Ações da OSX (OSXB3) fecham com salto de 157% com fim da recuperação judicial; na esteira, MMX (MMXM3) sobe 81%

Foi declarado o cumprimento das obrigações do plano, vencidas no prazo de dois anos após a concessão

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A OSX (OSXB3), empresa de construção naval cujo principal acionista é Eike Batista, informou ao mercado que foi encerrado na última terça-feira (24) o seu processo de recuperação judicial, assim como de suas subsidiárias OSX Construção Naval e OSX Serviços Operacionais.

Com isso, as ações OSXB3 registraram uma sessão de disparada nesta quarta-feira (25). Os papéis fecharam em alta de 157,09%, a R$ 27,02, na máxima do dia. O volume negociado foi de R$ 49,63 milhões, mais de 57 vezes o giro financeiro médio dos últimos 21 dias, de um pouco menos de R$ 865 mil.

No acumulado de novembro até o pregão do dia 24, o papel havia caído 13,14%, mas ainda com alta acumulada em 2020 de 221,41%. Contudo, com a alta nesta sessão, os ativos viraram para alta de 123,31% no mês, com ganhos no ano de 726%.

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De acordo com a empresa, foi proferida a sentença nos autos do processo, em que se declara o cumprimento das obrigações do Plano de Recuperação Judicial, vencidas no prazo de dois anos após a concessão.

“A companhia manterá o mercado e os seus acionistas informados a respeito dos temas abordados no
presente Fato Relevante e sobre quaisquer outros atos ou fatos relacionados que possam de alguma
forma influir nas decisões de investimento de seus acionistas e do mercado em geral”, informou no comunicado.

Segundo Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, a notícia mostra que a empresa cumpriu o plano e há perspectiva de melhora.

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Contudo, não necessariamente a OSX será uma empresa rentável. Ela ainda conta com problemas adicionais como o risco de imagem, uma vez que o seu acionista majoritário é Eike, que enfrenta problemas na Justiça.

O empresário já foi condenado por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa por suposta propina de US$ 16,5 milhões paga a Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro. Além disso, ele  também foi condenado por crimes cometidos contra o mercado de capitais entre 2010 e 2013, uma vez que teria divulgado informações falsas relacionadas à petrolífera do grupo, a OGX, e utilizado informações privilegiadas (o chamado insider trading) na venda de ações da OSX.

Além disso, a empresa não deu maiores detalhes no fato relevante em que falou sobre a saída da recuperação judicial sobre os plano daqui em diante.

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Vale ressaltar que, em outubro, os papéis da companhia registraram forte volatilidade (veja mais clicando aqui), com os analistas já destacando o caráter altamente especulativos dos papéis.

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Eike tentou trocar administração da empresa no período, depois do acordo de delação premiada com Supremo Tribunal Federal (STF) para voltar ao controle indiretamente, mas credores e acionistas barraram os seus planos.

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No mês passado, uma convocação de Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que tinha na pauta a destituição do Conselho de Administração e a deliberação sobre uma lista com três novos candidatos para integrá-lo, foi suspensa por decisão da Justiça, atendendo a pedido do acionista Rogério Alves de Freitas.

No pedido, o acionista afirmou que Eike Batista queria “interferir diretamente na administração da companhia quando está inabilitado para exercer o comando em razão de pena imposta pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM)”, o que poderia causar nulidade da AGE.

A OSX fez seu IPO em 2010, levantando R$ 2,8 bilhões, mas passou por uma crise anos depois. O processo de recuperação já durava mais de seis anos na 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.

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MMX também em forte alta

Na esteira da alta da ação da OSX, também está a forte valorização da ação da MMX (MMXM3), com ganhos de 81,08%, a R$ 19,05. Na máxima do dia, os papéis MMXM3 subiram 100%. O volume negociado foi de quase R$ 93 milhões, um valor mais de 21 vezes do que a média das últimas 21 sessões de R$ 4,25 milhões.

No mês passado, as ações também ficaram bastante voláteis. No acumulado do ano, a alta dos papéis MMXM3 é de 647%. O grande catalisador para o movimento das ações foi a informação da mineradora em 30 de setembro de 2020, em fato relevante, de que protocolizou petição junto ao juízo de sua recuperação judicial, buscando recuperar o ativo Mina Emma, localizado em Corumbá e que foi oferecido aos credores na recuperação judicial. Segundo a companhia destacou no documento, a exploração “pode ser de grande relevância econômica”.

“A auditoria de recursos e reservas contratada apurou que o Projeto Corumbá, especialmente considerando a exploração da Mina Emma e o beneficiamento do minério na Mina Lais, é avaliado em US$ 300 milhões e possui capacidade aproximada de produzir 2 milhões de toneladas de minérios de ferro por ano com uma expectativa de operação estimada em cerca de 70 anos”, apontou a companhia.

Em nota em meados de outubro, a Vetorial Energia, por sua vez, apontou que detém legalmente a posse direta e exclusiva de toda a lavra da Mina Lais e da Mina Emma, afirmando que não há razões para especulações como as feitas pela MMX.

Cabe destacar que a ação da MMX, que estreou na Bolsa em 2006, chegou a valer mais de R$ 2 mil em 2008, no auge da euforia do mercado com os papéis da companhia, em meio a grandes projeções   de produção de minério de ferro e aço. Contudo, a companhia deixou de cumprir contratos, trazendo à tona problemas de capacidade operacional do projeto.

Os problemas se acumularam com as investigações envolvendo Eike Batista, que culminaram com a prisão do empresário em 2019. A mineradora está em recuperação judicial desde 2016.

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