OSX tenta evitar mesmo destino da OGX; petroleira recorrerá a fundos “abutres”

Segundo Wall Street Journal, presidente da OSX destacou necessidade de reestruturação da companhia

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em meio à decorrada do grupo EBX se tornando cada dia maior, o empresário Eike Batista está tentando salvar a OSX Brasil (OSXB3) do mesmo destino da OGX Petróleo (OGXP3), que está semana deixou de pagar juros de títulos de dívida no valor de US$ 44,5 milhões. 

As duas empresas têm negócios bem interligados; a OSX é fortemente dependente das plataformas de petróleo da OGX. Porém, o modelo de negócios da empresa de construção naval foram fortemente abalados quando a OGX anunciou que não iria cumprir as suas metas de produção, bastante ambiciosas.

Em entrevista ao Wall Street Journal, o presidente da OSX, Marcelo Gomes, destacou que a empresa tinha “um grande cliente e uma grande carteira vinda desse cliente”. “Com a redução nos pedidos, precisamos reestruturar tudo o que estávamos fazendo”, afirmou.

Enquanto muitos analistas questionam a viabilidade da OSX como uma participante independente no setor de construção naval, Gomes ressaltou ao jornal que a recuperação judicial não é uma opção por ora, apesar de ressaltar que a crise enfrentada pelo grupo EBX contamina as percepções sobre a OSX. 

De acordo com o diretor-presidente da companhia, a OSX traçou um plano de corte de gastos, venda de ativos e parceiros operacionais que, se for bem-sucedido, permitirá que a empresa saia do aperto financeiro e leve a um balanço mais saudável até o final de 2014. 

Segundo ele, a empresa está em negociações com três potenciais compradores não revelados para sua plataforma FPSO OSX-2. Além disso, a OSX também está implementando um plano para divisão do local de construção naval de Açu em cinco unidades separadas, cada uma especializada em um segmento da indústria naval.

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OGX recorrerá a fundos abutres, diz jornal
Já de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, Eike Batista estaria recorrendo a “fundos abutres”, ou investidores especializados em financiar processos de recuperação judicial de companhias à beira da falência, para tentar a OGX ainda este ano da forte derrocada. De acordo com o jornal, integrantes da cúpula da companhia de Eike retornam a Nova York para mais uma reunião. 

A OGX oferece parceria em troca de lotes de capital que possam acumular o montante de US$ 400 milhões, valor mínimo para o desenvolvimento do campo de Tubarão Martelo. Os executivos, de acordo com a publicação, ainda irão expor as garantias do processo de recuperação judicial, que será protocolado nas próximas semanas e que pode assegurar uma porta de saída a eventuais novos investidores. Os fundos são vistos como a salvação para a OGX, uma vez que a possibilidade de trazer recursos novos dos investidores que compraram bônus é remota.

A publicação destacou ainda que será revelado o relatório da consultoria DeGolyer and MacNaughton, líder mundial em avaliação de reservas de petróleo, com novas estimativas para Tubarão Martelo. De acordo com a publicação, a projeção é de que o relatório da D&M corresponda a algo em torno de um terço do que foi alardeado pela OGX há um ano e meio para o tamanho do reservatório. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.