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O Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2025 prevê superávit primário de R$ 3,7 bilhões. No entanto, a XP estima déficit primário de R$ 80 bilhões no ano que vem.
Victor Scalet, analista político da XP, participou do programa Morning Call da XP, e aponta que a meta do governo é “ambiciosa”.
“Eles trouxeram para o orçamento do ano que vem uma superestimação de receita. Receitas estas concentradas em receitas extraordinárias”, comentou. O analista explicou que o governo trabalha com receita em 2025 proveniente de decisões favoráveis do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), que não entraram em 2024.
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Parte das receitas extraordinárias não chega aos cofres
Além disso, espera arrecadar R$ 30 bilhões com acordo tributário entre a Receita Federal e grandes contribuintes. Pelo Orçamento de 2025, as receitas extraordinárias somariam no total R$ 120 bilhões, mas Victor Scalet crê que boa parte desse dinheiro não deve chegar aos cofres do governo.
Ele lembrou que a Fazenda ainda aguarda a aprovação no Congresso Nacional de aumento do imposto de renda sobre JCP (Juros sobre Capital Próprio) de 5 pp (pontos percentuais), e elevação em 2 pp para instituições financeiras da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) e de 1 pp para as outras empresas.
“Todo esse conjunto de impostos já está previsto no orçamento como arrecadação”, destacou.
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Corte de despesas deve ter sucesso
“Do lado da despesa, eles detalharam na semana passada os R$ 26 bilhões que eles prometeram cortar ano que vem. Lembrando que esse corte de despesas não é para melhorar o resultado fiscal primário, mas para redução de gastos”, afirmou, ressaltando que se trata do pente-fino na Previdência e no BPC (Benefício de Prestação Continuada).
“A gente acha que existe uma probabilidade razoável de conseguir (diminuir as despesas) por que tem espaço para cortar”, destacou o analista.
“Isso não é para reduzir a meta, mas diminuir a pressão das despesas obrigatórias, e liberar recursos para despesa discricionária. O mundo da política olha muito a despesa discricionária, o que é emendas e o que é investimentos”, pontou.
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2025 com cara de 2024
Para o analista da XP, “o orçamento de 2025 está com a cara do que foi 2024”. “É um orçamento com uma meta muito ambiciosa, várias receitas extraordinárias, que a gente não consegue saber se vai acontecer ou não. Então, o mercado não consegue coloca no preço se o resultado fiscal vai melhorar ainda em 2024 e ao longo de 2025”, explicou.
“A gente vai ter que ver mês a mês se as receitas estão vindo. Se não estiverem, o governo vai ter que tomar alguma medida adicional. A gente fica mais suscetível ao que acontece no curto prazo”, complementou.