Opep mantém previsões para crescimento na demanda por petróleo em 2022 e 2023

Para 2023, a expectativa é de crescimento de 300 bpd na demanda da OCDE e de 1,9 milhão de bpd fora desse grupo

Estadão Conteúdo

Poços de petróleo em Talf, na Califórnia (Carolyn Cole/Getty Images)
Poços de petróleo em Talf, na Califórnia (Carolyn Cole/Getty Images)

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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) afirma, em relatório mensal publicado nesta terça-feira, 13, que sua projeção para o crescimento na demanda global pela commodity seguiu em 2,5 milhões de barris por dia (bpd) para 2022. Para o ano seguinte, ela continua em 2,2 milhões de bpd.

No ano atual, a demanda por petróleo foi revisada para cima no terceiro trimestre, puxada pelos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mas revista para baixo no quarto trimestre, diante de desaceleração fora da OCDE e da atividade industrial fraca da China.

Para 2023, a expectativa é de crescimento de 300 bpd na demanda da OCDE e de 1,9 milhão de bpd fora desse grupo, mas a Opep ressalta que a projeção está sujeita a “muitas incertezas” no quadro atual, por fatores como as medidas para conter a covid-19, sobretudo na China, e “as tensões geopolíticas em andamento”, com a guerra da Rússia na Ucrânia.

Demanda pelo petróleo do grupo

A demanda pelo petróleo da Opep no ano atual foi mantida em relação ao mês anterior, em 28,6 milhões de barris por dia, afirma a entidade. O resultado representa um crescimento de cerca de 500 mil bpd em relação ao nível de 2021, compara.

A Opep ainda informa que o crescimento na demanda pelo seu petróleo em 2023 também foi mantido, a 29,2 milhões de bpd, ou seja, um crescimento de 600 mil bpd ante o esperado para o ano atual.

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Oferta

Já do lado da oferta, a Opep diz que o crescimento neste ano dos países que estão fora do cartel será de 1,9 milhão de bpd, praticamente em linha com o apontado no mês anterior.

Os principais impulsionadores desse aumento são EUA, Canadá, Guiana, Rússia, China e Brasil, enquanto na Noruega e na Tailândia deve haver recuo na produção.

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Para 2023, a previsão é que o crescimento na produção de fora da Opep de 1,5 milhão de bpd, com o avanço puxado por EUA, Noruega, Brasil, Canadá, Casaquistão e Guiana, mas queda na produção na Rússia e no México.

A Opep vê, ainda, grande incerteza sobre o quadro geopolítico no Leste Europeu, bem como em relação ao potencial de produção de xisto nos EUA em 2023.

Atividade global

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A organização afirma também que a economia global continuou em sua trajetória de recuperação em boa parte de 2022, mas com níveis variados entre as regiões e com “uma desaceleração notável mais para o fim do ano”.

A zona do euro teve crescimento inesperado no primeiro semestre do ano atual, antes de desacelerar no semestre atual, com a inflação mais alta e o consequente aperto monetário do Banco Central Europeu (BCE), bem como temores de uma crise de energia, diz a Opep.

A economia dos EUA, por sua vez, enfrentou “desafios” no primeiro semestre, mas se recupera no atual, apoiada pelo consumo saudável.

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Já na China, a política rígida contra a covid-19 conteve o crescimento em 2022. Na Índia, o crescimento foi forte no primeiro semestre, mas desacelerou um pouco no terceiro trimestre, em quadro de inflação elevada. Para 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) global deve crescer 2,8%, prevê a Opep.

Para 2023, o cartel espera que o crescimento global seja de 2,5%. O relaxamento de políticas rígidas contra a covid-19 na China e a resolução de tensões geopolíticas no Leste Europeu poderiam ajudar, diz a Opep.