado americano. São elas: a Stone (BDR: STOC31), negociada na Nasdaq, e a Pagbank (BDR: PAGS34), negociada na Bolsa de Nova York.
Nos últimos dias, o JPMorgan e o Bradesco BBI revisaram as suas projeções para as ações das suas companhias, destacando preferência por Stone.
O JPMorgan reiterou recomendação equivalente à compra para Stone e elevou preço-alvo de US$ 20 para US$ 21 para a ação no próximo ano, após revisar previsão de lucro para cima em 4% para R$ 2,6 bilhões em 2025. Já para 2024, a projeção permanece inalterada em R$ 2,1 bilhões.
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Embora continue a gostar de Stone e Pagbank, o JPMorgan reforça sua preferência relativa pela primeira, impulsionada por crescimento de receita mais alto quando ajustado para despesas financeiras e mudança contábil, posicionamento líder em pequenas e médias empresas (PME) com melhor inadimplência (NPS) na classe, além do potencial de alta maior (50% contra 30% da Pagbank).
Menos otimista com Pagbank (PAGS34), o banco mantém classificação neutra ao reduzir estimativas de lucro em 2024 em 1%, para R$ 2,2 bilhões, enquanto mantém projeção de R$ 2,6 bilhões no próximo ano. O banco também traçou um novo preço-alvo de US$ 16 para 2025 em comparação com o preço-alvo anterior de US$ 15 por ação.
Olhando no geral, com relação ao volume total de pagamentos (TPV), os analistas projetam um crescimento de 29% para a Pagbank em 2024 e de 20% para a Stone. Embora o crescimento nominal do TPV mostre um desempenho significativamente superior em favor da Pagbank, o JPMorgan destaca que isso é quase totalmente explicado por grandes contas, e-commerce e cross border. Olhando apenas para o segmento de pequenas e médias empresas, ou PME, que o banco vê como mais agregadora para o resultado líquido, ambas estão crescendo a uma taxa semelhante de 25% a 30% ano a ano.
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O banco disse dar mais ênfase no crescimento do lucro bruto sobre o TPV, ou seja, receitas menos custos de transação menos despesas financeiras.
No geral, a previsão é de crescimento de 28% no lucro bruto da Stone no 2T24 em comparação com a PAGS em 17%. O cálculo não leva em consideração o provável aumento nas despesas de depreciação e amortização da Stone devido ao aumento recente do capex. O JPMorgan ainda destaca que ambas empresas estão desenvolvendo boas iniciativas na área de depósitos, com destaque para os maiores spreads da Stone contra carteira de empréstimos mais robusta da Pagbank.
Compartilhando de visão semelhante ao JPMorgan, o Bradesco BBI ressalta sua preferência por Stone, enquanto rebaixou as ações da Pagbank de compra para equivalente a neutro. Para esta última, o BBI acredita que a estratégia de expansão da empresa combinada com maiores despesas com pessoal e vendas deve pesar nas margens operacionais e pode limitar uma possível reclassificação. O preço-alvo é de US$ 13 por ação.
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Os analistas do BBI pontuam que as margens do setor de pagamentos são sensíveis à concorrência e, como a PagSeguro parece ter optado por crescer, comprometendo sua geração de margem, agora recomendam que os investidores fiquem de fora em relação ao nome devido às incertezas inerentes sobre sua margem bruta e origem de lucro antes dos impostos nos próximos trimestres.
Ao incorporar os resultados do 2T24 da Pagbank, o BBI reduziu a estimativa de lucro antes dos impostos para R$ 2,5 bilhões para 2024 (4,2% abaixo do consenso) e para R$ 2,9 bilhões para 2025 (9,7% abaixo do consenso).
Em termos de avaliação, os papéis do Pagbank negociam em 9,0 vezes Preço (P)/ Lucro (L), amplamente em linha com a Stone. No entanto, como historicamente foi negociada com um desconto médio de cerca de 33% para a Stone, o BBI acredita que o desconto atual pode aumentar até 19%, devido a uma melhor combinação de clientes da Stone e ao maior potencial de crescimento de lucros no futuro.