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SÃO PAULO – Em um dia de agenda fraca no exterior, o Ibovespa deve seguir repercutindo o anúncio do pacote de medidas econômicas anunciado pelo governo na tarde da última quinta, que derrubou as ações da Cielo e impulsionou os papéis do Banco do Brasil. Chama a atenção ainda a pesquisa CNI/Ibope sobre o governo Michel Temer a ser divulgada às 10h30, enquanto nova delação citando o presidente pode aumentar a temperatura política em Brasília. Confira no que se atentar nesta sexta-feira (16):
1. Bolsas mundiais
A sexta-feira é de indefinição para os mercados mundiais, que operam entre leves perdas e ganhos enquanto o dólar faz uma pausa na forte tendência de alta registrada desde que o Fomc (Federal Open Market Committee) sinalizou que fará uma alta de juros mais intensa do que anteriormente esperado.
As bolsas europeias alternam altas e baixas e S&P futuro opera perto da estabilidade; em Tóquio, bolsa foi favorecida por iene fraco, que ajudou exportadores e fez o índice avançar 0,66%. Os mercados acionários chineses, por sua vez, subiram nesta sexta-feira, mas tiveram a maior queda semanal em vários meses refletindo uma regulação mais severa para seguradoras, além de vendas do iuan e de títulos depois que o Federal Reserve, banco central norte-americano, elevou os juros e indicou mais altas em breve.
Já o petróleo opera próximo à estabilidade após dois dias de queda, com Líbia se preparando para aumentar produção, enquanto os metais recuam com cautela antes de encontro de autoridades econômicas na China, incluindo presidente do BC do país, que fala no sábado. Vale destacar que a autoridade monetária do país injetou hoje 394 bilhões de yuans (US$ 56,74 bilhões) em recursos no sistema bancário do país por meio da linha de crédito de médio prazo, de forma a manter ampla liquidez no sistema financeiro nacional.
Às 7h45, este era o desempenho dos principais índices:
* FTSE 100 (Reino Unido) 0%
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* CAC-40 (França) -0,10%
*DAX (Alemanha) -0,01%
* Xangai (China) +0,20% (fechado)
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*Hang Seng (Hong Kong) -0,18% (fechado)
* Nikkei (Japão) +0,66% (fechado)
*Petróleo brent +0,09%, a US$ 54,07 o barril
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2. Pacote de estímulos e noticiário político
O mercado digere nesta sexta-feira (16), o pacote de estímulos à economia anunciado por Temer na véspera e que já impactou ações como a Cielo e o Banco do Brasil (saiba mais clicando aqui) no final da sessão de ontem.
Entre as medidas estão: 1) programa de regularização tributária de PJ (pessoa jurídica) e PF (pessoa física); 2) medidas de incentivo ao crédito imobiliário; 3) redução do spread bancário; 4) permitir a diferenciação de preço entre os vários meios de pagamento e redução substanciosa nos juros do cartão de crédito; 5) desburocratização, com a proposta de simplificação para empresas pagarem suas obrigações e tributos; 6) Simplificação para criar e encerrar empresas; 7) criação de uma espécie de cadastro nacional de imóveis; 8) redução de 40% do tempo para procedimentos relacionados a importações e exportações de mercadorias; 9) aumento do crédito para micro e pequenas empresas no BNDES; 10) redução gradual da multa adicional de 10% do FGTS, sendo -1% ao ano; 11) refinanciamento no BNDES para cias que faturam até R$ 300 mi; e 12) distribuição do resultado do FGTS para os trabalhadores. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o PSDB considerou positivo o pacote de medidas, mas já conversa com a equipe econômica sobre iniciativas que estão no “forno” para serem anunciadas em breve.
Ainda no noticiário político, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgará às 10h30 em seu portal a pesquisa Ibope do quarto trimestre, que mostra a avaliação dos brasileiros sobre o desempenho do governo federal. Revela ainda o grau de confiança no presidente Michel Temer e a aprovação do governo em dez áreas de atuação, entre elas, saúde, educação, segurança pública e combate à fome e ao desemprego. O levantamento foi feito com 2.002 pessoas em 141 municípios entre 1º e 4 de dezembro.
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Vale destacar ainda novas notícias sobre a delação premiada de ex-executivos da Odebrecht. O nome do presidente Michel Temer aparece em mais uma delação de um ex-executivo da Odebrecht, segundo informações da Veja e do jornal Folha de S. Paulo. Márcio Faria afirmou à força-tarefa da Operação Lava Jato que Temer participou de uma reunião em 2010 para tratar de doações à campanha eleitoral do PMDB daquele ano em troca de facilitar a atuação da empreiteira em projetos da Petrobras.
3. Agenda de indicadores
A agenda de indicadores é esvaziada nesta sexta-feira (16). Os destaques domésticos são as sondagens da Indústria e da Construção, da CNI (Confederação Nacional da Indústria), às 14h e 14h30 respectivamente.
Nos Estados Unidos, serão conhecidos os números das novas construções residenciais de novembro, às 11h30. Às 8h, sai a inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro também referente ao mês passado. Ainda nos EUA, Jeffrey Lacker, presidente do Fed de Richmond, fala em painel sobre perspectiva econômica, às 15h30.
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4. Entrevista: o melhor fundo de ações do Brasil
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5. Noticiário corporativo
O noticiário corporativo é bastante movimentado nesta sexta-feira. Em destaque, está a elevação da recomendação das ações da Cielo pelo Bradesco BBI para outperform, após a forte queda na véspera causada pelo anúncio de medidas econômicas do governo. Uma das medidas é a redução do prazo de pagamento das chamadas credenciadoras, como a Cielo, para o lojista, ou do custo do crédito rotativo ao consumidor. No caso de ser adotada a primeira hipótese, na prática as credenciadoras teriam uma pressão sobre ganhos financeiros obtidos com a antecipação de recebíveis. De acordo com o Bradesco BBI, é hora de comprar a ação, uma vez que o risco para o papel parece precificado.
Além disso, o noticiário para a Petrobras é agitado: Luiz Nelson Guedes de Carvalho vai se ausentar da presidência do conselho de 19 de dezembro a 10 de janeiro; Durval Santos assume interinamente. Chama a atenção ainda o acordo com a São Martinho no valor de R$ 133 milhões. A Vale, por sua vez, vendeu a articipação em Mineração Paragominas por US$ 113 milhões.
(Com Bloomberg, Reuters e Agência Estado)