Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira

Índices futuros dos EUA operam próximos à estabilidade e Europa cai com investidores monitorando alta do petróleo; confira os destaques

Equipe InfoMoney

(Crédito: Shutterstock)
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SÃO PAULO – Na sessão desta terça-feira, a abertura das bolsas da Europa é negativa e os futuros de Nova York ficam praticamente estáveis na volta do feriado. A sessão, por sua vez, é novamente de alta para os principais contratos de petróleo tanto em Londres quanto em Nova York, com a falta de acordo entre os membros da OPEP+, o que também gera preocupação sobre o impacto da inflação tanto no Brasil quanto globalmente.

O noticiário político também segue no radar, com a continuidade dos depoimentos na CPI da Covid. Na véspera, o dólar subiu para perto dos R$ 5,09 e o Ibovespa caiu também com os novos acontecimentos na política.

A avaliação negativa do governo Bolsonaro subiu para 48,2%, segundo pesquisa CNT/MDA que mostrou ainda vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre Bolsonaro em simulações de primeiro e segundo turnos da eleição presidencial de 2022. Enquanto isso, os investidores analisaram ainda reportagem do site UOL segundo a qual Bolsonaro estaria envolvido em um esquema para se apropriar de parte dos salários de seus assessores, a chamada rachadinha, quando era deputado federal.

Em meio à temperatura alta na política, na véspera, Bolsonaro editou decreto que prorroga por mais três meses o auxílio emergencial destinado à população de baixa renda, informou na segunda-feira a assessoria de comunicação da Secretaria-Geral da Presidência da República.

Confira os destaques do mercado nesta sessão:

1.Bolsas mundiais

A volta do mercado americano após o feriado do Dia da Independência é de estabilidade para os principais índices. Na semana passada, cabe ressaltar, o S&P500 atingiu novo recorde em meio ao ânimo com os dados do relatório de emprego acima do esperado reportados na sexta-feira, com a criação de 850 mil vagas em junho.

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Investidores aguardam pela divulgação das minutas da reunião de junho do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc na sigla em inglês), do Federal Reserve, em busca de sinais sobre as discussões sobre quando o banco central americano atenuará sua política expansionista.

Na Europa, a sessão é de leve queda após ter registrado alta na véspera, em meio aos dados da atividade empresarial que animaram o mercado no último pregão. As empresas da zona do euro expandiram sua atividade à taxa mais rápida em 15 anos em junho, já que a flexibilização de mais restrições ligadas ao coronavírus impulsionou o setor de serviços do bloco, mostraram PMIs na véspera.

Por outro lado, nesta data, foi divulgado que os pedidos industriais alemães caíram inesperadamente em maio, segundo dados oficiais, caindo 3,7% no mês para marcar seu declínio mais acentuado desde o primeiro bloqueio da Covid em 2020. Pesquisa da Reuters com economistas previa alta de 1% após uma alta  de 1,2% em abril. A pesquisa ZEW sobre o sentimento econômico alemão na Alemanha também atingiu seu nível mais baixo desde janeiro, caindo para 63,3 em julho, de 79,8 em junho, e ficando bem aquém de uma previsão de consenso de 75,2.

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Já as vendas no varejo na Zona do Euro cresceram mais do que o esperado em maio, segundo dados da Eurostat desta terça. As vendas entre os 19 países-membros subiram 4,6% na comparação mensal, acima da previsão de 4,4% de analistas ouvidos pela Reuters.

As preocupações inflacionárias também estão no radar, uma vez que o petróleo atingiu seu nível mais alto em seis anos depois que as negociações entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, conhecida como Opep+, foram adiadas indefinidamente, com o grupo não conseguindo chegar a um acordo sobre a política de produção para agosto e posteriormente.

O insucesso para um acordo significa que um esperado aumento de produção a partir de agosto não vai acontecer. A alta na produção era aguardada para ajudar a acalmar os preços do petróleo, que têm operado em máximas de dois anos e meio. Esses preços têm gerado temores com a possibilidade de a inflação prejudicar a recuperação global após a pandemia de coronavírus. Sem o acordo, o brent ultrapassa os US$ 77 o barril, enquanto o WTI avança para além dos US$ 76.

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Ainda no mercado de commodities, o contrato futuro mais negociado do minério de ferro também avança na bolsa de Dalian, com alta de 2,84%, a 1231 iuanes.

Veja o desempenho dos principais indicadores às 7h30 (horário de Brasília):
Estados Unidos
*Dow Jones Futuro (EUA), -0,02%
*S&P 500 Futuro (EUA), -0,05%
*Nasdaq Futuro (EUA), estável
Europa
*FTSE 100 (Reino Unido), -0,12%
*Dax (Alemanha), -0,34%
*CAC 40 (França), -0,27%
*FTSE MIB (Itália), -0,29%
Ásia
*Nikkei (Japão), +0,16% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -0,25% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +0,36% (fechado)
*Shanghai SE (China), -0,11% (fechado)
Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, +1,743%, a US$ 76,47 o barril
*Petróleo Brent, +0,35%, a US$ 77,42 o barril
*Bitcoin, -1,23%, a US$ 33.947,82
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com alta de 2,84%, cotados a 1231 iuanes, equivalente hoje a US$ 190,39 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,47

2. Agenda

Na volta dos mercados americanos, atenção para os dados do PMI, ou índice de gerente de compras, apresentado pelo Markit composto final de junho, além do PMI de serviços às 10h45. Às 11h, o ISM revelará o PMI composto de junho e o PMI de serviços.

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Na França, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulga relatório sobre perspectivas de desenvolvimento global às 11h.

No Brasil, a CPI da Covid no Senado ouve o depoimento da servidora Regina Célia Silva Oliveira às 9h. Às 15h, serão divulgados os dados do Banco Central de captação da poupança de junho.

3. Coronavírus e CPI

Na segunda (5), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 1.575, queda de 20% em comparação com o patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia, foram registradas 754 mortes. As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.

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A média móvel de novos casos em sete dias foi de 49.237, queda de 33% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 25.796 casos. Chegou a 77.487.380 o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 36,59% da população. A segunda dose ou a vacina de dose única foi aplicada em 27.365.408 pessoas, ou 12,92% da população.

Cabe ressaltar que, na véspera, a prefeitura de São Paulo confirmou a detecção do primeiro caso de coronavírus originado pela variante Delta, originalmente descoberta na Índia. Trata-se do décimo segundo caso confirmado no Brasil pela cepa.

A CPI da Pandemia ouve nesta terça o depoimento da servidora Regina Célia Silva Oliveira, fiscal de contratos no Ministério da Saúde que autorizou a compra da vacina indiana Covaxin. A fatura de pagamento referente ao contrato de aquisição do imunizante teria indícios de irregularidades.

Regina Célia foi citada à CPI pela primeira vez no último dia 25, no depoimento de Luis Ricardo Miranda, que é chefe da divisão de importação no Departamento de Logística do Ministério da Saúde. Ele e seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), denunciaram pressões internas na pasta para liberar a aquisição da Covaxin, mesmo com os erros verificados na ordem de pagamento.

De acordo com os irmãos, Regina Célia era a fiscal do contrato com a Bharat Biotech, empresa indiana que desenvolveu a vacina. A fatura gerada para a compra trazia número menor de doses do que o combinado, determinação de pagamento antecipado e o nome de uma empresa intermediária que não constava no contrato, afirmaram os irmãos. Segundo Luis Ricardo Miranda, as duas primeiras irregularidades foram sanadas depois de identificadas, mas a fatura permaneceu em nome da empresa intermediária — a Madison Biotech, baseada em Singapura.

Ainda no radar da CPI, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, determinou que a CPI da Covid se manifeste em até cinco dias sobre o adiamento do depoimento de Ricardo Barros (PP-PR). O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), deverá prestar os esclarecimentos ao ministro, segundo informação divulgada pelo UOL.

Paralelamente, senadores da CPI da Covid, Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Renan Calheiros (MDB-AL) reagiram na véspera à suspeita de que o presidente Jair Bolsonaro se apropriava de salários de assessores quando era deputado federal. Reportagem do portal UOL publicou áudios atribuídos à fisiculturista Andrea Siqueira Valle, nos quais ela relata que seu irmão, André, foi exonerado por Bolsonaro de um cargo na Câmara.

O senador Alessandro Vieira disse que apresentaria requerimento de abertura da “CPI da Rachadinha”. Seria uma investigação específica para a denúncia da prática de políticos de receber “de volta” salários de servidores que nomeiam, muitas vezes fantasmas. Já Renan quer convocar Andrea para depor na comissão que relata. O colegiado investiga a atuação do governo na pandemia do novo coronavírus. Os áudios foram obtidos pelo Ministério Público do Rio. Neles, Andréa fala no suposto esquema. Também explica a demissão do irmão.

4. Auxílio emergencial e pauta na Câmara

O presidente Jair Bolsonaro editou decreto que prorroga por mais três meses o auxílio emergencial destinado à população de baixa renda, informou na segunda-feira a assessoria de comunicação da Secretaria-Geral da Presidência da República.

O Executivo já vinha estudando a possibilidade de estender o auxílio –uma demanda insistente do Congresso Nacional–, mas o anúncio da prorrogação ocorre em um momento em que o governo de Jair Bolsonaro é alvo de denúncias de supostas irregularidades em compra de vacinas contra a Covid-19. “Estamos prorrogando o auxílio emergencial por mais três meses, agosto, setembro e outubro, enquanto acertamos aí o novo valor do Bolsa Família para o ano que vem”, disse Bolsonaro em vídeo publicado no Facebook.

Em novembro, segundo o ministro da Cidadania, João Roma, deve entrar em vigor o novo programa social do governo “fortalecido e ampliado” em substituição ao Bolsa Família.

Também presente no vídeo veiculado na rede social, o ministro da Economia, Paulo Guedes, lembrou que o compromisso firmado entre governo e aliados no Congresso envolve a prorrogação do auxílio e o avanço na imunização contra a Covid-19. Guedes afirmou que a atividade econômica está “voltando” e argumentou que os três meses adicionais de auxílio irão proporcionar “proteção” enquanto não se atinge a vacinação em massa da população.

“O ministro (da Saúde, Marcelo) Queiroga prevê que em mais três meses tem o controle epidemiológico. O auxílio emergencial vai até lá, e aí aterrissamos no Bolsa Família, que o presidente também já determinou que tem que ter um valor substancial para proteger justamente a população mais frágil”, disse o ministro da Economia.

Ainda em destaque no noticiário político, a Câmara dos Deputados incluiu na pauta do plenário desta terça-feira o projeto de lei nº 591/2021, que trata do monopólio sobre os serviços postais e abre espaço para a privatização dos Correios. Também está na pauta o requerimento de urgência para a apreciação do projeto que trata dos supersalários (6.726/2016), que é considerado uma condicionante por boa parte dos deputados para a sequência da tramitação da reforma administrativa. Se tiver o requerimento aprovado o texto passa a poder ser deliberado diretamente pelo plenário.

Consta ainda da pauta o PL 1.026/2021, que determina o IPCA como índice de reajuste dos contratos de locação. O texto tem parecer pela rejeição apresentado pelo deputado Eduardo Cury na Comissão de Constituição e Justiça, ainda não apreciado. Há forte pressão do setor imobiliário contra a proposta.

Há ainda entre os projetos incluídos na pauta o 827/2020, que suspende medidas judiciais, despejo ou desocupação de imóveis até o fim do ano. O texto aprovado pela Câmara foi modificado pelo Senado para a exclusão de imóveis rurais e volta para nova apreciação dos deputados.

Já a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou na véspera indicações para cargos no Banco Central, Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os nomes ainda precisam ser submetidos a votação secreta no plenário do Senado, o que deve ocorrer na quarta ou na quinta.

Fernanda Magalhães Rumenos Guardado foi aprovada pelos integrantes da CAE para o cargo de diretora do Banco Central, enquanto a indicação de Alexandre Cordeiro Macedo foi aprovada para o mandato de quatro anos de presidente do Cade.

Otto Eduardo Fonseca de Albuquerque Lobo recebeu o aval do colegiado para diretoria da CVM com mandato até 31 de dezembro de 2025, ao passo que Fernando Caio Galdi foi aprovado para diretoria da CVM com mandato até 31 de dezembro de 2021. A CAE também aprovou o nome de Vilma da Conceição Pinto para o cargo de diretora Instituição Fiscal Independente.

5. Radar corporativo

A Gol informou na segunda-feira dados que mostram continuidade na recuperação do setor aéreo, com alta de dois dígitos na demanda em junho em relação ao mês anterior. A demanda por voos da companhia aérea subiu 20,8% em junho ante maio, enquanto na comparação anual houve um salto de 281,6%, segundo os dados divulgados em comunicado ao mercado. Já a oferta da Gol, que seguiu sem realizar voos internacionais, cresceu em um ritmo mais forte que a demanda, de 26,7%, na relação mensal. Ante junho do ano passado, a oferta avançou 260,4%.

Já a varejista online Privalia anunciou ao mercado acordo operacional estratégico como banco BTG Pactual BPAC3.SA, que será investidor âncora em uma eventual oferta pública inicial de ações (IPO) da companhia. A Privalia havia pedido registro para o IPO junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em meados de fevereiro. Segundo o acordo, o BTG Pactual se comprometeu a subscrever e integralizar ações equivalentes à até 5% do capital da Privalia no IPO que listará os papéis da companhia no Novo Mercado da B3.

A Ambipar anunciou na segunda-feira a compra da empresa de atendimento a emergências ambientais no modal rodoviário Sabi Tech, na Colômbia, ampliando a presença da companhia brasileira na América do Sul. A empresa não divulgou o valor do negócio. Segundo a Ambipar, a Sabi possui 14 bases operacionais na Colômbia, localizadas nas principais rotas e em pontos com histórico de acidentes. A empresa é líder de mercado na Colômbia e faturou 4,3 milhões de dólares no ano passado, afirmou o grupo brasileiro.

A construtora Cury divulgou prévia operacional do segundo trimestre, somando R$ 686 milhões em lançamentos (VGV), alta de 120,3% frente igual período de 2020. O valor das vendas atingiu R$ 683 milhões, 133,7% acima na comparação anual.

(com Reuters, Agência Senado e Estadão Conteúdo)

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