Oportunidade: 5 ações “cansadas” de cair, segundo Alexandre Wolwacz

SÃO PAULO – Desde o início do mês, o Ibovespa vem acentuando as perdas, e acumula no período queda de 12,01%. No ano, o recuo ainda é mais profundo, de 22,81%. Essa trajetória descente tem jogado para baixo várias ações da bolsa brasileira, deixando espaço para dúvida no mercado, se esse movimento negativo estaria próximo do esgotamento.

De acordo com a análise técnica, os papéis começam a apresentar sinais de “cansaço”. Um dos indícios seria o forte afastamento em relação à média móvel dos últimos 21 pregões. “Os investidores têm memória curta e atribuem à média móvel de 21 pregões um preço médio que aceitam pagar. Quando o preço se afasta muito desse ponto, eles entendem como uma oportunidade de compra”, disse o analista gráfico Alexandre Wolwacz, um dos fundadores e sócio da escola de traders Leandro&Stormer. 

O próprio Ibovespa, comenta, encontra-se bem distante da sua média móvel dos últimos 21 pregões. “O índice afastou-se em 12% da média móvel na última sessão, o que não ocorria desde 10 de agosto de 2011, quando apresentou um distanciamento de 17%”, disse. A partir daquela data, o índice engatou uma sequência de ganhos, com alta acumulada de 12,8% em 16 pregões.

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Outro ponto levado em consideração, segundo ele, seria que os candles de alguns papéis fecharam o último pregão com a sombra inferior bem forte. “Isso significa que os compradores e vendedores travaram uma forte batalha, mas o lado comprador mostrou mais força no final”. Isso foi visto, por exemplo, nos papéis da Hypermarcas (HYPE3), por exemplo, que após abrirem o pregão da última quinta-feira (20) a R$ 15,09, atingiram na mínima do dia cotação de R$ 16,50, representando queda de 5,77%.

Por último, o indicador IFR (Índice de Força Relativa) também mostra sinais de que o mercado pode estar “barato”. O IFR oscila dentro de uma escala qua varia de 0 a 100. Em geral, os analistas consideram que o mercado estaria “sobrevendido” com oscilações abaixo de 30, enquanto acima de 70 estaria “sobrecomprado”.

Quais seriam esses papéis?
Segundo Wolwacz, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) estariam mostrando sinais de “cansaço”, com distanciamento de quase 12% da sua MM dos últimos 21 pregões – mesmo afastamento alcançado pelo papel quando atingiu seu topo em 8 de maio. Após atingir esse ponto, os papéis voltaram rapidamente para sua média, disse. 

A lista segue com os papéis da América Latina Logística (ALLL3), que apresentam um afastamento de 14% da sua média móvel de 21 períodos – um distanciamento tão relevante foi visto pela última vez no papel apenas em outubro de 2010. 

Esse cenário também é observado nas ações da Helbor (HBOR3), que se afastam da MM de 21 pregões em 15%, depois de ter formado na véspera uma “longuíssima” sombra inferior, comenta.

No setor de varejo e consumo, Wolwacs aponta também as ações da Hypermarcas (HYPE3), Arezzo (ARZZ3) e Lojas Marisa (AMAR3), que registram fortes indícios de reversão.

No caso da Arezzo, comenta, essa situação não ocorre apenas no gráfico diário, mas também no semanal. “Isso indica que tanto no curtíssimo quanto no curto prazo os preços estão num patamar bem baixo”, disse.

Confira a lista das ações: