Oncoclínicas: BBA corta preço-alvo em 52%, mas ainda vê salto de 85% e mantém compra

Analistas do banco revisaram para baixo as projeções de lucro, mas ainda veem as ações atrativas em meio à forte queda no ano

Equipe InfoMoney

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O Itaú BBA cortou o preço-alvo para as ações da Oncoclínicas (ONCO3) de R$ 23 para R$ 11, mas manteve recomendação equivalente à compra para a ação (outperform, ou desempenho acima da média do mercado). O target atualizado corresponde a um potencial de valorização de 85,5% frente o fechamento da última segunda-feira (1). Já nesta terça, as ações subiram 7,59%, a R$ 6,38.

Os analistas do BBA destacaram que, desde a sua última atualização, houve muitos desenvolvimentos na história da Oncoclínicas. O primeiro trimestre apresentou um cenário desafiador, com a companhia ainda afetada por pressões de algumas operadoras de planos de saúde que deterioraram seu ciclo de conversão de caixa e aumentaram a alavancagem financeira da companhia.

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Posteriormente, ocorreu um grande desenvolvimento com o anúncio de uma injeção de capital por parte do Banco Master e Bruno Ferrari.

“Considerando o aumento de capital e os resultados desafiadores do primeiro trimestre, revisamos para baixo nossa projeção de lucro”, avaliaram os analistas, mas ponderando que, as ações ainda estão bastante atrativas. No ano, mesmo com a alta registrada nesta terça, os papéis acumulam baixa de cerca de 51%.

Após o aumento de capital, os R$ 1,5 bilhão – resultantes da emissão de 115,4 milhões de novas ações ao preço de R$ 13 por ação – permitirão à empresa reduzir sua alavancagem financeira de 4,3 vezes no primeiro trimestre para 2,8 vezes, o que é um importante fator atenuante na tese, avalia o BBA.

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Por outro lado, a equipe de análise ressalta seguir recebendo inúmeras consultas sobre a geração futura de fluxo de caixa. Nesse sentido, projeta que a empresa apresente tendências de melhoria no contas a receber, uma vez que a conta vinculada para garantia dos recebíveis da Unimed FERJ deverá voltar a ficar ativa.

No futuro, vê uma melhoria gradual nas contas a receber, juntamente com menores despesas financeiras (devido à redução da alavancagem pós-oferta), o que deverá melhorar o fluxo de caixa livre. O banco projeta que as tendências sólidas de crescimento da receita continuem ao longo do ano, dado o forte crescimento do volume nas mesmas clínicas, o fortalecimento da parceria com a Porto Seguro e o acordo com a Unimed Recife.

A projeção é de um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 1,22 bilhão em 2024 e de R$ 1,55 bilhão em 2025. Com resultados financeiros beneficiados pelo aumento de capital da empresa, aliado a uma alíquota efetiva de imposto controlada, a projeção é de um lucro líquido de R$ 242 milhões e de R$ 473 milhões em 2024 e 2025, respectivamente 33% e 15% abaixo da estimativa anterior, mas aproximando-se do consenso dos analistas. Apesar da revisão significativa em baixa nos principais números, o banco nota que o desempenho das ações parece já incorporar as projeções atualizadas.