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SÃO PAULO – O Ibovespa está longe de ser unanimidade como “benchmark” da Bolsa de Valores de São Paulo, mas foi apenas após a criação do índice que o mercado acionário passou a ter importância no cenário econômico nacional. O índice surgiu e começou a servir de “termômetro” da Bolsa no pregão de 2 de janeiro de 1968. Fundada em 1890, a Bolsa registrou volume de negociações extremamente baixo até meados dos anos 1960. Com o golpe militar em 1964, uma das preocupações do governo do marechal Castello Branco era acelerar o crescimento econômico do país – e o mercado de ações foi contemplado com ações reformistas.
A “reforma do mercado de capitais” – uma lei aprovada em 1965 visando combater a má organização das Bolsas – teve pouco impacto efetivo e, em 1968, novas medidas foram criadas para estimular o mercado de ações. Assim surgiu o Ibovespa.
Além do aumento de ações em sua composição – de 27 em 1968 para 69 em 2013 – o volume de negociação é outro grande indicativo de seu amadurecimento. Se em seus primórdios o índice registrava volume médio diário de NCr$ 1,027 milhões – cifra que corrigida pelo IGP-DI equivaleria hoje a cerca de R$ 5,4 milhões – , atualmente as ações incluídas movimentam cerca de R$ 6 bilhões/dia. Atualmente as principais críticas ao Ibovespa referem-se à metodologia de cálculo, que nunca foi alterada. Como o índice é muito concentrado em poucas empresas, como Vale, Petrobras e OGX, resultados bons ou ruins dessas ações acabam por distorcer a realidade da Bolsa como um todo.
Curiosidade: desde que o Ibovespa foi criado, apenas seis empresas se mantêm no índice. São elas Ambev (em 1968 era Antártica), Duratex, ItaúUnibanco (na época Itaú América), Lojas Americanas, Souza Cruz e Vale.